CAPÍTULO 15

955 93 67
                                        

SORAYA

Simone: — Está linda, hein?

Sorri feito boboca. Ai que ódio!

Soraya: — Obrigada — fechei a porta do carro.

Ela ficou me observando, olhando bem minhas coxas e meus seios…

Soraya: — O que foi?

Simone: — Seria interessante te ver despida — Sorriu.

Meu Deus.

Soraya: — Simone?

Simone: — Desculpa, pensei com a xota.

KKKKKKKKKKKKKK QUE ÓDIO!
Comecei a rir muito dentro do carro dela e ela também.

Simone: — Me perdoe pela brincadeira e pela maneira que eu falei. Mas está linda.

Soraya: — Costuma ser direta com todas as mulheres? — sorri.

Simone: — Nunca parei para analisar isso… Acho que não.

Soraya: — Então fui a primeira a ser elogiada dessa forma?

Simone: — Aparentemente sim.

Ela deu ré, passou a marcha e seguiu caminho para o restaurante.
Enquanto ela dirigia, ela puxava assuntos aleatórios.

Simone: — Você é de Dourados, né? Acho que posso conhecer sua família.

Soraya: — Sou. Como você conhece minha família?

Simone: — Qual o nome da sua mãe?

Soraya: — Martha. Martha Leonor Thronicke.

Ela me observou séria por alguns segundos e voltou a observar a estrada.

Soraya: — Conhece?

Simone: — Acho que sei quem é. Meu pai era político, então eu conhecia muita gente. Você parece muito com ela.

Soraya: — Você é filha do Ramez Tebet? Por isso seu sobrenome me era familiar!

Simone: — Haha! Sou. Filha única.

Soraya: — Imagino a felicidade do seu pai quando viu você nascer.

Simone: — Ele sempre me falava o quanto eu era desejada. Falou também das tentativas falhas…

Acho que toquei em um assunto que não deveria…
A mãe da Simone não segurava nenhum filho, sempre ocorriam abortos espontâneos no primeiro trimestre. Isso veio a público com o nascimento da Simone, ele revelou o quanto ela era desejada por ele e pela mãe…

Eu só sei disso porque minha mãe falava. Ela era fã do Ramez, ela era aquelas baba ovo de político.

Simone: — Como você sabe disso? Você é mais velha que eu?

Soraya: — Eu sou de 86.

Simone: — Três anos mais nova — levou a ponta dos dedos até a boca levemente aberta — A velha então sou eu?

Soraya: — Eu nem nos quarenta cheguei ainda — sorri.

Simone: — A melhor idade é a dos 30. Nossa, vivi a melhor fase da minha vida.

Soraya: — Nascimento do Nicanor?

Simone: — Não… Na verdade, foi o período em que eu pude reviver. Eu perdi meu marido e fiquei… Abalada.

Observei ela dirigindo enquanto ficava calada, séria e totalmente sem ânimo.

Soraya: — Desculpa.

Simone: — Não se preocupe. Só relembrando um pouco.

Laços inesperados; o amor entre a guerra.Onde histórias criam vida. Descubra agora