CAPÍTULO 32

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SORAYA

Meu maior medo é eu ser sequestrada, venderem meus órgãos ou só levarem tudo que tenho de valor.
Não levando a Simone, está ótimo.

Simone: — Quer ir em algum lugar hoje? Ou ainda está cansada?

Estávamos na hidro do quarto, ela me fazia uma massagem nas minhas costas enquanto eu observava a vista da janela que tinha em nossa frente.

Soraya: — Queria aproveitar essa vista o dia todo — Sorri.

Simone: — Mas você pode — beijou meu pescoço — Se quiser, a gente fica no quarto, curtindo a vista e se amando.

Soraya: — Hum, a ideia é boa… Mas… você não quer curtir a cidade?

Simone: — Não me importo de curtir a cidade, eu quero ficar mais tempo com você, só isso, para mim, já basta.

Passei minha mão por trás e massageei sua nuca. Olhei para ela de perfil e sorri.

Soraya: — Mas a ideia é curtir a cidade, amor.

Simone: — A ideia é aproveitar esse tempinho sozinhas — Me beijou o canto da boca — Depois a gente curte, vamos ter tempo.

Soraya: — Se der tempo, podemos ir a algum ponto turístico próximo?

Simone: — Podemos — confirmou com a cabeça enquanto falava — A gente pode ir antes do almoço, aproveitamos e comemos por lá

Aqui é duas horas de diferença, então, quando no Brasil é 12, aqui é 10 da manhã.
Andei pesquisando uns lugares interessantes e achei San Andrés, Monserrate e a catedral de sal, mas acho que o único lugar mais acessível será Monserrate.

Simone: — Eu estava vendo algumas cidades para a gente conhecer e acho que, na próxima semana, a gente vai.

Soraya: — Mas a gente vai trocar de hotel?

Ela assentiu.
Ah, eu gosto desse.

Soraya: — Poxa, eu gostei desse. Nunca vi um desse jeito, com a estrutura bem delimitada e tudo que é de engenharia e que eu não entendo. Sabe, Pedro é engenheiro, ele queria fazer engenharia civil, mas ele fez engenharia de minas também, igual… bom…

Simone: — Deveria ter te interrompido com um beijo ao invés de ter deixado você falar e lembrar dele.

Soraya: — Ele não me causa algo ruim, apesar de ter me feito mal.

Ela me abraçou mais forte, apoiou o queixo em meu ombro direito e me olhou.

Soraya: — Como você conheceu ele?

Simone: — Você quer saber mesmo? Isso não te afeta?

Soraya: — Não se preocupe.

Simone: — Conheci ele ainda de menor, faltava alguns meses para eu ficar de maior.

Soraya: — Pedofilia, então?

Ela sorriu, mas aparentemente concordou.

Simone: — Naquele tempo não existia isso, paixão. Era comum. Mas eu conheci graças ao meu pai, que tinha um terreno em mato grosso e queria ver se tinha algo por lá. No tempo, Nicanor era técnico, estava se formando em engenheiro de mina, observou, estudou a área e começou a frequentar a casa da família para falar sobre o terreno e planejar o que fazer.

Soraya: — E aí você se apaixonou?

Simone: — Ele começou a frequentar a casa usando aliança, logo vi que ele era casado e beeem mais velho que eu — começou a rir — mas foi ele.

Laços inesperados; o amor entre a guerra.Onde histórias criam vida. Descubra agora