CAPÍTULO 31

662 60 17
                                    

SIMONE

Me desperto com a luz do sol passando pelas brechas da janela.
Quando abro os olhos, vejo Soraya sentada no sofá, observando a janela, feliz.

Simone: — Bom dia — Digo, com a voz rouca de sono.

Coloco minhas mãos e antebraços atrás da cabeça e deixo meu colo à mostra.

Soraya: — Bom dia — sorri, olhando para mim e depois para a janela — Como dormiu? — Diz, segurando a barra da cortina.

Simone: — Bem — Sento na cama e a observo — E você?

Soraya olha para mim, dá uma risadinha e volta a olhar a janela. Imagino que tenha descansado bem depois de ontem.

Soraya: — Muito bem… Você sabe.

Simone: — Sei — Agarrei o edredom, levantei-me, censurando meu corpo com o lençol pesado, e fui até ela. Me ajoelhei e olhei em seus olhos — Eu sei — sorri.

Ela segura meu queixo e me dá um beijinho na fronte.

Soraya: — Eu sou tão feliz com você, amor… mas tão feliz! — Sorriu, mostrando os dentes.

Beijei sua bochecha e sentei ao seu lado no sofá.

Simone: — Que bom que te faço feliz, paixão — segurei suas mãos — E que bom que é algo recíproco, porque eu também sou feliz com você. Eu sou louca por você.

Ela enlaçou-me pelo pescoço e com a mão direita afagou os meus fios de cabelo.

Soraya: — Quero que nossos filhos tenham seus olhos e seu queixinho — Me olhou nos olhos.

Simone: — Filhos? — sorri.

Nunca tínhamos falado de filhos.

Soraya: — É — Repousou as mãos nos lados de minha face — Quero que eles tenham seus olhos — Passou o polegar pelos lados dos meus olhos — e seu queixo furadinho — desceu a mão direita e deslizou o dedo indicador pelo meu furinho no queixo.

Que bom saber que ela quer montar uma família comigo, ter filhos nossos e viver isso ao meu lado.

Simone: — Você quer mesmo?

Soraya: — Claro! — Sorriu — Meu sonho é ter uma família, gerar meus filhos e… Você é meu grande amor, Simone. É com você que eu quero ter filhos, casar e ser feliz! — Riu.

Simone: — Te amo — Deslizei a parte de dentro dos meus dedos suavemente pela sua bochecha e mandíbula — Muito.

Ela posiciona suas mãos nos lados de minha face e encosta sua fronte na minha. Massageando meus cabelos, ela sorri e me abraça.

Soraya: — Eu te amo muito! — Sorriu, feliz — Muito, muito, muito! — Me aperta.

Me posicionei entre suas pernas, deitando-me sob seu corpo enquanto ela me enchia de beijos pela face.

Soraya: — Sonhou?

Simone: — Sonhei. Quer saber como foi?

Ela assentiu.

Simone: — Estava com você no sonho. Estávamos na casa de Goiás.

Soraya: — E aí?

Simone: — Tinha uma criança no sonho.

Estávamos com uma criança na casa de Goiás, de mãos dadas, observando o pôr do sol na varanda tomando um suco de laranja com o neném que estava conosco. Ele parecia muito com o Nicanor quando era pequeno, muito mesmo. Achei até que era ele no sonho, mas me chamava de uma maneira diferente, não como “Mamã sisa”.

Laços inesperados; o amor entre a guerra.Onde histórias criam vida. Descubra agora