CAPÍTULO 14

649 79 31
                                    

SIMONE

Estou dando aula na sala do Nico. Por que estou dando aula para engenharia sendo que sou de direito? Simples, eles estão pagando Gestão e Psicologia das Organizações. Como só eu estava com horários, eu vim dar aula.

Simone: — Eu não conheço muito da área de vocês, mas alguém poderia me dar exemplo de uma empresa grande em que vocês podem trabalhar?

Sim, é o meu primeiro dia de aula com eles e nunca lecionei essa matéria. Nico levantou a mão.

Nicanor: — A mais conhecida é a Vale.

Simone: — Ótimo. Mais alguma?

— MRN, doutora.

Simone: — Ok, suponhamos que estamos trabalhando com essas duas empresas. Dividimos a sala em dois grandes grupos e cada um fica responsável por apresentar essa empresa. Vamos trabalhar com um único método de avaliação, que é os seminários.

Eles prestaram atenção e continuei minha aula. Depois de ter mostrado a ementa da matéria e como íamos trabalhar, eles ficaram animados pois iam detonar as empresas e também elogiar. Fora que iriam trabalhar com empresas da área deles em uma matéria totalmente diferente da que eles estão acostumados.

Simone: — Bom, como nos restam dez minutos, vou me apresentar depois de ter gastado dois horários falando sobre a ementa e a maneira que vamos trabalhar.
Me chamo Simone Tebet, sou do interior de Mato Grosso do Sul, tenho um filho… E sou nova na universidade. Já trabalhei em outras instituições e sim, eu sei o que estou fazendo mesmo que em uma matéria que nunca lecionei, mas tenho ciência do que é sala de aula.

Falei, falei, falei e liberei eles. Alice estava na porta da sala, adentrou quando os alunos estavam saindo e me deu um abraço.

Simone: — Bom dia! Estava sem aula?

Alice: — Fui liberada mais cedo.

Nicanor se aproximou e beijou a bochecha de Alice, deu bom dia e segurou a mão dela.

Nicanor: — Terei sorte nesta matéria, teacher?

Simone: — Se brincar muito roda na matéria.

Ele começou a rir junto com Alice, eles saíram e eu arrumei meu material. 
Fechei a porta da sala, tranquei e fui para a coordenação entregar a chave para Alessandro. 
A sala dele é dentro da sala dos professores, então eu vou cumprimentando alguns enquanto eu ando alguns metros até a sala do querido.

Sendo sincera, não gosto dele. Ele parece ser aquele tipo de homem que te chantageia para ter o que quer a todo custo, tipo um abusador mesmo. Eu hein.

Quando entrei na sala dos professores, Soraya estava sentada mexendo em seu notebook. A boca curvada para baixo, os olhos apertadinhos e um óculos no rosto. Coitada, deve ser cega, hein? O grau desses óculos é altíssimo.

A ignorei e entrei na sala dele para entregar a chave.

Simone: — A chave do 160, Alessandro — Entreguei a chave na mão dele.

Alessandro: — Obrigada, Tebet.

Quando vou afastar minha mão, ele agarra.

Alessandro: — Estará livre hoje?

Simone: — Para você? não.

Alessandro: — Quando chegou aqui era mais educada…

Puxei minha mão com brutalidade e saí da sala. Fui no bebedouro, bebi água e me sentei na mesa da sala dos professores ao lado de Soraya. Depois que saí, apareceram outros professores, mas eles estavam um pouco distantes de nós duas.

Laços inesperados; o amor entre a guerra.Onde histórias criam vida. Descubra agora