Cap 7✨

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Henne Durand

"A culpa é sua, Henne!"

"Se sinta culpado por isso!"

Sentado no chão do banheiro, eu pensava em tudo que tinha me acontecido, tentando achar resposta do porquê que eu sofro tanto.

A respostas para o porquê de tanto sofrimento?

O que fiz de tão errado para merecer passar por tudo isso?

Merda! Eu odeio a minha vida.

Eu não tenho motivos para continuar respirando, então por que eu continuo respirando? Por quê aquele idiota que o intitulam como meu pai, não me matou de uma vez?

Eu chorava, de novo, mais uma vez me afogando em lágrimas e imaginando o quanto séria bom se eu não acordasse nunca mais. Respiro fundo, tentando me levantar, era quase impossível. Eu tinha uma costela quebrada, o corpo cheio de marcas arroxeado, arranhões e fui diagnosticado com depressão. — Sorri sarcástico — para mim mesmo.

Consigo me levantar e vou para frente do grande espelho que havia a cima da pia.

Mesmo depois de ter tomado quatro banhos só agora a noite, eu ainda me sinto sujo. É como se eu ainda sentisse os seus toques horripilantes, a sua risada sem um pingo de graça, a sua fala estúpida.

E mais uma vez eu estava debaixo do chuveiro, e pouco a pouco o líquido vermelho se misturava com a água e após uns segundos não se via a água limpa e cristalina no ralo do banheiro, o que se via ali era apenas o líquido vermelho. Minha cabeça doía ao estremo e a ardência nos meus pulsos era de menos agora. Não me importei de fechar a porta do banheiro — tenho medo do que possa acontecer se eu fechar — , da última vez meu pai me bateu por isso. Eu não quero que Charlie se zangue comigo.

Após tomar banho, visto a mesma roupa que eu estava vestido desde que eu cheguei nessa casa. Esse quarto tem um closet enorme, mais eu não iria mexer no que não é meu.

Me sento no chão ao lado da cama. É incontrolável... eu não consigo parar de chorar. Minhas mãos tremia e a ardência em meu pulso só alimentava. As lembranças retornavam pouco a pouco.

O toque dele

Os gritos dele

A fala dele

Os sussuros dele em meu ouvido

A risada

A respiração dele descontrolada

Eu o odeio!! Odeio ele.

Eu quero morrer!

A porta do meu quarto foi aberta e eu olho para a figura a minha frente, me olhando com pesar. Odeio esses olhares. O olho assustado, sem entender.

— Desculpe, eu não quis assusta-lo. — Disse me olhando nos olhos e nada falei. Ele deu um passo em minha direção e rapidamente recolhi o meu corpo. Eu estava com medo do que ele poderia fazer.

Ele pareceu entender o porquê do meu ato, pois parou e me fitou.

— Olhe, talvez você não possa falar, mas pode me ouvir. — Falou enquanto eu continuava imóvel, com medo, assustado.

 ⁠♡♡♡

"Pode continuar chorando, por que assim você derrama em lágrimas o que não consegue falar em palavras, pode chorar, mas não se corte mais."

Suas palavras ficaram presas em minha mente. Suspiro cansado, o soluço ainda estava presente por causa do choro recente. Depois que Charlie falou que eu poderia chorar, eu chorei mais e mais, chorei igual a uma criança.

Me levanto do chão, resolvendo dormi um pouco. O meu corpo ainda doía. É claro, a minha costela estava enfaixada, e era aonde mais doía.

Me deito com calma na cama, apagando em segundos.

⁠♡♡♡

Acordo assustado com alguma coisa lambendo o meu rosto, me causando cosequinhas. Abro meu olhos de uma vez, notando que era um cachorro golden retriever. Sorrio o alisando e ele se deita ao meu lado.

— Para você vim parar aqui deve estar fugindo não é? — Falei e ele resmungou, colocando as duas patas sobre o seu focinho. Sorri com a cena. Ele é esperto.

Eu sempre quis ter um cachorro, eu amo os animais. Mas o meu pai nunca quis me deixar criar um.

— BOOMER! — Uma figura ruiva e pequena, adentrou o meu quarto. Estava suja de lama e toda molhada.

Ok... já entendi o que está acontecendo.

Ela me olhou espantada e colocou as mãos na boca.

— Desculpa! Eu não deveria ter gritado. — Falou nervosa e eu conti um sorriso com a cena. Ela olhou feio para o cachorro apelidado de boomer.

— Boomer, eu já tomei o meu banho, eu não precisava de outro. — Apontou para Boomer que abaixou o focinho. Ela resmungava algo que eu não entendia

— Você não fala não? — Perguntou direta e curiosa. Não falei nada, apenas sorri de canto. Ela ia questionar algo, mas alguém a interrompeu.

— Lili, olhe só para você. — Dylan falou no batente da porta. Ela o olhou sorrindo e foi em direção a ele, estendendo os bracinhos e logo ele a levou no colo.

— Papai — Pai? O Dylan é o pai dela? Nossa. —, foi culpa do Boomer. Eu queria dar banho nele, mais aí eu escorreguei na poça de água e cai, então o Boomer... aproveitou e fugiu de mim — Disse a última frase em tom acusatório e Boomer latiu. Dylan sorriu doce para ela.

— Está tudo bem, minha pequena. Você precisa se trocar, hum? A titia marta está esperando por você.

— Não papai. Eu tenho que terminar o banho do Boomer.

— Lili...

— Deixe a menina, Dylan. Eu te ajudo, Lili. — Yunne chegou perto de Dylan que revirou os olhos.

— Ela precisa ir para a escola, Yunne...

— Ah, mais não seja por isso. Vem, Lili. A gente dar banho no Boomer e depois eu te ajudo a se arrumar para a sua escolinha e se seu pai deixar.. eu te levo para escola. Vem boomer — Ditou e Lili gritou animada, pulando nos braços de Yunne.

— Tudo bem para você, Dylan? — Questionou para Dylan que só fez acenar com a cabeça. Yunne logo saiu com a pequena simpática Lili nos braços e Boomer foi logo atrás.

Dylan olhou para mim, notando só agora a minha existência.

— Desculpe pela bagunça, a nossa família costuma a ser muito agitada pela manhã. Espero que se acostume. Tenha um bom dia — Disse não esperando uma resposta e saindo em seguida. Mesmo se esperasse minha resposta, eu não o daria.

Me acostumar... Então eles querem mesmo que eu fique?

Destino Implacável - Seu Amor É A Cura Para A Minha DorOnde histórias criam vida. Descubra agora