the alchemy | season 1

The very first night.

Agosto

Nova York, Nova York — 10:40am.

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O carpete opulento e aveludado abraçava os passos inquietos que circulavam de um lado ao outro, traçando um mapa de incertezas pelo pavimento. Os murmúrios da cidade se insinuavam através das janelas majestosas do edifício em Tribeca, o qual se se erguia como um guardião de pedras, um domínio exclusivo da cantora. No interior de seu apartamento, o silêncio reinava, apenas sua própria presença quebrava a quietude, seus movimentos aflitos ecoando entre os cômodos.

Taylor circulou pela sala de estar mais uma vez, seu corpo deslocando-se em um trajeto de antecipação e incerteza. Um braço repousava com rigidez em seu quadril, enquanto o outro se erguia até a altura do rosto, as pontas das unhas da mão direita oferecidas como uma refeição aos dentes nervosos que as beliscavam incessantemente, como se buscando conforto em um momento de ansiedade.

Ela não conseguia discernir se sua agitação era fruto de excitação ou temor, mas uma coisa era certa: Travis a havia surpreendido completamente.

Bem, claro que ela sabia que eventualmente se encontrariam pessoalmente, mas não esperava que fosse tão abruptamente. A mulher esperava ter algum tempo para se preparar mentalmente para este momento, para reunir suas forças e acalmar os nervos aflorados que agora rugiam dentro dela.

Seu jato particular aterrissou no território novaiorquino ainda nas primeiras luzes da manhã e, enquanto os primeiros raios de sol banhavam a paisagem urbana da cidade, ao contrário do descanso que pretendia ter, a mente da cantora encontrava uma turbulência de nervosismo à espera do encontro iminente com o tight-end dos Chiefs, agendado para horas mais tarde.

Ao menos, entre a chegada e o encontro, ela teria algumas preciosas horas para se preparar, para absorver e planejar o que estava por vir.

O planejamento, porém, não se limitava a simples reflexões mentais; acabou se desenrolando para o sentido literal. Ela precisaria se esquivar das multidões anônimas e dos olhares ávidos dos paparazzis acampados na fachada de seu prédio, além de ocultar com maestria o segredo de um encontro noturno com alguém que Tree Paine, sua agente, não aprovaria de forma alguma. A ruiva poderia esgoelar-lá se descobrisse suas atividades secretas nas últimas semanas.

Taylor estava determinada a garantir que nenhum detalhe desse encontro escapasse para a imprensa sensacionalista, pois não desejava, nem por um instante, enfrentar as manchetes cruéis e as teorias selvagens de seus fãs sobre um relacionamento que sequer existia.

Já havia vivido o suficiente de intromissões durante seu breve romance com Matty Healy.

"Desculpa Tay, isso não é muito cavalheiro da minha parte, mas eu vou ter que pedir para você escolher o restaurante. Eu faria isso, mas acredito que não conheço algum lugar tão sofisticado quanto você merece e nem com o mesmo nível de segurança que você precisa."

Foi a mensagem enviada por Travis ainda pela manhã.

Na noite anterior, quando o jogador de futebol anunciara sua chegada a Nova York, ele não havia fornecido mais que os dados essenciais: horário do voo, nome do hotel em que ficaria hospedado e o desejo de encontrá-la para um jantar.

Então, Taylor acabou privada de seu leque de opções, e fez sua escolha. Conhecia um refúgio seguro, um restaurante entre os arranha-céus, onde a privacidade era garantida e os olhos indiscretos não ousavam penetrar. Sua equipe estava habituada a reservar o local para reuniões mais íntimas. Ali, ela sentia confiança de que nenhum sussurro malicioso escaparia pelos arredores da cidade. Além disso, no intuito de preservar a segurança de ambos, solicitou à Travis o endereço do hotel, pois enviaria um carro com motorista e seguranças para buscá-lo no horário do jantar.