Capítulo 14

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03 de maio — 13:12
Sexta-Feira

    Andei de um lado para o outro naquela sala de espera sentindo que estou na beira de um colapso

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Andei de um lado para o outro naquela sala de espera sentindo que estou na beira de um colapso. Tem um bom tempo que levaram Zahara desmaiada lá para dentro e até agora não me deram notícias nenhuma dela, na tensão dela desmaiada no meu colo esqueci meu celular na casa, não tenho como avisar ninguém e agora é melhor deixar como está, não sei o que está acontecendo e falar para eles sem uma notícia de fato só vai piorar as coisas.

Eu estava me arrumando para trabalhar, deixei ela dormindo e me assustei ouvindo os gritos e o sangue, minha cabeça está com um nó, não consigo pensar no que pode estar acontecendo e o silêncio me deixa mais em pânico ainda.

— Licença, eu sei que já vim aqui muitas vezes mas tem certeza que ainda não tem notícias dela? — Perguntei pela sétima vez, a mulher baixinha já não aguenta mais ver a minha cara nessa recepção.

— Não, senhor. Ainda não fomos informados do estado da paciente mas assim que tivermos notícias irei informá-lo. — Bufei impaciente agradecendo e voltei para onde estava.

    Passou mais meia hora, eu estava a ponto de sair procurando sozinho informações quando o médico que atendeu ela apareceu. Levantei rápido me aproximando dele e de cara deu para perceber que alguma coisa tinha acontecido, a cara que o homem fez, o sorriso fraco cauteloso me deixou logo em alerta.

— Ela está bem?

— Vai ficar. — Franzi o cenho. — Vou levá-lo para vê-lá e explico melhor toda a situação. Ela está dormindo por conta dos medicamentos, deve acordar em breve.

— Tudo bem. — Murmurei respirando fundo. Segui o doutor até o quarto e me aproximei da maca passando os dedos nos cachos bagunçados da branquela. O rosto ainda estava meio pálido. — O que aconteceu? — O olhei.

— A paciente sofreu algum momento de estresse forte nesses últimos dias?

— Estresses normais do dia, só hoje que foi um dia bastante agitado para ela, aconteceu muitas coisas... mas o que isso tem a ver com o desmaio? O sangue?

— Pelas falas do senhor acredito que não tinham conhecimento da situação atual da sua namorada...

— Situação atual? — O cortei agoniado com tanta enrolação. — Me desculpa, doutor, mas poderia ir logo para o assunto? Não sei se percebeu mas estou ficando mais agoniado do que antes.

— Certo, me desculpe. — O mesmo coçou a garganta suspirando. — Zahara estava grávida de três semanas, o feto ainda era muito recente e os fortes momentos de estresse acabaram acarretando um aborto espontâneo. Tentamos de tudo para manter a gestação mas os primeiros três meses são essenciais para uma gravidez, é necessário evitar essas situações e manter repouso, eu sinto muito.

Ouvir aquelas palavras foi como um soco no meu estômago, ouvi um zumbido em meu ouvido e precisei sentar. Grávida? Seríamos pais?

— Tragam um copo de água para ele, por favor. — Sua voz estava longe, eu estava tentando raciocinar o que aconteceu mas dói, e muito. — Beba, está pálido. — Me entregou. Levei o copo com as mãos trêmulas até os lábios e tomei um gole. — Entendo que é uma situação delicada e mais uma vez eu sinto muito, mas precisa ser forte, Zahara ainda não sabe.

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