08 de março — 15:00
Sexta-feira.Abracei minha mãe por trás, apoiando meu queixo em seu ombro. Vim almoçar aqui hoje e estou até agora, já cochilei no sofá e tudo.
— Não tenho dinheiro. — Eu ri beijando a cabeça dela.
— Não quero dinheiro, coroa. Estou indo para casa, tenho umas coisas para resolver e amanhã tenho uma festa para ir.
— Festa? De algum amigo da escola ou faculdade? — Neguei.
— É aniversário da dona Cida, avó da melhor amiga do Nado. Conheci ela na quarta e me convidou, disse que se não fosse ela iria me buscar. — Sorri lembrando da dona Cida, ela bateu lá em casa ontem voltando do mercado para me lembrar de ir.
— Ah sim, ela é um amor de pessoa. Conversamos umas duas vezes quando o Renato estava com ela.
— É sim. Enfim, vou indo nessa, preciso estudar umas coisas para a loja. Viu as fotos no Instagram da loja?
— Vi, meu filho. Ficou lindo igual seu pai. — Sorriu ajeitando minha blusa. — Só assim para eu ter uma foto sua sem ser na academia. — Eu ri a abraçando apertado.
— Vai revelar e pôr na sala? — Ela me olhou óbvia.
— Tem dúvidas? Toda vez que chegar visita vai ver o filho lindo que eu tenho. — Beijou meu rosto. — Leva um pedaço do pavê. — Falou já pegando um pote no armário.
— Tem muito, mãe. — Arregalei os olhos ao ver ela pôr metade do que sobrou do almoço.
— Tem nada, menino. Seu pai não está podendo comer muito doce, se ficar aí ele vai comer tudo. – Fechou o pote e me entregou. — Qualquer coisa divide com seu primo ou com alguém que conheça, vizinhos, não sei.
— Tá bom, dona Paloma. Vou lá, fica com Deus e da um beijo no pai por mim. — A abracei apertado. — Eu te amo, coroa.
— Eu também te amo, meu filho, vai com Deus. — Sorriu beijando meu rosto. — Quando chegar em casa me avisa.
— Aviso sim, tchau.
Mandei um beijo para a mesma e saí de casa, entrei no carro dirigindo até a minha, ao chegar lá desci para abrir o portão e vi a estressadinha sair de casa com uma sacola daquelas de mercado nas mãos.
Sendo franco, desde a tarde de quarta que essa branquela não sai da minha cabeça, ontem não a vi mas escutei sua voz falando com o irmão, provavelmente estavam pelo quintal dela. Zahara estava com o cabelo preso em uma trança lateral, dessa vez sem a touca de cetim.
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Nosso jeito de amar
RomanceZahara saiu de um noivado arruinado por uma traição, focada em seu trabalho como professora não imaginava que um vizinho novo faria sua vida, agora calma, voltar a ser agitada. João Victor retornou para sua cidade natal depois de cinco anos, com a...