[13] Coincidências

8 0 0
                                    


[Ben]

— Você parece tá mais radiante que o usual, me conta... Você e o Simon se acertaram? — Meg me perguntou enquanto fumávamos um cigarro no terraço da escola.

Sua pergunta me pegou completamente desprevenido, e sinceramente, nem tinha o porquê de esconder as coisas dela. Sobretudo, quando ela mantinha aquele olhar inquisitivo dela.

— Você tem razão! Algo aconteceu, mas não foi com o Simon...

— Não me diga que é o cara do karaokê... — Meg falou animada enquanto tapava a boca com a mão e depois me dar um tapa no ombro, como se me disse "bom trabalho, garotão!" — Anda! Desembucha!

— Sim, saí com o Alex ontem — revelei e Meg deu pulinhos de alegria. — Levei ele para conhecer a Orla.

— Tanto lugar pra ir e vocês foram num lugar que fede a peixe!

— Alex é novo na cidade, então achamos que seria interessante se pudéssemos na verdade conhecer a cidade juntos, e como consequência, nos conhecermos também.

— Sei... — Meg me disse com um olhar malicioso, soltando a fumaça do cigarro pela boca, enquanto olhava em direção da rua.

— É sério! — garanti na esperança de tirar quaisquer expectativas que ela pudesse ter a respeito de mim e Alex. — Não quero apressar nada. Ainda tem um Simon para resolver, sabe? — contei, escorando-me no parapeito do prédio, enquanto admirava o céu límpido e o tempo agradável.

— Merda! É verdade! Tem esse lance o Simon... — Meg falou oferecendo-me um olhar simpático, como se mesmo sem palavras me dissesse que estaria ali se eu precisasse. — Mas me diga! Ele beija bem?

— Bem demais até! — Respondi lembrando do beijo que demos ontem na roda gigante da Orla.

Se eu pudesse fechar meus olhos, poderia sentir toda mágica da tarde de ontem, tudo de novo.

— Ei, vocês! — Amélia disse da porta, somente colocando a cabeça para o lado de fora. — O intervalo já acabou. Vamos voltar?!

— Sim, senhora! — dissemos em uníssono, apagando o restinho do cigarro no concreto do parapeito do prédio, depois jogamos ele no cinzeiro improvisado de Amélia.

Passamos o restante da tarde ensaiando e sentíamos a pressão da chegada da estreia de nossa peça cada vez mais próxima da gente. Não posso negar que eu me sinto muito animado para esse dia, e a chance de viajar para algumas cidades.

Por mais que eu ame Seattle, sair da cidade e conhecer novos lugares é tudo o que mais gosto nesse processo todo de levar nossa apresentação para outros teatros. Amélia me ensinou através dessas viagens o quanto essa liberdade é maravilhosa, e confesso que amaria que todos um dia pudessem experimentá-la!

Senti o telefone em meu bolso vibrar, e percebi que não era uma mera mensagem, alguém parecia estar me ligando. Retirei meu celular do bolso e vi o nome de minha irmã na tela.

— Benny? Pode falar?

— Claro, Mack! O que foi? — perguntei afastando-me de Meg, que ao ouvir o nome de minha irmã gritou ao meu lado.

— Oi, Mack!

— Você está livre hoje à noite? — Minha irmã me perguntou do outro lado da linha.

Essa Não É Uma História de Amor Qualquer [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora