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Ana POV's

(1 semana depois)

Doeu a forma como meu pai me deixou na casa da minha mãe, eu nunca achei que ele pudesse ser tão frio ao ponto de não olhar na minha cara antes de entrar no carro de novo sem ao menos ter certeza de que eu entrei no prédio.
O que aconteceu nessa última semana? Simples: Eu passei a maior parte do dia dormindo e muitas noites acordada com medo de sonhar com meu pai, mal me alimentei, não fui ás reuniões da UFO e evitei olhar minhas redes sociais.
Sim, depois de 15 anos, os fãs do Jão ainda fazem edits com fotos minhas e do meu pai. Honestamente, isso é bem irritante até, eu não gosto do jeito que as pessoas romantizam nossa relação só por ele ser o famoso Pedro Tófani.
Eu até continuaria a contar como foi minha semana pra vocês, mas minha mãe logo se aproximou e bateu na porta:

Malu: Ana! Sai daí filha!

Ana: Me deixa aqui! Eu tô bem!

Malu: Vai Nala!.. Você precisa pelo menos comer alguma coisa, eu tô preocupada com você!..

Foi o momento em que eu respirei fundo e abri a porta, vendo minha mãe com um coque frouxo e as cadelas pulando na volta dela.

Malu: Você tá quase albina minha filha!

Ana: Também te amo mãe.

Vou em direção ao banheiro e me vejo no espelho.
Ok, talvez ela não esteja tão errada assim, já que eu não posso pegar sol e não saí de casa desde que cheguei.
Faço minhas higienes matinais e me troco. Assim que saio do banheiro, ouço minha mãe no telefone com alguém.

Malu: Pedro eu tô falando sério, eu tô muito preocupada... Eu sei que ela não pode pegar sol mas... Porra Tófani! Me escuta um pouco!..

Logo decido fingir que não escutei nada e vou pra cozinha fazer meu café da manhã.
Sim, é a primeira vez em 7 dias que a minha primeira refeição não é um frango empanado ás 15h.

Malu: Filha, eu vou na consulta hoje pra saber se tá tudo bem com o bebê e vou te deixar com seu pai e o Jão.

Ana: Não.

Malu: Não foi uma pergunta, foi uma afirmação Ana Laura.

Ana: Não Maria Luísa, eu não vou ficar lá.

Malu: Vai sim, eu e o seu pai temos um combinado sobre a sua guarda, então você vai arrumar sua mochila e eu vou te levar pra casa deles.

A vontade de revirar os olhos é imensa, mas consigo controlá-la graças às cachorras que entram na cozinha brincando e pulando.

Ana: Quando eu volto?

Malu: Você sabe muito bem.

Ana: Mas... O Super já vai ter lançado, você disse que a gente ia ouvir todas as músicas juntas...

Malu: Ouve com seu pai, aposto que ele vai adorar se você pedir.

Respiro fundo e termino de tomar café em silêncio.
Sim, eu sei que isso é tudo armação deles pro meu pai poder se redimir comigo, mas eu não sei se consigo pelo menos falar com meu pai depois do que aconteceu na semana passada.
Essa história ainda vai longe.




Continua...

Eu posso ser como vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora