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Pedro POV's

Após alguns minutos, me acalmei no colo do meu namorado.
O Jão e o resto dos UFO's, nos ajudaram MUITO quando o Felipe começou a perseguir a Malu ainda na faculdade. Foi bem difícil fazer a Malu sair de casa depois que ele foi ver ela pela primeira vez. Ele apareceu dizendo que sabia que a filha dele tava ali, que a Malu não poderia esconder ela pra sempre. Ele só foi supreendido quando eu apareci com a Ana nos braços e mandei ele embora.
Falando assim, parece até que foi tranquilo, mas só nós sabemos o quão desesperador aquele dia foi.

_Flashback on_

Malu: Papai, busca sorvete pra mamãe?.. - Ela fala com uma voz fininha enquanto balança a Ana, o que me faz rir.

Pedro: Não, a mamãe não pode comer tanto sorvete assim, ela vai passar mal.

Malu: Por favor papai...

Não consigo resistir ao ver as minhas meninas fazendo carinha triste.

Pedro: Tá bom filha... Você e a sua mãe venceram.

Malu: Ebaaa.

Pedro: Mas só um pouco!

Malu ri e faz cócegas na nossa filha. Adoro esses momentos com elas, esse tipo de cena sempre me faz sorrir.
Peguei a Ana no colo e levei ela pra cozinha, nossa pequena adora as cores dos armários, parece até que as portas tem um efeito hipnótico sobre ela.
Servi o sorvete da Malu com uma mão só, o que não foi difícil já que a Ana é bem pequena e não fica tentando sair do colo. Mas me assustei um pouco quando ouvi batidas na porta.

Pedro: Amor, você atende?

Malu: Claro.

Depois que ouvi o barulho da porta se abrindo, não consegui entender direito o nome que a Malu falou, mas é um nome familiar. A conversa que veio logo em seguida me deixou um pouco curioso, quem estaria atrás da minha Ana?
Deixei o pote de sorvete em cima da pia e fui até a Malu com a Ana nos braços. O homem que estava na porta não era meu pai, o pai da Malu ou um dos nossos amigos... Sim, era o Felipe.

Pedro: O que você quer aqui, Felipe?

Felipe: Ela! - Ele disse apontando na direção da Ana.

Pedro: O que você quer da minha filha?

A cara que ele fez foi de deboche e surpresa ao mesmo tempo. Ele não acreditou no que eu disse, parecia que estava se recusando a acreditar na verdade.

Felipe: Eu sei que ela é MINHA filha!

Malu: Felipe! Ela é filha do Pedro!

Felipe: Eu sei que não é!

Pedro: Já chega! Nos deixa em paz de uma vez por todas! Você não entende que ela não é sua filha?!?!

O que veio em seguida me fez sentir remorso. A Ana não só se assustou com os gritos de nos 3, ela começou a chorar muito.
Me senti horrível, eu poderia ter tirado ela dali, mas me deixei levar pela raiva e gritei perto do ouvido dela. Tudo o que eu consegui fazer, foi correr com ela até o quarto e ficar balançando ela.

Pedro: Desculpa, meu amor, desculpa...

O choro da Ana é o barulho que mais me assusta atualmente, me sinto um completo inútil quando estou ao lado dela e não sei o que fazer pra ela parar de chorar. É desesperador ver a minha menina assim.

Pedro: Shh... Calma...

Balancei ela nos meus braços até que ela se sentisse segura e parasse de chorar.

Pedro: Desculpa, filha...

Pude ouvir o Felipe gritar com a Malu, mas ela não deixou barato. Deixei a Ana no berço e fui correndo até a porta, mas ao invés de encontrar a Malu em apuros, vi ela com os olhos marejados por ter dado um tapa no rosto do Felipe.

_Flashback off_

Lembrar disso é como enfiar uma faca no meu peito. Depois de ter dado um tapa no Felipe, a Malu começou a chorar por ter feito aquilo, ela se sentia muito culpada, chorava o tempo todo. Eu não sabia o que fazer, tinha vezes que a Ana chorava junto com a Malu, o que se faz em uma hora como essa??
Depois de me acalmar, tomei coragem pra contar o que tinha acontecido. Além de meu namorado, o Jão também é amigo da Malu, ele possivelmente vai saber o que fazer em relação a isso.

Pedro: O Felipe foi na casa da Malu... Ele ainda tá procurando a Ana.

Jão: Não acredito nisso... Depois de 15 anos!

Pedro: Você sabe que ele é um doente.

Jão: Sei, mas você e a Malu não podem baixar a cabeça pra ele!

Pedro: Eu tenho medo de que ele ache a Ana...

Jão: Pedro Tófani, olha aqui pra mim!

Me sento no sofá e olho nos olhos dele. Aqueles olhos que me hipnotizam e me acalmam ao mesmo tempo.

Jão: Você é o pai da Ana Laura, sua função nessa vida é proteger ela! Você pode ter errado alguns anos atrás, mas tenta consertar esse erro compensando ela! Protege a sua filha...

Sorrio enquanto seguro minhas lágrimas. O Jão sabe o quanto eu amo a Ana, ele sabe que eu me sacrificaria por ela, eu trocaria a minha vida pela dela. Ele tem razão, eu PRECISO proteger a minha filha.

Pedro: Eu te amo, João Romania.

Jão: Eu te amo, Pedro Tófani.

Deixo algumas lágrimas caírem e beijo ele. Um beijo calmo e demorado, demonstrando nossos sentimentos um pelo outro, mas sem segundas intenções, apenas amor.

Continua...

Eu posso ser como vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora