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(Dia seguinte)

Ana POV's

Assim que acordei, estranhei o quarto em que estava, mas logo vi meu pai deitado ao meu lado.
Deduzi que eu dormi no colo dele e ele me trouxe até aqui, é a explicação mais lógica possível.
Logo me levantei e fiz minhas higienes matinais. Já era possível ouvir os gatos miando. 4 gatos ainda sim são menos bagunceiros do que o Jão, esse homem parece um furacão!
Sendo bem honesta, eu até gosto de acordar antes dele, assim posso tomar café em paz e fazer os trabalhos do meu curso.
Preparo o café da manhã e já abro meu computador, sim, eu tenho o bendito costume de tomar café já trabalhando, culpem meu pai por isso.
Meus trabalhos até que são bem fáceis, talvez eu tenha mais facilidade por ter aprendido a mexer com câmeras fotográficas aos 8 anos de idade, sempre gostei da fotografia. Eu amo estar atrás das câmeras, é assim que eu consigo me sentir útil no Universo.
Mas todos os meus pensamentos se afastam assim que vejo um moreno e um loiro abraçados na minha frente, uma cena que me faz sorrir.

Ana: Bom dia casal.

Pedro: Bom dia... Trabalhando uma hora dessa?

Ana: A culpa é sua, minha mãe sempre disse que eu ia ser igual você quando começasse a trabalhar.

Jão: Errada ela não tá...

Pedro: João Vitor!

Jão: Falei nada!

Rimos um pouco e logo os gatos voltam a chamar atenção de seu dono.

Jão: Por que não pedem comida pra Ana? Ela acordou antes de mim!

Ana: São SEUS filhos Jão!

Jão: Se o seu pai também for pai deles, isso não torna vocês irmãos? - Acabo rindo com a fala dele.

Ana: Não sei se é tão fácil assim, já não tô sabendo lidar com um irmão humano.

Pedro: Foi bom ter tocado no assunto! Sua mãe conversou com você?

Ana: Bem pouco...

Pedro: Claro... Você nem saiu do quarto essa última semana...

Respiro fundo mantendo a calma e finjo que nada aconteceu, apenas sigo fazendo meus trabalhos.

Pedro POV's

Eu realmente não quero tocar em um assunto delicado como esse no café da manhã, principalmente depois de ver que a Ana foi contagiada com meu péssimo hábito de trabalhar antes de comer qualquer coisa.

Jão: Fez café Ana?

Ana: Fiz... Tá ali na bancada, eu vou pro quarto terminar de editar as gravações da semana passada...

Uma parte de mim quer muito dizer "Não! Fica aqui com a gente!".
Mas a outra parte diz " Pedro, deixa ela ir, você sabe que é melhor esperar".
Eu preciso conversar com a Ana sobre o que aconteceu na última semana, só não consigo achar as palavras e nem o momento certo.
Vejo que é tarde demais quando minha filha passa pelo corredor e se tranca no quarto outra vez.

Jão: Podia ter pedido pra ela ficar.

Pedro: Acha que eu não sei disso? Ela possivelmente jogaria o computador na minha cabeça - Ouço meu namorado rir com a minha fala - Não foi engraçado!

Jão: Claro que foi! Você pensou nisso porque faria o mesmo!

Pedro: Eu não... Tá, acho que eu faria sim - Sorrio e me sento.

Jão: Relaxa, tenta conversar como amigo e não como pai.

Pedro: Não é tão fácil assim meu amor...

Jão: Eu sei... Mas pra entender a situação você vai ter que entender o lado dela. Você já entendeu o lado da Malu, agora entende o lado da Ana.

Sorrio e o abraço. Ele sabe como fazer essa "ponte" entre eu e a Ana.
Acho que no fundo foi por isso que eu me apaixonei por ele, eu me apaixonei pela alma desse homem. Ele me trata até melhor do que eu mereço e ainda trata bem a minha filha como se fosse filha dele. Tem como não amar João Vitor Romania Balbino?
Deixo um beijo no canto dos lábios dele e continuamos conversando enquanto tomamos café.



Continua...

Eu posso ser como vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora