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Pedro POV's

Terminamos a reunião e fomos para o estúdio com o Zebu começar a criar as melodias das músicas e gravar.

Malu: Vocês vão ficar aí até que horas?

Pedro: Umas 18h eu acho.

Malu: Hum, acho que vou levar a Ana lá pra casa, pode ser?

Pedro: Pode sim, depois eu passo lá e pego ela.

Jão: A Ana não tinha dito que ia ficar pra poder gravar o processo criativo das músicas?

Malu: Bom, a câmera dela tá aí e ela tem o resto das coisas.

Vou até a minha filha e faço sinal pra que ela tire os fones de ouvido.

Pedro: Quer ficar aqui e gravar o processo criativo ou quer ir pra casa da sua mãe?

Ana: Vou ficar.

Pedro: Tá - Volto pra perto da Malu e do Jão -  Ela vai ficar, pode ir pra casa Malu.

Malu: Tá, eu vou indo mas você sabe né, se ela precisar de qualquer coisa é só me chamar.

Pedro: Eu sei cuidar da minha filha tá bom?

Malu: João, cuida dessas crianças por favor, às vezes eles não têm muito juízo.

Jão: E você acha que eu tenho?

Malu: Não façam com que eu me arrependa de deixar ela com vocês - Ela vai embora e nós pegamos uma cadeira pra cada um.

Jão: Bom, eu queria começar com Me Lambe, a letra já tá pronta mas não consegui achar nenhuma melodia.

Ana POV's

Pego minha câmera e ajeito com a lente do meu pai já que a minha tava riscada.
Fico filmando só em alguns momentos. Fica difícil trabalhar com meu pai se ele quer que tudo seja do jeito dele.

Pedro: Assim o ângulo vai ficar ruim - Me irrito e entrego a câmera pra ele.

Ana: Faz melhor então já que você sabe tudo.

Jão: Vamos dar uma pausa? Tô cansado.

Coloco a câmera em cima da mesa e me sento.

Ana: Pai, eu sei que você quer me ajudar, mas esse é o MEU trabalho. Eu não sou criança, posso muito bem cuidar disso sozinha.

Pedro POV's

O que a Ana disse me fez pensar. Ela realmente não é uma criança, agoda ela trabalha comigo. Eu tinha que começar a agir como colega de trabalho e não como pai dela.

Pedro: Tá bom meu amor, desculpa.

Ela sorri e pega o celular. João tava quase dormindo sentado com as letras das músicas na mão.

Pedro: Acho que temos que ir pra casa né? Já deu por hoje.

Zebu: A maioria das músicas já tem pelo menos uma base pra melodia, acho que já tá bom por hoje.

Pedro: Amor - Balanço meu namorado - João! Acorda.

Jão: Quero ir pra casa, ver meus gatos e dormir.

Ana: Então vamos.

Pegamos nossas coisas e fomos pro carro.

Pedro: Então você quer lotar estádios agora?

Jão: E por que não? Você sabe que é isso que eu quero desde 2018.

Pedro: Ok, então vamos lotar estádios pelo Brasil.

Assim que chegamos em casa, eu me tranco no quarto e ligo pra Malu. Não aconteceu nada com a Ana, mas assim que ela descobrisse o que eu tinha acabado de pensar, ficaria com raiva de mim até 2040.

📞Ligação on📞

Malu: Oi Pedro.

Pedro: Oi, preciso muito falar com você!

Malu: Aconteceu alguma coisa?

Pedro: Não, mas vai acontecer.

Malu: Ai meu Deus Pedro, o que você fez??

Pedro: É sobre a turnê do Jão. Nós vamos pra lugares maiores, logo, a equipe vai ser maior e eu não quero que a Ana vá junto. Não conseguiríamos cuidar dela, ela poderia correr algum risco se ficasse sozinha num quarto de hotel mas correria mais riscos ainda se fosse nos show's com a gente.

Malu: E o que você planejou?

Pedro: Acho que ela poderia ficar com a minha mãe em Belo Horizonte.

Malu: Ela não vai gostar disso Pedro, sua mãe é uma vó fantástica pra Ana, mas ela já tá até se preparando pra essa nova turnê, ela sempre vai com a gente. Também é uma chance que temos de passar por esses momentos incríveis com ela ao nosso lado.

Pedro: Eu sei, mas essa turnê vai ser maior.

Malu: Pedro, por favor, não decide nada agora, ainda temos tempo.

Penso um pouco. Às vezes eu só quero que a Ana fique segura mas acabo sendo super protetor com ela.

Pedro: Tá, vou esperar mais um pouco.

Malu: Preciso ir, tchau Pedro

Pedro: Tchau Malu.

📞Ligação off📞

Eu não queria levar a Ana nessa nova turnê, mas eu tenho que aprender que a minha filha não é mais uma criança. Ela já tem quinze anos, já trabalha e estuda por conta própria.
Assim que abro a porta do quarto, Jão está me esperando encostado na parede.

Jão: Achei que tivesse fugido pela janela.

Pedro: Tava resolvendo umas coisas.

Nós vamos pra sala e nos sentamos no sofá. Consigo ouvir o barulho das unhas da Ana no teclado do computador, olho pro chão da sala e ela está editando as imagens de hoje.

Jão: Viu? Eu disse que esse talento era hereditário.

A Ana nem nos escuta de tão concentrada que está.
Jão me puxa e me dá um beijo. Percebo que a Ana está com os fones de ouvido sem fio.

Pedro: Escolhe um filme, ela não vai ouvir mesmo.

Jão se ajeita e eu deito minha cabeça em seu peito. O jeito que ele me acalma é incrível, eu me sinto bem só de ter ele por perto.
O filme mal começa e eu durmo.

Continua...

Eu posso ser como vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora