Harry acordou no crepúsculo com cheiro doce, o ar fresco da noite em seu rosto, o gosto de sangue persistente em sua língua.
Dor.
Abrasador, ardente, gravado em ossos e tendões, uma sobrecarga de sensações que arrancou um gemido de seus lábios. Ele podia sentir o chão balançando sob ele, balançando como o convés de um navio velho. Ele estava tonto. Ele estava com náuseas. Todo o seu corpo doía. Cada vez que ele respirava, havia uma pedra cravada em suas costas, uma pontada aguda de dor, um calor doentio espalhando-se por sua pele porque...
Oh.
Ele havia se machucado, não?
Pensar era. Duro. Pensamentos e ideias flutuando livremente em sua cabeça como muitos flocos de neve. O sentido lhe escapou, desfiado ao seu toque, como uma fita, fio e desgastado.
Ele tentou se mover. Seu corpo estava lento, apático. A mais leve contração despertou seus nervos em flashes brilhantes de agonia. Ele rolou para o lado mesmo assim, porque a alternativa era ficar, era pensar , e ele. Não conseguia. Ele se contorceu até que a pedra não o cravasse mais e não parecia que cada respiração deixava suas costas em carne viva.
As pontas dos dedos roçaram a pedra áspera. Harry pressionou a mão contra ele, sentiu pontas rombas penetrando em sua pele, sólidas e ali , um ponto de apoio para sua consciência em declínio. Sua respiração era irregular, alta, era o único som que ele conseguia ouvir com as batidas de seu coração.
Ele estava vivo.
Seus olhos se abriram.
Vivo, vivo, vivo.
Ele olhou para as estrelas, incrédulo. Prata preciosa, espalhada como as brasas de um fogo extinto na cortina negra do céu, as estrelas olhavam de volta. A lua pairava no alto como uma pérola gorda, de barriga cheia e opalescente.
Harry ficou deitado sob a noite líquida e sem nuvens. Ele contou suas respirações e ouviu o vento seco assobiar entre os monólitos de Stonehenge, uma canção suave e sobrenatural. Nenhum outro barulho quebrou o silêncio; ele estava completamente, totalmente sozinho. Que foi. Chance.
A dor nas costas diminuiu em ondas. Seus pensamentos se fundiram em um simulacro de sentido e Harry franziu a testa. Ele havia deixado o mundo consciente no meio de um dia chuvoso. Agora havia estrelas, e a lua, e silêncio. Seus ouvidos zumbiam com um ruído surdo e agudo. Houve Comensais da Morte. Houve -
Hermone.
Com os dentes cerrados, Harry lutou para se sentar. Seu estômago embrulhou. Ele engoliu a vontade de vomitar, a inquietante onda de náusea. Vomitar era se curvar, e o pensamento por si só provocou fios de dor em sua espinha. Ele respirou fundo, a garganta trabalhando, e se forçou a ficar quieto.
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A Muito tempo atrás...
FanfictionPerseguido pelos Comensais da Morte enquanto a guerra bruxa continua, Harry é jogado mil anos no passado, deixando seus amigos liderando a luta contra as forças crescentes de Voldemort. Perdido em um mundo desconhecido, ele conhece uma lenda. Ele de...