Capther 11.

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A Floresta Proibida estava viva com o cheiro de coisas verdes. Solo úmido, madeira podre. O vento agitava as folhas secas, o som era como o das ondas agitando-se na costa. Raízes se contorciam sob os pés, traiçoeiras e grossas como o torso de um homem.

Harry seguiu Godric por um caminho estreito de terra que serpenteava por entre as árvores grossas. Formas escuras permaneciam fora de vista, ilusórias como fantasmas desbotados. Godric moveu-se pelas sombras com a habilidade de uma coisa silenciosa e espreitadora. Ele seguiu uma trilha de pegadas e galhos quebrados invisíveis aos olhos de Harry. Harry manteve a mão na varinha e deu passos cuidadosos, respirando leve.

“Você sabe caçar, garoto?” Godrico perguntou.

"Não", disse Harry. “Eu sei o que é ser caçado.”

“Ainda não está claro”, disse Godric. “Qual metade do jogo jogamos hoje.”

“Você sabe no que estamos nos metendo?”

Godric olhou para ele. Seus olhos eram da cor do solo rico sob a luz salpicada da floresta. “Qual seria o seu palpite?” ele perguntou.

Harry pensou em bichos-papões, em acromântulas, em fogos-fátuos e em esconde-escondes. Escamas verdes e presas do tamanho de seus braços, respirações barulhentas em capas pútridas, uivos agonizantes sob o brilho perolado do luar em forma de haste de folhas.

“Não sei”, disse ele. “Não consigo pensar em nenhuma criatura que sequestraria alguém, em vez de simplesmente matá-lo. Um Erkling, talvez? Eles têm gosto por crianças. Ou uma Acromântula. As aranhas guardam sua comida para mais tarde.”

Godric lançou-lhe um olhar de puro alarme. “Como você ouviu falar dessas feras?”

Foi uma das piores noites de sua vida. Não por causa do perigo em si. Não por causa das aranhas ou da sensação da teia pegajosa em sua pele. Porque Rony. Ron estava com ele e Harry pensou que ele havia levado seu melhor amigo ao matadouro.

“Apareci em um ninho inteiro quando eu era menino.”

“É uma coisa rara”, disse Godric com cuidado. “Mesmo para um bruxo, ter viajado tão longe para o Oriente.”

"Desculpe?"

“As acromântulas só podem ser encontradas nas terras distantes do Oriente. Os Hindustanis fazem remédios com seu veneno. Nós viajamos para lá em nossa juventude, Salazar e eu. Surpreende-me saber que você também.

Harry respirou fundo. Seu coração tropeçou em si mesmo. "EU - "

“Eu não ouviria mentiras de você, garoto. Guarde seus segredos, se necessário. Godric parou. Ele se virou para Harry, erguendo-se em toda a sua altura. Harry observou a luz do sol pingar como mel em sua pele dourada escura. “Salazar, por razões que desconheço, parece confiar em você. Raramente o vi confiar tão facilmente em outra pessoa. Só isso já lhe dá uma medida de clemência da minha parte. Porém, saiba disso: serei eu quem enfiará uma espada em sua garganta, caso você se mostre enganador para ele. Carregarei seu cadáver e o enterrarei onde ninguém o encontrará.”

“Não será você quem vai me matar, senhor. O lote já foi sorteado, no que me diz respeito.

Godric grunhiu. “Encontrei você meio morto, não foi? Há um fogo em você, rapaz, isso eu admito. Você luta como um homem que está mais do que familiarizado com a Morte. Vem por aqui."

Godric saiu do caminho, entrando na escuridão mais profunda das árvores mais largas, e Harry o seguiu.

“Diga-me então”, disse Godric. “Como é que alguém quer você morto?”

A Muito tempo atrás...Onde histórias criam vida. Descubra agora