Capítulo XIX - Clã Hanami

39 3 1
                                    

Por Srta-Athena

Sakura nunca tinha viajado tão rápido, nem quando cruzou o mar para o país da Neve tinha sido tão veloz quanto aquele meio de transporte, que foi de Tóquio até o seu próximo destino.

— Chama-se trem bala, deve durar duas horas até chegarmos em Fujinomiya — Haru apoiou o peso do corpo, oferecendo a mão livre para ajudar a rosada. Contudo, Sakura passou reto, puxando sua mala, deixando um rosado frustrado para trás, não é como se ela não soubesse o que era um trem, não precisava tratá-la como alguém ignorante.

A rosada observou todos os detalhes, sendo guiada pelo Hanami um pouco depois de ter sido deixado para trás, indicando uma cabine reservada, na parte mais a frente do trem, em uma ala extremamente luxuosa. Sakura ergueu ambas as sobrancelhas, se perguntando quanto dinheiro aquele clã, supostamente, desesperado tinha.

— Fiquem a vontade, temos banheiro no final do corredor, água quente, panos umedecidos, se quiserem toalhas com óleos relaxantes e só acionar o botão ao lado das cadeiras que uma funcionaria virá atende-los sem problema — uma jovem instruía sobre as regras e questões sobre as regalias da viajem a ambos, com Sakura sorrindo gentilmente enquanto a mesma falava, notando o desprezo do rosado que, rapidamente, se acomodou na cabine, puxando o ar com urgência.

— Muito obrigada, chamarei qualquer coisa — Sakura agradeceu a moça, pegando os folhetos que a mesma trazia, acomodando sua única mala embaixo do assento estofado, sentindo o olhar de Haru em cima — Para um aristocrata, você é bem mal educado.

— Serventes para nós são apenas serventes — respondeu, pomposo, ignorando o revirar de olhos da rosada — Não me entenda mal, estou muito cansado...

Sakura o analisou silenciosamente, encostando as costas no tecido macio da cadeira. Os fios longos dele estavam praticamente presos em um coque pequeno, deixando fios generosos cair sob seu rosto, assim como uma trança fina deslizava pela lateral da cabeça, desaparecendo entre o emaranhado do coque cada vez mais instável, a pele estava sem cor, pálida como papel, a esquerda pressionando o peito, com luvas escondendo as mãos, tal como as mangas do quimono tradicional. Uma vestimenta belíssima, todavia, para um dia razoavelmente quente, não parecia ser indicado para alguém adoentado daquele nível.

O trem começou a se mover rapidamente, deixando o estômago da rosada revirado como nunca esteve, se esforçou muito para manter o café no estômago, agradecendo silenciosamente quando a moça trouxe chá verde e toalhas quentes, o perfume de lavanda agradou seus nervos, apaziguando a sensação nervosa do seu estômago desacostumado a tanto agito. Haru manteve a toalha quente na testa, mantendo a cabeça apoiada em um travesseiro cumprido, mantendo o pescoço apoiado em uma posição confortável. Os minutos se passaram, tornando-se horas de silêncio gritante com a cabeça da Haruno, queria fazer algumas perguntas, todavia, ser invasiva com um suposto maluco não parecia ser uma boa ideia.

— Está muito quieta — Sakura saiu dos seus pensamentos, piscando algumas vezes, encarando os olhos azuis do homem que se acomodava no assento, tirando a toalha da testa, já fria e úmida demais para ajudar na aparentemente dor de cabeça — Sinto não ser uma companhia agradável, mas quando estiver na mansão, com Haru, Soka, Saki, e os outros, talvez você se sinta melhor, em casa.

Aqueles nomes não soavam nada nostálgicos, pareciam pessoas que ela jamais seria íntima, ou, sequer, se importava com elas. Sakura engoliu em seco, suspirando abafado.

— Não sinto que serei tão próxima, também não sinto que terei conforto nesse lugar que você me impôs, mas a minha missão e mais importante que os meus sentimentos — Haru sorriu devagar, balançando a cabeça, tentando conter a tosse seca — Você está bem?

SinergiaOnde histórias criam vida. Descubra agora