Capítulo XX - Maldições de outro mundo

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Por Srta-Athena

Em algum lugar nos esgotos de Tóquio.

O fedor dos dejetos que escorriam em cascata pelos túneis embolorados e cheios de umidade não parecia incomodar os dois que, calmamente, se embalavam em redes rasgadas e cheias de manchas de teor duvidoso. O azulado cantarolava uma música que havia escutado por aí, com os braços cruzados atrás da cabeça, visivelmente animado, ao contrário de seu colega.

— O senhor tem um senso de humor peculiar — comentou, tentando respirar minimamente, seu pulmão já não precisava respirar, de fato, mas os sentidos não pareciam ter ido embora mesmo com sua morte e com a ressurreição no que era agora. O azulado pigarreou, risonho.

— Sou jovem, dizem que jovens fazem qualquer coisa e tem um hábito peculiar de fazer o que der na telha, acho que meu humor vem disso — respondeu risonho, com o tom malicioso no fim de cada palavra — Eu posso fazer o que quiser e sem me importar com nada além de satisfazer minhas vontades.

Ele engoliu em seco, virando o rosto na direção dos túneis escuros, conseguindo ouvir o gotejar do esgoto no fundo de cada caminho grotesco, se ainda precisasse comer morreria de fome depois de tudo que viu ali embaixo com seu mestre, mas talvez, ver e sentir o aroma nada agradável do esgoto não fosse o que deixasse seu estômago, de fato, embrulhado.

— Já se passaram muitas semanas, se me permite dizer, até meses depois que eu e ela nos confrontamos — seu pensamento foi longe, tentando afastar sua condição atual, focando na mulher de madeixas rosas que havia partido seu coração.

— Não entendo sentimentos humanos, mesmo que você mesmo não seja mais um — o azulado de mexeu na rede, espiando o companheiro de baixo, apoiando o rosto nas mãos abertas, sorrindo ladino — Deveria agradecê-lo, já que graças aos sentimentos negativos que teve por ela ao morrer fizeram de você o que é hoje, uma maldição especial.

Os olhos castanhos analisaram o rosto animado de seu mestre, inspirando com força, tentando manter a raiva sob controle. O fim que antecedeu a sua vida humana foi nada comparado ao que outros tiveram na guerra ninja, ele morreu na desgraça, não teve ninguém do seu lado e ele só conseguia pensar em uma única pessoa. O rosto dela lhe rejeitando por causa do Uchiha, ele morrendo por um peão qualquer do inimigo e, depois, apenas um frio imensurável, com algo o puxando para baixo, como se tivessem caído em águas escuras e geladas do país da Neve.

— Quando acordei não vi nada além de um breu — sussurrou, com os olhos atentos de seu mestre sobre si — Uma solidão, sentimentos que pareciam não ser meus, mas que preencheram o vazio que ficou quando perdi minha alma, a vingança, a dor e o desejo de vê-la foi tudo que né sobrou, mestre Mahito.

O azulado riu baixo, pendendo a cabeça devagar enquanto os olhos castanhos o encaravam.

— Por sorte, as maldições que implantou naquele seu mundo estão fazendo um belo trabalho, não vai demorar muito mais tempo para que o estopim aconteça, e quando isso acontecer...

— Vamos conseguir o que desejamos — ele completou, trincando os dentes.

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— De novo, Sakura!

A Haruno avançou pra cima da irmã do instrutor, sendo bloqueada pela katana de madeira da adversária, usando o peso do corpo para empurrar Saki, desferindo dois golpes seguidos, porém Saki foi mais rápida, desviando do ataque, usando as pernas ágeis, golpeando o peito da Haruno, mas não conseguiu derrubá-la, nem para desencorajá-la a contra atacar.

Sakura prendeu a respiração, virando o corpo no segundo seguinte golpeando a lateral da rosada, usando força o suficiente para desestabilizá-la, contudo, seu próximo ataque foi impedido por Soka, desarmando-a usando sua própria katana de treino.

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