Acordei com um sussurro em meu ouvido, uma voz... Cansada.
Uma voz... inexplicável."Bom dia."
Minha cabeça dói e eu não reconheço o lugar onde estou, só sei que é quente e desagradável. É possível sentir as gotas de suor na minha testa, algumas mechas de cabelo grudadas em minha pele por estarem molhadas... É horrível.
Abrindo vagarosamente os meus olhos e piscando algumas vezes, era possível ver uma cabeleira preta e média, mas não conseguia ver seu rosto, estava realmente embaçado.- Você realmente está zonzo. - A voz ecoa em meus ouvidos, e sinto dois petelecos em minha testa. - Você dormiu demais.
Minha cabeça dói...
- Onde eu estou..? - Pergunto, usando todas as minhas forças para falar.
Pisco mais algumas vezes, mas ainda estava um pouco embaçado.
Um homem estava à minha frente, sentado em uma poltrona vermelha.- Onde? - Ele faz uma pergunta retórica. - Você não deveria perguntar quem eu sou?
- Tanto faz, só quero sair daqui. - Sinto meus pulsos amarrados à cadeira, amarrados com uma corda, para ser mais exato.
- Me chamo Suguru Getou. - Ele diz em um tom de naturalidade. - Não vejo problemas em saber meu nome.
- Me tira daqui. - Retruco, ouvindo Getou resmungar um "nananinanão".
- Você está em dívida com a gente, garoto. - Ele diz, batucando o dedo em minha testa.
Para falar a verdade, aquela dívida não é minha, é da minha maldita mãe que resolveu me abandonar.
- A dívida não é minha. - Digo tentando me soltar, mas falhando miseravelmente. - Me solta.
- Bem... - Ele murmura, se levantando. - Se está registrada em seu nome, tecnicamente e hipoteticamente falando é sua. - Ele segue caminho para um pequeno armário, lá, colocando algo que parecia café em uma caneca.
- Mas eu não estou devendo nada! - Vejo Getou voltando, escorando-se na poltrona ainda em pé.
- Não é por isso que o documento da dívida vai sumir. - Ele dá um gole na bebida. Maldito Gangster! - Para evitar sequestro de outras gangues, te "sequestrei" primeiro. - Diz, dando outro gole, fazendo o gesto de aspas. - Me agradeça, vou te dar um emprego decente e uma casa.
- Não vou te agradecer, filho da puta! - Grito, logo, sinto um líquido quente derramar sobre minha cabeça.
Era o café da caneca de Getou.
Rindo, o bastardo continua:
- Ai ai, e esse temperamento? - Ele ri, vendo as gotas de café quente em meu rosto. - Tá muito quente? Quis testar a temperatura em você. - Ele põe a mão meu queixo, se aproximando e ainda rindo.
Mas, rapidamente se afastando, seguindo rumo a uma porta.
Ah claro, tava quente pra caralho!
Merda! Minha cabeça...- Ei Getou! - Digo, desviando o olhar por conta da dor de cabeça. Suguru para e vira um pouco a cabeça, indicando que estava escutando. - Minha cabeça tá doendo, pode buscar alguma coisa..?
Ele ri e retruca:
- Não. - Ele dá um sorriso, saindo da sala.
Claro... O que eu esperava de um gangster?
~~~~~~~~~~~~~~~~~~*
- Boa tarde. - Diz Suguru, entrando na sala com uma tesoura na mão. - Sabe o que é isso?
- Uma tesoura, talvez?
- Minha prova de confiança. - Ele diz, indo atrás de mim e cortando as cordas que amarravam meus pulsos.
Levei os pulsos à frente, abrindo e fechando as mãos.
Ahh!! Que sensação boa!
O mais baixo corta as cordas que prendiam meus tornozelos, jogando a tesoura em cima do sofá ao lado da cadeira onde eu estava.- Finalmente! - Digo, mexendo todas as partes que anteriormente estavam presas por cordas.
- Não vai agradecer? - O de cabelos pretos diz, sentando na poltrona e tirando um papel da pasta que estava em cima da escrivaninha ao lado da porta da sala. - Hum, não importa. - Resmunga. - Seu café da tarde chega daqui a pouco, se alimente bem, Satoru Gojo.
Santa misericórdia, esse maldito pronunciando meu nome me dá arrepios!
- E meus empregos? Tenho opções? - Pergunto, olhando para a mão de Suguru, que mostrava 4 dedos levantados.
- Quatro opções. - Ele diz, sorrindo. - Hm... Garçom, atendente de loja de roupas... - Ele olha o papel. - Atendente de hotel e... - Ele ri ainda mais, olhando para o papel e confirmando algo. - Trabalhar no clube. - Ele ri.
Não vi graça nisso.
Geralmente, garçom daria mais dinheiro por ter mais clientes ao dia...Sem deixar eu falar, o arrombado continua:
- No clube você ganharia o triplo do que como Garçom. - Ele solta uma risada baixa.
- Não vou trabalhar nesse tal clube. - Digo, dando um olhar enojado para o rosto do garoto que me olhava com uma face risonha.
Ele apoia o cotovelo direito na braçadeira da poltrona, ainda se recuperando do riso.
- Deixa eu pensar. - Ele me analisa dos pés a cabeça com os olhos. - Você pode trabalhar para mim, assim você ganharia uns 2 mil a mais talvez. - Ele fala, dando algumas olhadas no papel. - Porém, teria que fazer o que eu quisesse.
Ele dá um sorriso maligno, e obviamente neguei.
- Prefiro morrer. - Cruzo os braços, vendo Getou balançar a cabeça negativamente enquanto sorria.
- Eu sabia que você ia dizer isso. - Ele sorri, ficando em postura na poltrona. - Ninguém aceita isso de primeira. - Como assim de primeira? Uma mulher chega com uma bandeja de comidas, pondo o objeto na mesinha de centro e se curvando levemente diante a Suguru. - Enfim, vou embora, coma em paz.
Tava demorando hein, já vai tarde.
Olhando a bandeja, era um sanduíche acompanhado de uma salada de frutas.
Olhei para a mulher que desviava o olhar sempre que eu fazia isso, estranho. Peguei o sanduíche e o mordi, apreciando o sabor.Porra, isso é muito bom!
Dei mais umas mordidas, estava parecendo que eu era um mendingo que havia acabado de conseguir uma comida sem ser daquelas plastificadas... Mentira não é.
- O sabor... Hm... Está agradável..? - Pergunta a mulher de cabelos castanhos e curtos, ainda sem olhar para mim.
- Sim! - Dou mais uma mordida. - Me diz uma coisa... Sabe porque ele mandou me sequestrar? - Digo, ainda com os pedaços de pão e queijo na boca.
Ela engole seco e fica inquieta, olhando para os lados.
- Por conta de suas dívidas, senhor... - Ela aperta o tecido de sua saia. - E também para evitar o sequestro de outras gangues... - A garota passa o dedo no cabelo.
- Ah... Compreensível. - Digo, dando uma última mordida. - Não quero voltar pra casa, aqui tá melhor. - Dou um sorriso para a garota, que sorri amarelo de volta. - Qual é seu nome? Parece ser algum tipo de assistente do Getou.
Ela continua inquieta.
Tranquilamente, pego a pequena colher de plástico e a tigela de salada de frutas, pegando uma grande porção com o item.- Shoko Ieiri. - A garota passa o dedo no cabelo, ajeitando a sua humilde saia azul escuro. - Sou assistente do Getou.
- Me chamo Satoru Gojo. - Digo sorrindo, logo colocando a colher cheia na boca novamente.
- É... Todos nós já sabemos. - Ela sorri nervoso.
É, virei famoso por ser um pobre fudido.
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Whisper - SatoSugu
Fiksi PenggemarEm um mundo onde a riqueza assume o controle, seria possível Satoru Gojo viver lá sem ser humilhado? Óbvio que não. Satoru Gojo, um jovem garoto pobre que vive escondido da sociedade que o humilha, seguia a sua rota para o supermercado de sua cidade...