Capítulo 7

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Dalila entrou em desespero, suas lágrimas e gritos preenchendo o ar ao redor da jaula de forma angustiante. "Por favor, Jungkook, faça algo! Salve meu pai!", ela implorava, sua voz embargada pelo choro, enquanto batia com força no vidro da jaula. "Ele não pode estar morto, não pode!"

Encarei-a com uma frieza calculada, minha expressão impassível enquanto me aproximava lentamente da jaula. "Dalila, eu sinto muito, mas não há nada que eu possa fazer", respondi, minha voz firme, mas carregada de uma dura realidade. "Ele já se foi."

Ela soluçava, seu corpo tremendo de agonia. "Não, não, não!", ela repetia, como se a repetição pudesse mudar a cruel realidade diante dela. "Por favor, deixa eu sair daqui, eu preciso chegar perto dele!"

Fiquei em silêncio por um momento, observando-a através do vidro, antes de finalmente responder com um tom gélido: "Não posso fazer isso, Dalila. Você sabe disso."

Ela continuou chorando e gritando, seu desespero preenchendo o espaço ao nosso redor. Por mais que eu quisesse sentir empatia por ela, eu sabia que não podia me permitir fraquejar. Era uma questão de sobrevivência, e no mundo que eu criara, sentimentos como compaixão e remorso não tinham lugar.

Enquanto Dalila continuava seu lamento atrás da jaula, eu me forçava a manter a sanidade para lidar com mais esse problema. Por mais perturbadora que fosse a situação, eu precisava manter a calma e pensar racionalmente no que fazer a seguir. Jeremy entrou em minha casa com vida, e ele precisava sair com vida também, pelo menos aparentemente.

Respirei fundo, tentando afastar a confusão e o caos que ameaçavam dominar meus pensamentos. Era necessário encontrar uma solução rápida e eficaz, uma maneira de encobrir a morte de Jeremy.

Com a mente focada em resolver a situação, despi-me rapidamente e em seguida despi o pai de Dalila, vestindo suas roupas sobre o meu corpo. Enquanto eu me movia, Dalila não conseguia esconder sua apreensão. "O que você vai fazer com o corpo dele?" ela perguntou, sua voz trêmula.

Não respondi imediatamente, mantendo meu foco na tarefa em mãos. "Estou falando sério, Jeon. Eu exijo saber!" ela insistiu, sua angústia transparecendo em suas palavras.

Olhei para ela com uma expressão dura, meus olhos fixos nos dela. "Lila, cale a porra da boca para que eu possa me concentrar!" minha voz ressoou com firmeza, cortando o ar com intensidade. Eu não podia me dar ao luxo de distrações agora. Havia muito em jogo, e cada segundo era crucial para manter nossas mentiras intactas e evitar qualquer suspeita indesejada.

Peguei uma lona preta e envolvi completamente o corpo de Jeremy, tentando evitar o contato com seu sangue repugnante. Enquanto eu trabalhava para ocultar as evidências, os gritos desesperados de Dalila ecoavam pelo porão. Ignorei suas súplicas, focado apenas em minha tarefa urgente, e continuei a arrastar o corpo pesado escada acima.

"JEON!" Dalila gritou novamente enquanto eu lutava para manter minha compostura. Eu respirei fundo e me concentrei em meus passos, cada movimento calculado para evitar chamar a atenção. Finalmente, com o corpo enrolado na lona, coloquei o capuz da camiseta para esconder meu rosto e peguei as chaves do carro de Jeremy.

Enquanto eu saía pela porta, os gritos de Dalila ainda ecoavam em meus ouvidos, mas eu já estava além de qualquer distração. Coloquei o corpo no porta-malas do carro e dirigi para longe, determinado a deixar para trás esse pesadelo.

Enquanto as estradas se estendiam diante de mim, uma sensação de alívio misturada com ansiedade se instalou em meu peito. Eu sabia que ainda havia muito trabalho a ser feito para encobrir meus rastros, mas por enquanto, eu estava um passo mais próximo de manter minhas mentiras intactas.

𝑷𝑺𝒀𝑪𝑯𝑶𝑷𝑨𝑻𝑯 | 𝑱𝑬𝑶𝑵 𝑱𝑼𝑵𝑮𝑲𝑶𝑶𝑲Onde histórias criam vida. Descubra agora