Capítulo 3

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Uma vez por semana, dedico um tempo para limpar meticulosamente a jaula da Dalila, garantindo que esteja impecável. Além disso, faço questão de providenciar roupas limpas para ela. E nos dias em que estou de bom humor, mimo Dalila com uma refeição especial. É uma forma de demonstrar todo o meu carinho e cuidado por ela.

Seria desumano deixar Dalila viver miseravelmente, privada de comida, água e cuidados básicos. É essencial garantir que ela tenha todas as suas necessidades atendidas para uma vida saudável.

Naquele dia, enquanto eu limpava sua jaula, percebi como tudo parecia tão comum. Dalila estava acorrentada do lado de fora, presa pelas algemas na barra de ferro do cano. Ela permanecia quieta. Ultimamente, trocávamos poucas palavras, desde que nosso relacionamento se desfez. O medo era evidente em seu olhar.

Dalila temia que eu a matasse da mesma forma que fiz com seu amante, e continuava fazendo com homens aleatórios. Alguns dias, ela era fria e calma; em outros, mais agitada e agressiva.

Eu preferia os dias em que ela mantinha a calma, o distanciamento. Quando Dalila se tornava agressiva, sentia-me obrigado a machucá-la, mas, sinceramente, não encontrava o mesmo prazer nisso como quando estava lidando com homens à beira da morte. No entanto, é necessário reiterar constantemente quem está no comando, quem detém o controle sobre tudo.

Aqui está uma versão revisada e aprimorada:

Dalila tem revelado um lado totalmente diferente do que eu estava acostumado. Ela costumava ser calma, carinhosa e prestativa em nosso relacionamento. Mesmo durante nossa última semana como um casal feliz, ela fingiu tão bem, sabe? Disse que me amava olhando nos meus olhos, me beijou de uma forma que nunca havia feito antes. Foi uma despedida, e eu nem sequer percebi.  me teve na palma da mão por anos a fio, e soube tirar proveito disso.

Ao finalizar a limpeza, faço meu caminho até Dalila, que estava ajoelhada no chão, algemada. Com cuidado, abro as algemas e a ajudo a levantar. Enquanto nos dirigimos de volta para a jaula, ela se vira para mim, agarrando minha camiseta, seus olhos fixos nos meus.

"Espera", ela pede, e eu arqueio a sobrancelha. "Antes de me prender novamente como um animal, por favor, me deixe tomar um banho? Já se passaram três meses... eu... estou imunda."

Com um tom firme, seguro, declaro:

"Não, Dalila."

No entanto, seus olhos lacrimejados, repletos de súplica e desespero, parecem implorar por compaixão. Sua insistência é palpável, evidente na forma como suas mãos tremem enquanto seguram minha camiseta, os dedos crispados com ansiedade. Cada traço de seu rosto revela uma luta interna, enquanto ela tenta encontrar as palavras certas para persuadir-me a ceder ao seu pedido.

"Jeon... por favor!"

Diante do pedido dela, hesito por um momento, mas decido ceder. Aviso com firmeza:

"Está bem, mas saiba que se tentar algo, não vou pegar leve". Os olhos lacrimejantes dela revelam um misto de gratidão e temor, enquanto concorda em seguir para o banho.

Com firmeza, seguro o braço de Dalila enquanto a conduzo pelas escadas do porão, que levam diretamente à sala de estar. Observo atentamente como seus olhos percorrem cada canto dos cômodos da casa que um dia fora nosso ninho de amor, agora transformado em um espaço de tensão e desconforto. Continuamos até o banheiro da nossa suíte, e lá a libero, trancando a porta atrás de mim.

Ela me encara com uma expressão mista de incerteza e vulnerabilidade. "Você poderia me dar um pouco de privacidade?", ela pede.

Eu debocho, rindo sarcástico. "O que é isso? Está com vergonha de mim?" Observo seu rosto, desprovido de qualquer emoção genuína. "Eu conheço cada parte do seu corpo, do dedinho do pé até o último fio de cabelo, Lila. Aproveite o seu banho antes que eu mude de ideia."

𝑷𝑺𝒀𝑪𝑯𝑶𝑷𝑨𝑻𝑯 | 𝑱𝑬𝑶𝑵 𝑱𝑼𝑵𝑮𝑲𝑶𝑶𝑲Onde histórias criam vida. Descubra agora