beach

312 9 36
                                    

A presença de novos alunos da ilha dos perdidos a incomodava um pouco.

Não algo como preconceito até porque Mal tinha vindo daquele lugar imundo também, mas algo como uma distância.

Ela não conseguia ver em si mesma uma garota da ilha enquanto observava uma menininha de meio metro correr pela areia da praia de Auradon no dia dos filhos de vilões.

Era uma celebração e todos se sentavam na areia em um piquenique. Ela não conseguia desviar os olhos da garota loira correndo por ali porque tinha pavor da sua menininha se afogar, mesmo que a herdeira de Auradon soubesse nadar.

—Mamãe, olha!—Sorriu Estela, inclinando a cabeça enquanto, ao longe, mostrava a conchinha para Mal.

Ela desviou o olhar rapidamente, encarando uma morena que tinha chegado hoje da ilha. A mulher a encarava há meia hora, mas seus olhos estavam frequentemente se fixando em Ben ao seu lado.

—Eu já volto.—Sussurrou a garota de cabelos púrpura ao marido. Largou o celular e os pertences de lado e se levantou, caminhando pela areia quente da praia até alcançar a filha que sorria, a olhando.

—Mamãe, eu peguei quatro conchinhas.—Disse a criança.—Quatro igual eu vou fazer.

—Olha só...—Mal se ajoelhou, apontando a concha que se mexia na mão da primogênita.—Tem alguém morando aqui.

—Alguém?

—É a casa do bichinho. Coloque ele de volta na água, meu amor.

—Ah. Não posso pegar ele? Eu cuido bem dele, prometo.—Estela sorriu gentilmente, inclinando a cabeça para ver os olhos do bichano a olhando timidamente.

—Ele gosta da casa dele, okay? A casa dele é o mar. E ele deve ter família.—Murmurou a mais velha.

—Tá bom.—A criança se abaixou e deixou a concha no chão, vendo que quase imediatamente o animal saltou e correu rumo à água.—Agora eu tenho três conchinhas igual meus anos.

—Sim. São lindas. Depois podemos fazer um colar com isso, está bem?

—Sim! Da para fazer um para mim, um para você e um para o papai!

—Isso. Ele vai amar.—Olhou em volta, voltando logo em seguida a olhar a menininha em seus olhos verdes que eram tão semelhantes aos dela.—Já está quase na hora de passar protetor de novo. E você está muito perto da água, fique mais na pontinha, okay?

—Sim, mamãe.

A rainha se ergueu, ajeitando a camiseta que usava sobre o biquíni e dando as costas, prendendo o cabelo enquanto voltava para a tenda.

Lá, os filhos de vilões e seus companheiros se sentavam ainda em roda enquanto conversavam.

Evie se sentava com o filho do tamanho de Estela no colo. O segurando para que ele não fosse atrás de Estela porque além de não gostar de que ele ficasse no sol, ele era encrenqueiro e sempre acabava incomodando a garotinha. Mal já havia dito a filha que se ele a provocasse, ela podia devolver porque não era garota que se ficasse batendo. E agora, com a magia despontando na menina, Evie preferia evitar que andassem juntos.

Mas a estranha morena estava agora sentada onde antes Mal estava. Ou seja, estava mais próxima de Ben.

—Tem que repassar o protetor nela.—Ben alertou ao ve-la.

—Disse para ela. Já já eu chamo, deixa ela só brincar mais um pouco.—A mulher sorriu ao marido, e caminhando não tão discretamente até se sentar no colo dele.

A mulher estava brincando com ela, mas ela sabia brincar também. Não era porque sua barriga gestava que Mal deixou de ser mandona ou provocativa.

E sim, Mal estava gestando seu segundo bebê.

FLOWERS TO MAL - Malen one shotsOnde histórias criam vida. Descubra agora