birth

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—Acho que você precisa se deitar.—Ben tocou as costas da esposa, sorrindo gentilmente para ela quando a viu fechar os olhos, ainda com as mãos sobre o mapa.

—Ainda temos mais umas três reuniões e-

—Consigo lidar com isso, Mal.—Sussurrou.—Mas você não parece bem. Se está com dores, deveria estar deitada.

—Nem está doendo tanto assim.—A mulher deu de ombros, abrindo os olhos ao se sentar.—Não exagere.

—Sua bolsa estourou há horas.

—Mas ele não quer nascer agora.

Dois lordes entraram na sala, fazendo o casal ficar em silêncio. Se sentaram e permaneceram assim até que Benjamin dissesse:

—Vamos só esperar... Aladdin e então podemos começar.

Encarou a esposa, vendo-a apoiar a mão no ventre e soltar o ar com muita força. Definitivamente não estava tudo bem, mas ela era teimosa demais para admitir.

—Nós acabamos de sair de outra reunião, podemos só...—O loiro puxou o braço da esposa e a colocou de pé.—Tomar um café, com sua licença?

—Claro, vossa majestade. Começaremos após o meio dia.

(...)

—Não estou com fome.—Resmungou a mulher.

—Você vai para o quarto. E eu vou chamar o médico.

Ela parou de caminhar, olhando para ele com as sobrancelhas franzidas.

—Não acredito que nos tirou de lá para isso!

—Mal, se essa criança estiver querendo nascer e você não estiver fazendo força, ele vai morrer aí dentro. É isso que quer?—Disse rispidamente, incomodado com a teimosia da esposa.—Você lembra como foi da última vez.

Quando Evie teve um bebê antes dela, Mal passou pela fase de uma obsessão doida em engravidar, até que deu certo. Mas, uma noite, uma guerra estourou entre Auradon e o País das maravilhas, e Ben e ela cavalgaram até o campo com os soldados auradonianos, com a promessa de que ela não estaria exposta na linha de frente.

Mas durante a batalha, Ben notou a aproximação lenta de um soldado, e correu para perto da esposa, assustando o cavalo dela e a derrubando. Ela disse que não sentia dor, que estava tudo bem, mas deu a luz à uma criança morta no dia seguinte e isso a deixou doente por meses.

—Da última vez foi diferente. Estamos em casa. Eu me lembro da dor do parto e não é essa.

—Chega de teimosia! Como pode ser tão irresponsável consigo e com ele?—Ele ergueu a sobrancelha.

—Como pode ser tão implicante comigo?! Eu estou bem! Não vou parir outra criança morta, se é isso que te preocupa.—Ela gritou.—"Da última vez" eu senti ele sufocar enquanto dava a luz. Eu senti enquanto ela morria, e não pude fazer nada. Os médicos também não poderiam. E a gente já discutiu sobre isso muitas e muitas vezes.

—Escute, eu não estou te culpando por isso.—Os ombros do rei caíram quando ele tranquilamente colocou o ar para fora.—Eu só... me preocupo muito com você.

—Eu posso ter um bebê como qualquer outra mulher aqui.—Reclamou, se afastando dele e apertando o passo.—Inclusive como Evie!

—Mal!—Chamou, mas ela continuou andando com pressa para longe, e ele já não podia ir para outro lugar além de voltar para a reunião.

(...)

—Disse a ele que não era para tanto, mas ele está... preocupado. —A rainha murmurou, se sentando na cama da enfermaria do palacio. Bela no canto da sala revirou os olhos.

FLOWERS TO MAL - Malen one shotsOnde histórias criam vida. Descubra agora