Please (+18)

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-Está com frio?-Mal pergunta, ajeitando os cabelos em um coque e afastando o robe do corpo para ficar só de pijama para dormir.

Ben se deitava na cama, os olhos cintilantes a encarando, a pele branquinha, e as bochechas vermelhas, acompanhadas do nariz. Estava congelando, mesmo enrolado nas cobertas da cama, mas só queria que ela se deitasse logo para se acolher em seu corpo quente.

-Muito. Venha deitar.

-Vou pegar outra coberta.- Sorriu gentilmente, se dirigindo ao armário e tirando de lá uma manta pesada de pelos macios. Estendeu-a na cama, sobre o marido dengoso e, por fim, se deitou ao lado dele, debaixo das quatro cobertas.- Você está congelando.

-Meus pés não esquentam de jeito nenhum. Mas pelo menos agora você está aqui, ameixinha.- Benjamin murmurou, abraçando a cintura da mulher e puxando ela para pertinho, apoiando o queixo no ombro dela e dando pequenos suspiros para sentir o cheiro doce dela.- Eu te amo tanto...

Desde que eram casados, eram muito mais reservados.

Havia um foco em casa. Como uma nuvem que rodava entre eles. Ben daria sua vida pela vida dela. Mal daria até o universo para que ele fosse feliz. O rei e a rainha se amavam como nunca amaram ninguém antes. O resto do mundo parecia não existir quando Ben chegava do trabalho e eles se acolhiam um no outro, fosse no banho, na cama ou só no sofá com pipoca.

-Está melhor? Quer conversar?-Ele sussurrou, sentindo a esposa se acolher.

-Ah... não. Não quero falar sobre, deixa para lá.

Quando Ben chegou do trabalho durante a tarde, encontrou ela chorando e se sufocando em soluços na cama. Ela não comentou nada sobre e ele não sabia onde ela esteve antes de estar em casa, mas a mulher foi se acalmando aos pouquinhos e parou de chorar, passando a seguir sua vida tranquilamente de novo logo em seguida.

-Mal.-Advertiu.-Esta tudo bem. Eu estou aqui, conte tudo o que precisar para mim.

-Não quero problemas. E nem te estressar. É sério, não quero falar sobre nada disso.-Mal fechou os olhos delicadamente e encostou a cabeça no peito do marido enquanto ele a abraçava.

-Por favor. Estou aqui para te ouvir.

Ela fez uma pausa, mordendo os lábios dramaticamente enquanto pensava se devia ou não dizer algo a ele. Havia o lado que ela pensava ser positivo. Ele a amava e cuidaria dela. Mas havia o lado negativo. Se o problema envolvia a família dele, deixava ele em um impasse e mais estressado do que deveria ficar.

-Sua mãe grita muito comigo.-Contou.-Não gritar de... gritar. Mas ela fala muito alto quando está zangada e me diz coisas que me fazem sentir triste. Nem é nada demais... bobeira minha.

-Mal...

-E eu sei, seu pai disse só que eu deveria ter mais paciência com ela porque ela simplesmente não sabe o que é amor de mãe e filha. Porque ela não tinha mãe. Disse que eu tinha que ser mais paciente com ela. Que ela gosta de mim do jeito dela.

Sentiu ela tremer, como em um soluço que ela guardava e escondia.

-Se esse é o jeito dela de gostar de mim, eu prefiro que ela não goste. Como posso ser paciente com ela se ela não tem o mínimo de paciência comigo, mesmo estando grávida?!-Ela continuou resmungando. Agora não parecia estar triste, só... com raiva

-O que aconteceu dessa vez?

-Ela disse que eu sou muito inquieta e que isso incomoda ela demais e que eu devia ter minimamente o senso de deixar ela ler. Eu fiquei quieta não para incomodar ela, mas porque... eu não sei, eu não achei que sua mãe fosse falar assim comigo. -Reclamou. -E eu passei um tempão em silêncio. E ela começou a ficar brava porque eu tava lá e quieta. Como um desaforo. Eu não sei. Ela disse que eu não sou madura o suficiente para ter um filho seu e que devia ter mais respeito por ela depois de tudo que ela fez por mim. Eu não entendi isso tudo, e eu disse para ela, Ben, eu disse. Disse que eu não devo nada a ela. Eu devo a você por cuidar de mim e estar sempre aqui, mas que ela não é o suficiente para me manter. E sim, eu posso ser muito nova para termos um bebê agora mas... eu nunca vou cometer todos os erros que ela cometeu. Nunca vou cometer os mesmos erros que a minha mãe. Meu bebê vai crescer em um lugar em que é amado.

FLOWERS TO MAL - Malen one shotsOnde histórias criam vida. Descubra agora