—Eu não acho legal que você esteja com raiva dela.—Resmungou Mal, cruzando os braços e parando em frente à televisão, atrapalhando o marido.
—Mal, eu não quero falar sobre isso. Me dê licença.—Insistiu Ben.—O jogo está quase acabando e depois a gente vai deitar...
—Ela está doente...
— Mas sabe de uma coisa? Você também tem depressão e simplesmente decide lutar contra ela todo dia.—Ele desligou a televisão, desistindo do jogo.—Ela desistiu. De mim, dos meus irmãos e do meu pai. Ela simplesmente passa o dia deitada.
A mulher se sentou ao lado do marido, puxando a cabeça dele para o peito em um carinho. Acima de tudo, Ben sempre esteve cercado pelo carinho de sua mãe, e estar tão distante dela o deixava bem irritado.
—Você desistiria do Nico por isso?—O rapaz questionou seriamente.
Mal suspirou.
—Não. Não desistiria.
O garotinho, ao ouvir a menção do próprio nome, parou de engatinhar e se sentou sobre as pernas, inclinando a cabeça para olhar para os pais no sofá. Ambos o olhavam também, a mãe sorrindo gentilmente.
—Está vendo?—Ben segue a conversa, desviando o olhar do garotinho que voltava a engatinhar.—Você não abandonaria seu filho por isso.
—São situações diferentes. Você é adulto, Ben. Nico é só um bebê. Você jamais vai estar sozinho, mas se eu sumisse, Nico ficaria.—Reclamou ela.—Sua mãe lutou contra isso por muito tempo e está cansada. Eu sou medicada porque sou quase maluca.
Ben se afastou levemente da esposa ao sentir as mãozinhas do primogênito em suas pernas. O rei se abaixou, puxando o menino para os braços.
Era fácil dizer que a Mal era o exemplo de mãe porque não se lembrava da fase mais difícil da vida da mae: a gravidez e o parto. Seu pai só queria um herdeiro e não esteve nem aí para a mãe durante um tempo. Ele correu atrás depois, ela perdoou.
Ben viu exatamente o momento pelo qual Mal se apaixonou por Nico.
Apesar de ela ter passado os primeiros dois meses da gestação descontente por ter apenas vinte e um aninhos, assim que ouviu o coração do bebê, ela sorriu e começou a planejar sua chegada. Mas não foi aí que ela se apaixonou por ele.
Foi um parto difícil e doloroso. Ben esteve lá, mas não havia muito o que ele fazer. No fim, quando estava muito cansada após o parto, Mal pôde segurar o filho pela primeira vez.
Ele tinha olhos lindos. Olhos dóceis que... a olhavam com amor.
Ele tinha acabado de nascer e olhava ela como se ela fosse a coisa mais importante do mundo todo.
Diante de tanta paixão, os olhos da mulher encheram de lágrimas e ela o abraçou com muito carinho, sussurrando várias e várias vezes que ele era lindo e que ela o amava muito. Dormiu agarrada ao menininho e sorria para ele sempre que o via.
Mal nunca abandonaria Nico.
Mas Bela abandonou Ben.
—A depressão tem várias formas, Benni.—Mal sibilou.—Muitos fatores e é só uma recaída-
—Por favor. Ela está nessa há literalmente um ano. Ela nem chegou a conhecer o Nicholas.—Murmurou.
—Você se recusa a levar ele para conhecer ela.
—Eu quero que meu filho conheça a versão amorosa da minha mãe. Não aquilo.
O bebê, de até então nove meses de sua vida doce, sorriu, inclinando a cabeça e encarando o pai. Sentado em seu colo, Nico levou as mãozinhas ao rosto suave de Ben, acariciando suas bochechas como a mamãe fazia com ele antes de dormir.
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FLOWERS TO MAL - Malen one shots
FanfictionMal e Ben tem seus finais felizes após o fim da barreira em histórias curtas do dia a dia, mostrando que pode haver sim amor entre uma vilã e um herói. (Capítulos individuais, ou seja, pode ser lido em qualquer ordem pois não se ligam um ao outro.)