A mudança

210 17 0
                                    

~ Gustavo Mioto ~
Passamos a tarde em minha casa, conversando e nos divertindo muito.
Agora, já se faz 1 mês que isso aconteceu. E hoje, a família de Ana se mudaria definitivamente para São Paulo. Hoje é um sábado, e agora são 15:00 da tarde. Me encontro, nesse momento, assistindo um filme (na força do ódio) com Yasmin. Que me infernizou durante todo esse período quando descobriu que Ana Flavia vai morar aqui. Estamos meio "longe" um do outro, por mais que ela esteja com a cabeça encostada em meu ombro, estamos psicologicamente longe. Sinceramente, eu não queria que ela estivesse aqui. Na verdade, poderia ser a Ana Flávia.
A única coisa que se escutava naquela sala era o barulho da TV. Um silêncio chato predominava o ambiente. Até que esse silêncio é quebrado por uma voz, era minha mãe, que acabara de chegar em casa.
- Oi filho, oi Yasmin!
Ela nos cumprimenta.
- Oi mãe
- Oi sogra
Yasmin fala, não me sinto bem quando ela chama minha mãe de sogra, e muito menos quando me chama de amor.
Eu não quero estar com ela, meus pais conheceram ela em uma festa da escola, e desde então falam que ela é a pessoa certa pra mim. Mas eu não acho, meu coração só tem espaço para uma única mulher, Ana Flávia Castela.
- Gu, preciso falar com você filho.
Minha mãe fala, me dispertando de meus pensamentos.
- Claro mãe, pode falar.
Falo me ajeitando no sofá.
- Filho, preciso da sua ajuda para algumas coisas. Ana e sua família já estão aqui em São Paulo, e estamos lá pelo apartamento ajudando com os móveis, mas vou precisar que ajude eles.
- Tá bom, mãe! Me passa o endereço que eu vou até lá de carro.
- Não precisa de endereço, meu filho. Eles moram aqui no condomínio mesmo.  Inclusive, aqui no andar. Marcos achou que ficaria melhor para a gente se ver.
Quando minha mãe fala isso, não consigo esconder minha felicidade, algo que não agradou nem um pouco Yasmin. Mas eu não me importo, só oque importa é que vou ser vizinho da mulher que eu amo.
- O número do apartamento deles é o 211, mais ou menos em frente ao nosso.
Cara, a gente mora no 208, então tipo, a Ana mora praticamente em frente a minha casa. Em frente ao nosso apartamento fica o 210, ao lado o 209, e em frente ao 209, o 211. Ou seja, é quase de frente para o meu.
Eu, sem nem pensar duas vezes, sai de casa e fui ali ajudar. Yasmin foi comigo. Sem convite mas, foi. Ela só ficou sentada na escada, enquanto eu ajudava o tio Rodrigo e meu pai com os móveis mais pesados. Yasmin depois de um tempo veio me avisar que já iria embora e eu apenas assenti. Ana, minha mãe e tia Michele estavam organizando a cozinha, e Antonella e Cecília haviam ido brincar no porquinho do condomínio, na supervisão de Duda. Depois de muito tempo, terminamos de arrumar tudo. A Duda voltou com as meninas e estávamos tomando café.
- Tia Michele, a Ana pode dormir ali em casa?
- Pode sim Duda, já que agora vocês são vizinha hahahah
- Posso também mamãe?
Antonella pergunta para a sua mãe, que estava servindo café em uma xícara.
- Se a tia Ju deixar, pode.
- Tia Ju, posso dormir na sua casa?
- Claro que pode princesa!
Antonella e Cecília comemoram e nós rimos. Ficamos por ali mais um tempo e fomos para casa. Duda, Cecilia e minha mãe foram primeiro para pedir uma pizza para a gente, e levaram Antonella junto.
Eu fiquei ali esperando Ana, que estava pegando umas roupas para ela e a irmã.
Ela por fim veio. Nos despedimos de seus pais, e fomos lá para casa. Ficamos ali pela sala, até a pizza chegar. Quando chegou, nós comemos. Era pizza de calabresa. E de sobremesa tinha uma pizza de brigadeiro. Comemos e fomos todos assistir um filme. Todos exceto meus pais, que haviam subido para o quarto. Eram 21:00 arrecém, mas meus pais costumam deitar cedo. Fui no meu quarto pegar uma coberta para nós, desci e ficamos por ali. Na ponta estava Ana, eu estava ao seu lado, no meio estava Duda e do seu lado as pequenas.
Estávamos todos cobertos e morrendo de frio. E realmente estava frio. Ficamos ali vendo o filme e percebo que Ana estava encolhida.
- Duda, ce tem um moletom ou um casaco pra emprestar? Tô morrendo de frio
Ana fala.
- Vou ver amiga, mas acho que tenho sim.
Duda vai até seu quarto para procurar um moletom para Ana.
Depois de uns 5 minutos a mesma desce sem nada em mãos.
- Foi mal amiga, mas não tenho. Só tenho esse que tá no corpo mesmo, os outros provavelmente estão para lavar.
Ana faz que sim com a cabeça com um olhar abalado.
- Eu te empresto um, Aninha.
Falo.
- Não precisa Gu, tá tudo bem.
- Precisa sim dona Ana Flávia, não vou te deixar com frio.
Falo me levantando e indo em direção ao meu quarto para pegar um moletom pra ela.
Peguei um moletom que eu havia usado, mas ele estava limpo, só estava com o meu cheiro nele. Era um moletom azul marinho com símbolo da Nike.
Desci com ele em mãos, me sentei no sofá e o entreguei para Ana, que vestiu o mesmo com pressa.
- Obrigada, Gu!
- Merece Aninha.
Ficamos por ali, aquele filme estava meio chato. Era "Procurando Nemo", já assisti umas quinhentas vezes. De repente sinto algo em meu ombro esquerdo, era a cabeça de Ana Flávia, encostada em meu ombro. Ela havia dormido. Eu a deixei daquele jeito mesmo. Era muito bom ter Ana Flávia perto de mim, e bom, aquilo que eu falei no começo do capítulo, que queria ela deitada em meu ombro no lugar de Yasmin, se tornou realidade.

Na Contramão  MIOTELA ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora