Como Se Fosse A Primeira Vez... [Paris]

Cap: 13 - De Volta Para O Presente

Desde pequena, eu sempre me perguntei o porquê da Vovó Lyn ser tão distante comigo, eu realmente não entendia, as perguntas eram muitas "Por que ela trata a minha irmã melhor do que me trata?" "Por que os melhores presentes de aniversários são sempre para a Hae-won?" ou "Por que ela não olha pra mim da mesma forma que ela olha para os meus irmãos?"... "Será que ela não me vê?"... Era como um grito suplicante em forma de sussurro a cada vez que eu olhava para ela.

Eu tô aqui...
Eu tô bem aqui...
Por que você não me vê?...
Por quê?
Por quê?

   Quando se passou anos, a Vovó Lyn foi ficando doente, começou com a demência... Ela se esquecia o nome de todos, da mamãe, do papai, da Hae-won, do Joon-ho... De todos, mas o mais estranho foi que ela soube o único nome que eu nunca havia escutado mais de cinco vezes saindo da sua boca.

    "Isabella..." - a sua voz era um pouco baixa, mas eu pude ouvir, porque eu estava passando pelo corredor que leva a sala quando ela disse o meu nome. Ela estava sentada na sua poltrona velha, um pouco surrada, no canto da sala enquanto assistia tv, – se tinha algo que ela nunca se esqueceu foi do seu programa de culinária favorito –, eu nunca entendia o que eles falavam, era sempre em coreano, quando criança o meu coreano era péssimo.

      — E-eu? - parei bruscamente em frente a porta quando eu a ouvi.

*tuntun* - era o som que o meu coração fazia quando aquele momento único aconteceu, ela chamou o meu nome. A única reação que eu tive foi sorrir e correr até ela, ela me olhou confusa, não parecia me reconhecer mais, mas eu sabia que em algum lugar dentro dela, ecoava o meu nome.

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Estúdio de fotos...

    Já havia passado quase uma semana e Isabella não saía mais de perto dos meninos, ela estava sempre tentando ajudar eles, sempre por perto, se intrometendo, se esgueirando pelos cantos, mas de uma forma tão irritante, os meninos começaram a se perguntar "Por quê ela ainda está aqui?", nenhum deles dois tinha coragem de perguntar isso diretamente, toda vez que eles se aproximavam ela tinha uma expressão triste e cabisbaixa – o que era de partir o coração de Nan-do –, se dependesse de Jae-hyun, ele já o teria dito, mas Nan-do pediu sempre para que o rapaz fosse paciente com a garota.

Jae-hyun e Nan-do estavam se preparando para mais uma sessão de fotos, eles estavam no camarim procurando as roupas que deveriam usar.

      — Por que você não usa esse? - ela perguntou segurando um blazer roxo com brilhos. Jae-hyun fez uma careta de quem comeu e não gostou, ver aquela cor estava lhe dando náuseas.
      — Roxo? Jura? Você tá de brincadeira, não é? - "Ela só pode tá zoando!" ele pensou ainda encarando ela.
      — Não. Por quê? Você não gostou?
      — Você só pode tá de brincadeira com a minha cara! - ele disse suspirando.
      — Jae-hyun... - Nan-do o repreendeu.
      — É que... Roxo não combina comigo e eu não quero parecer uma berinjela!
      — Mas eu só queria ajudar. - aí está, a mesma expressão que ela tem usado durante dias para com os garotos, chega até parecer fingimento.
      — Querida, você pode ser boa em muitas coisas, não vou negar, você é "esplêndida"! Porém, eu não quero vestir algo que não é legal... Moda não é o seu forte. - disse Jae-hyun, enfatizando o elogio.
      — Desculpa. É que eu não sei mais o que fazer sem a minha câmera. - disse suspirando com o olhar baixo.  Imediatamente os meninos sentiram os seus corações pesarem — Ah, eu já ia quase me esquecendo! - disse coçando o topo da testa — Teremos aula de francês hoje... Vou escolher um local e te envio a localização.
      — Espera... - Nan-do quis impedi-la de sair, mas a garota apenas se foi sem olhar para trás, com seu olhar perdido.