XXIII Primeira pista

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A primeira coisa que fiz quando voltei para o quarto foi tomar um banho de água fria, eu não podia cair na lábia de Aemond, quando encontrasse Kinn, vou pedir o divórcio e ir para o mais longe possível dele e dos Targaryen, eu não combino com essa vida, eu só quero tomar meu chocolate quente num dia frio e ler um bom livro enquanto Kinn faz suas atividades, não sirvo para ser marido de um mafioso.

Saio do banheiro usando um roupão e secando meu cabelo, o banho tinha sido uma boa ideia, mas o que tinha quase acontecido naquela sala não saia da minha mente, suspiro abrindo meus olhos e travei quando vi quem estava parado no meio do quarto abrindo a camisa.

— O que está fazendo no meu quarto? — Pergunto sem entender e apertando com força o roupão ao redor do meu corpo.

— Esse é o meu quarto.

Olho ao redor, eu estava no mesmo quarto que tinha acordado, o que parecia meu quarto em Driftmark, olho para ele como se fosse louco, mas Aemond tinha um minimo sorriso em seus lábios, filho da puta. Corro atrás o armário e abro as portas dando de cara com vários ternos de marca italiana, abro o outro lado e reconheço as minhas roupas ali, todas arrumadas e dobradas, ele não fez isso ... Não.

— Você é louco. — Viro-me na direção dele de olhos arregalados. — Não vou dormir no mesmo quarto que você.

— Tudo bem, eu durmo no quarto de hóspedes, mas vou tomar banho agora. — Aemond fala como se fosse a coisa mais simples, pior que era. — Vou pedir pra alguém preparar o quarto pra mim.

Eu assisto então ele tirando a camisa pegando uma toalha que tinha no guarda roupa, eu não queria olhar, não queria mesmo, mas a carne é fraca e quando vejo estou encarando as costas dele enquanto o mesmo mexia nas gavetas, tinha uma espécie de tatuagem tribal no ombro direito, não estava ali antes, pequenos elevações na sua pele que eu acredito ser cicatrizes, nenhuma dessas coisas estavam ali antes, a pele dele era limpa igual a minha, quase como imaculada, agora... Parecia uma pintura de como tinha sido seus dias durante esses cinco anos.

— Aemond, o que é isso nas suas costas? — Não consigo segurar a minha curiosidade e vejo que ele para rapidamente de mexer nas gavetas travando. — Desculpa, eu não...

— Tudo bem, é uma pergunta válida. — Ele diz ainda de costas para mim, mas eu conseguia ver que ele estava tenso. — Digamos que criar inimigos ter o seu preço, principalmente quando você é novo no comando, nada demais.

— Como assim nada demais? Essas cicatrizes...

— Eu vou tomar banho e vou pro quarto de hóspedes. — Ele se vira rapidamente na minha direção sorrindo de forma forçada. — Com licença.

Aemond caminhou até o banheiro fechando a porta logo em seguida, talvez eu tenha passado dos limites, ele não estava pronto para falar do seu passado e eu não sei se estou realmente pronto para ouvir o que tinha acontecido nesses cinco anos, pare de pensar nisso Lucerys, penso passando a mão por meu rosto, quando você encontrar Kinn, nada disso vai importar e tudo que você precisa fazer é seguir em frente, simples assim, suspiro pegando meu pijama e vestindo antes que o chuveiro fosse desligado.

— Não pensa nisso... — Resmungo tirando os travesseiros da cama e puxando o cobertor.

Meu pensamento é interrompido quando escuto meu celular tocando, resmungando procurando por ele até que o encontro em cima da cômoda, vejo o nome da minha mãe brilhando na tela e suspiro atendendo a ligação.

— Oi mãe, olha...

— Olá Lucerys. — Paro de falar rapidamente, aquela não era minha mãe. — Como está com a descoberta da sua vida?

You belong To me - Lucemond and JacegonOnde histórias criam vida. Descubra agora