Carona

9 2 0
                                    


Assim que abri os meus olhos as lembranças da noite anterior vêm a minha mente, que beijo, que sensação boa estar com Pedro. Mesmo a minha mente dizendo que eu devo ir com calam creio que já seja tarde, estou totalmente envolvida com ele. Prematuro ou não sinto é o Pedro, sinto que com ele vou viver todo aquele romance que eu sempre almejei. Vou deixar os meus pés no chão, mas ainda assim vou me permitir viver isso, sentir isso. Todo mundo faz isso por que eu não posso também.

Depois do meu café com o meu pai, fomos para a mesa com a minha mãe e Gabo. Pensei até que ele não tinha dormido em casa não vi o carro dele. Ele fica mais no apartamento dele agora que ficou pronto. Ele não leva mulheres para lá, mas gosta de chegar cansado das suas farras e dormir tranquilo.

- Hemb meu carro quebrou, só vou pegar ele no final da tarde. você me dá uma carona? – Gabo pergunta.

- I eu também estou sem carro. – Respondi com naturalidade para evitar o questionamento, mas não adiantou nada. – Bem que eu estranhei não ter visto o seu carro quando eu cheguei a noite.

- O que aconteceu com o seu carro? – o meu pai pergunta, ele me olha por cima da xícara com curiosidade.

- Deixei no escritório ontem. Vim de carona. – Pego um 'croissant' e um pouco de café.

- Por que veio de carona? – meu pai deposita a xicara sobre a mesa e fica me olhando com as sobrancelhas erguidas

- Sai para tomar uns drinks com um amigo e ele me trouxe. – Dou de ombro.

- "Um" amigo? – ele me analisa.

- Quem? – Gabo pergunta. – Não sabia que você estava saindo com alguém.

- Você não conhece. E não eu não estou saindo com ninguém. Foi um drink para conversar – Passei manteiga no meu 'croissant' está quentinho a manteiga derretendo uma delícia.

- Conheço todo os seus amigos. – Gabo para de comer para ficar me encarando. – E se não é conhecido é um possível relacionamento.

- Esse não Gabo, eu em não posso fazer novas amizades? - Respondi chateada, que invasão toda é essa, dele ficar fazendo um interrogatório de, com quem eu saí, não faço isso com ele. – e não tem nada de relacionamento.

- Calma eu só estou perguntando. – Ele faz sinal de rendido com as mãos – Está escondendo o quê?

- Nada, nos conhecemos a pouco tempo, ele me chamou para tomar um drink e eu fui. Bebi três taças de vinho, e ele resolveu me traze para casa para não me deixar dirigir. Fim. – a minha voz se altera um pouco.

- Por causa de três taças de vinho? Hum sei... – Ele me olha com os olhos semicerrados.

- Sim Gabriel. – Jogo uma uva nele que agora está rindo da minha cara.

- Parem vocês dois. – a minha mãe tenta esconder o sorriso.

- Está legal. Quando vamos conhecer ele? – ele pergunta entre o seu riso.

- Gabriel você não é meu pai. – os meus pais estão achando toda essa ceninha do meu irmão, engraçada.

- Então. Quando vamos o conhecer? - o meu pai pergunta.

- Pai é só um amigo, não tem por que vocês o conhecerem. – Eles começam a rir.

- Deixem a menina em paz vocês dois. – a minha mãe intervir. E eu fico agradecida.

- Por falar nisso por que dormiu aqui? – pergunto para o Gabo. São raros os momentos que ele dorme em casa agora. – A Beatriz estava ocupada? - Ele revira os olhos.

- Nós não estamos mais saindo juntos.

- Por quê? – eles estavam tão bem.

- Estava ficando sério demais, ela começou a querer cobrar compromisso. E eu pulei fora como eu disse que faria.

- Coitada Gabo. – Eu digo.

- Conversai antes que não queria compromisso. Ela achou que eu ia acabar me apaixonando por ela, mas não aconteceu, o melhor era parar.

- Até quando vai ficar boicotando os seus relacionamentos? - o meu pai pergunta para ele.

- Não é boicote. Eu só não quero nada sério com ninguém. E eu sempre avisos antes, nunca enganei ninguém.

- Querido, sabe que ela vai se casar não é. – a minha mãe pergunta com cautela. Todos sabíamos quem é o "ela" que a minha mãe se refere.

- Sei mãe. – Ele faz uma cara de nojo - E já aceitei isso. Só não quero me envolver com ninguém agora se não existe sentimento para isso.

- Bem a conversa está boa, mas eu preciso ir. – Digo me levantando.

- Vai para faculdade ou para o estágio? O meu país pergunta.

- Faculdade – o meu celular notifica mensagem dele.

- Eu levo vocês. – o meu pai diz, tomando um gole do seu café.

P: Bom dia

P: Estou te esperando

H: Como assim, eu tenho faculdade

P: Eu sei, e como te deixei sem carro hoje.

P: Agora você tem um motorista particular.

H: Não precisa.

P: Eu sei, mas faço questão.

P: Já estou aqui na portaria te esperando.

H: Vou pedir o porteiro para te deixar entrar.

Fico na dúvida se deixo ou não ele entrar, mas como todos acham que eu vou de carro de aplicativo mesmo. Se ninguém perguntar fica por isso mesmo.

- Eu tenho que ir, tchau pessoal. – Vou em direção a porta.

- Espera filha eu levo vocês.

- Não precisa pai o caro já está me esperando. Até mais. – Pego as minhas coisas e saio rápido de casa. Quando Pedro chegar já quero estar lá fora assim não dá tempo de ninguém ver ele.

- Tchau meu amor. – a minha mãe diz – Boa aula. Te amo.

- Tchau mãe te amo. Amo vocês dois também. – Digo para o meu pai e para o meu irmão. 

HEMBER -  Se Eu Ficar...Onde histórias criam vida. Descubra agora