HEMBER - Se Eu Ficar...

A amante

  Ficamos por horas conversando, beijos e amasso, as mãos do Pedro me causa sensações maravilhosas. E essas novas sensações são novas e intensas. Coisas que eu nunca senti antes, mas estou amando descobrir essas sensações no meu coração.

Depois da nossa noite ele insistiu muito para me deixar em casa. Mas eu preferi ir com o meu carro mesmo. Não tinha como deixar ele no restaurante e buscar depois, ficaria muito contra mão para mim.

Nós vimos no final de semana e ao longo da semana ele me pagou algumas vezes no trabalho, ou na faculdade.

Os últimos dias foram um pouco corrido quase não conseguimos nos ver. A correria do estágio, da faculdade, o problema na minha casa.

P : Estou com saudades da minha namorada.

H: Eu também estou com saudades do meu namorado.

P : Jantar hoje?

H: Eu adoraria.

H: Mas tenho que ficar até mais tarde no escritório hoje.

P : Eu te pego aí mais tarde.

P : Hoje eu vou cozinhar para a gente.

H: Hum, é mesmo. Interessante.

Estava tão inerte na nossa conversa que levo um susto com a Carla chegando na minha mesa.

- Você reparou que tem alguma coisa estranha com o João? – ela está de pé na minha frente.

- Não. – dou de ombros, realmente ele anda bem estranho nos últimos dias. Mas como eu não tenho falado muito com ele, apenas o necessário, de trabalho.

- Isso é muito estranho sabia. Vocês eram tão amigos. Viviam juntos pelo escritório e agora mal se olham. Do nada você aparece com um cara e ele vive com raiva. – a sua voz parece irritada.

- Carla esse assunto de novo? João e eu não tivemos caso nenhum e não é por minha causa que ele está assim. – ela levanta uma sobrancelha – E por falar nisso, por que tanta curiosidade assim sobre a vida do João? Aliás, por que não pergunta para a mulher dele? – os seus olhos se arregalam

- Mas é exatamente por isso, a Cristina é minha amiga, e não quero que o João engane ela. – ela fala com a voz trêmula.

- É mesmo, não sabia que vocês eram amigas – ela fica sem jeito.

- Eu sempre gostei dela. – ela se vira e vai para sua mesa. Fico um pouquinho intrigada, talvez eu não tenham notado antes.

Mas essa insistência toda da Carla em saber se eu tenho algo com o João não é normal, muito menos coisa de amizade dela com a Cristina.

Será que ela está apaixonada por ele? É por isso que insiste tanto em saber se eu também sinto o mesmo. Ou se tenho algo com ele.

Passei o resto da tarde com isso na cabeça, pensando nessa possibilidade. Porque eu não pensei nisso antes.

Natan finalmente chegou para a nossa reunião geral, ele disse que queria falar com todos do escritório hoje, acredito que seja algo haver com o seu afastamento do escritório.

- Agradeço por terem ficado hoje, vou tentar ser breve. – ele começou – Eu precisarei me ausentar...

- Quem é a vadia!? – as portas do elevador de abre e escutamos gritos. Me viro na direção e a mulher grávida do João, Cristina sai com uns papéis na mão e uma barriga em evidência.

- Mas o que é isso? – Natan questiona.

- Amor o que está acontecendo? – João pergunta.

- Amor é o caramba João! Você é um saf@do! Eu sabia que aqueles bilhetes eram alguma coisa, e você dizendo que não. Agora me diz quem é a estagiária vadi@? – ela grita olhando em volta. Os olhos do Natan vão na minha direção com as sobrancelhas franzidas.

- Amor, eu já te disse que quem está fazendo isso não está dizendo a verdade, eu jamais faria isso com você. Eu te amo – por um segundo sentido raiva, ele me disse que o casamento dele não ia bem. Como assim ele está aqui agora declarando o seu amor?

- O seu mentiroso! E me admiro você Natan, é nosso amigo íntimo você e sua esposa frequentam a nossa casa. Como pode permitir isso? – os seus olhos me encaram com raiva.

- Christina, eu não sei do que você está falando, te garanto que não estou acobertando nada.

- Impossível ninguém saber de nada.

- Eu já disse que aqueles bilhetes eram mentira amor.

- Disse, mas eu fiquei curioso, sabia que tinha caroço nesse angu, então contratei um investigador particular, e aqui estão as provas de que sim! Você está tendo um caso com alguma vadi@ daqui! Agora ou me diz quem é, ou eu vou fazer um escândalo tão grande que essa empresa vai ficar com o nome machado. – ela joga os papéis no peito do João, algumas fotos se espalham pelo chão. Um vem parar no meu pé.

As fotos não são muito boas para identificar a mulher que está com ele. Em quase todas ela está de lado ou de costas. Tento identificar quem é ela. Certeza eu tenho que não sou eu. Mas será que ela é alguém mesmo do escritório? Então olho para o João que está encarando Carla. E então tudo faz sentido. Por isso ela sempre me questionou sobre ele, porque já tinha um caso com ele.

- Amor, vamos conversar em particular.

- Não ouse me enganar João, vou comparar essas fotos com cada mulher daqui e vou pegar a v@dia! – ela começa a olhar em volta. Carla abaixa a cabeça. – Eu vou a todos os jornais! Vou fazer um escândalo com o nome do escritório.

- Não precisa disso Cristina. Tenho certeza que podemos resolver isso como adultos. – Natan diz me olhando. – Quem é essa mulher, se for daqui. Vai dizer, e poderemos conversar. Sem manchar o nome da empresa que eu criei.

- Ótimo. – ela diz se virando para nós.

- Então João quem é ela? – Natan pergunta

- Natan, eu vou resolver isso com a minha esposa. Amor por favor, sabe que eu te amo, foi uma falha. Uma bobeira sem importância alguma você é a mulher da minha vida – sinto nojo de mim mesma por causa daquele beijo.

- O seu desgraçado você disse que o seu casamento estava acabado e que não largava ela ainda por causa das crianças! – Carla grita.

O escritório inteiro se vira para ela, todo mundo em choque por que eles dois nunca demostraram nada, no entanto, que mediante a tantas perguntas dela, eu jamais imaginei que isso fosse possível. Levei anos apaixonada por um homem que idealizei.

Dali para frente a confusão estava armando, gritaria, acusações, mentiras sendo descobertas. Eu fiquei em choque percebendo o quanto fui burra todos esses anos. Porque poderia ser eu, se eu não tivesse o mínimo de caráter poderia se eu agora no meio desse barraco. E eu só consigo pensar, em que bom que não sou eu...