Capítulo 3 - A Protegida

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Depois que a aula acabou eu estava voltando para casa junto à Sawako, ela concordou de ir comigo na reunião que Mitsuya tinha me falado.

- Você está nervosa por algo? - Sawako perguntou olhando para o chão.

- Não, na verdade eu não sei.

- Sua vida deve estar ficando de cabeça para baixo né? Você não tem cara de quem gosta muito de adrenalina. - Suas palavras para mim foram de afirmação.

- Eu realmente não gosto mas já vou me acostumar com isso, é só esperar.

- Olha que incrível, você vai ser agradecida pelo comandante de uma gang. - Ela dizia toda animada.

- Não sei se devo ficar feliz ou me preocupar. - Dei uma risada.

Continuamos andando e conversando sobre o que iria acontecer nessa tal reunião, quando cheguei em casa minha mãe não estava em casa. Nisso lembrei de hoje mais cedo dela me escondendo os papéis.

- Minha mãe não está aqui, ela nem avisou onde foi. - Falei observando.

- Ela deve ter ido comprar algo, não? - Sawako entrou.

- Provavelmente, mas ela sempre deixa um bilhete.

- Ela já deve chegar então. - Sawako completou.

Fomos até meu quarto e troquei de roupa para não ir de uniforme, Sawako levantou as sobrancelhas em sinal que não estava entendendo.

- Você ainda não pegou o costume de usar saias? - Ela olhava para minha calça.

- Ainda não, tá um pouco frio lá fora então não vejo necessidade.

- Não estou julgando, é só que realmente você cai muito bem em saias. - Ela sorriu.

- Obrigada. - Dei um sorriso e fui pentear meu cabelo.

Quando olhei para o espelho o que vejo primeiro é o curativo que estava em meu olho, eu me sentia feia com aquilo, quando removi o curativo eu deparava com meu olho apenas o branco, quando tudo aconteceu meu olho não foi furado cem porcento mas o afetou.

Me encarava no espelho por tanto que tinha esquecido que Sawako estava ali, me virei para ela com frustração.

- Está muito ruim? - Olhei para ela.

- Lógico que não! Você ficou muito diferente com a cicatriz e ela caiu bem em você. - Ela disse surpresa.

- Me dá vergonha as vezes, é bem incômodo. - Falei colocando a faixa novamente.

- Você tem vergonha do que as pessoas irão dizer, então você deve fingir que elas não existem. - Sawako sorriu tentando me reconfortar.

Respirei fundo e pensei positivo, lembrei de Mitsuya dizendo que gostou da cicatriz, dei um leve sorriso e saí de frente ao espelho.

- Vamos. - Falei para Sawako.

Assim que saímos do quarto minha mãe tinha acabado de chegar.
Seus olhos estavam perdidos e inchados como se estivesse chorando a muito tempo, a ponta de seu nariz vermelha.

- Mãe? Onde a senhora estava? - Perguntei olhando para ela.

- Evangeline! Eu estava na Ryoko conversando um pouco. - Ela disse dando um sorriso.

Havia vários papéis na mão dela,iguais o de hoje mais cedo.
Fiquei preocupada, tinha medo de ser algo que ele podia estar devendo ou até mesmo meu pai querendo fazer algo para ela.

- Sawako querida, como você está? - Minha mãe quebrou o gelo que estava.

- Estou bem senhora Lorelei, como está? - Sawako tinha notado como fiquei em dúvida.

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