Um Olhar de Paris

fourteen

A noite fluía bem calma, Mana e Luna estavam sentadas esperando Mitsuya servir o jantar. Era incrível como as duas se comportavam e também era incrível como Mitsuya sabia lidar com a preparação da comida delas.

Eu observava tudo em completo silêncio, Mitsuya era o rapaz que toda garota pensa em se casar e construir uma família.

— Está pronto o jantar, Evangeline quer jantar também? — Mitsuya tirou o avental levemente enquanto me perguntava.

— Não muito obrigada, eu não tenho costume de comer a noite. — Falei sorrindo.

— Certeza? — ele olhou em dúvida.

— Sim, não se preocupe! — Olhei tendo certeza no que falei.

— Ok mas se quiser se sentar conosco mesmo assim.

Aquilo para mim era meu sonho desde pequena, ter uma família unida e que se davam bem, meus pais nunca tiveram interesse em me dar algum irmão para me fazer companhia e na maioria das refeições meu pai estava no escritório.

O silêncio que estava fazendo era bom mas foi interrompido pelo toque de algum telefone.

Mitsuya se levantou e foi até onde estava o aparelho e em seguida escuto sua voz, mas não entendo o que ele está dizendo.

Assim que ele retornou sua feição não estava muito calorosa, dava para ver sua preocupação com algo, já comecei a observar o que se tratava.

— Sei que não tenho nada com isso, mas aconteceu algo? — perguntei querendo que Mitsuya revele o motivo de seu estresse.

— Problemas na Toman, Mikey pediu uma reunião com urgência. — Mitsuya se sentou novamente mas com expressão séria.

— Se você quiser e ter confiança em mim, pode ir que eu cuido de Mana e Luna. — tentei ajudá-lo e joguei esta frase no ar.

— Não, isso seria uma falta de respeito! A primeira vez que vice vem aqui. — Ele deu um sorriso.

— Não pense isso, as meninas são adoráveis e eu nunca me incomodaria de te ajudar! — tentei ser mais agradável possível.

Sei que estou fazendo isso por interesse para saber mais sobre ele e ganhar sua confiança, mas espero que no futuro ele me entenda o porque disso tudo.

— Você não se importa mesmo? — ele deu um sorriso caloroso.

— De forma alguma. — retribuí o sorriso.

— Meninas, o que vocês acham de passar um tempo com a Evangeline? Vocês gostaram dela? — Sua voz era sempre doce com as pequenas.

As duas abriram um sorriso e com um "sim" muito animado elas levantaram as mãozinhas para mostrar alegria.

— Bom, como eu sou bonzinho eu vou deixar ela aqui com vocês enquato eu resolvo alguns assuntos pendentes ok? — ele disse com um tom de seriedade mas o sorriso no rosto ainda estava lá.

Ele se levantou e foi para um outro cômodo, as meninas sussurrava coisas entre si com muita animação, eu apenas observava a ação delas.

Algum tempo curto adiante, Mitsuya saiu do cômodo já com o uniforme da Toman em seu corpo.

— Mana e Luna, se comportem ok? Eu volto daqui meia hora.

— Fique tranquilo, as meninas são adoráveis! — respondi olhando para elas.

— Muito obrigada Evangeline, vou ficar te devendo uma. — Ele sorriu e logo em seguida seguiu para onde devia ir.

Seus passos rápidos logo escutei a porta se fechando, já estava pensando em o que fazer para distrair as duas crianças.

— O que vocês fazem essa hora quando o Mitsuya está aqui? — perguntei.

— Enquanto ele lava as coisas do jantar a gente fica sentada aqui desenhando. — Mana respondeu sorrindo.

— Tá bom, peguem suas coisas de desenho, e eu vou lavar a louça suja. — Falei me levantando e pegando o que estava sujo.

As duas foram correndo para seus quartos com muita animação, suas risadas eram calorosas que me faziam pensar em ter filhas no futuro.

Fui até a pia e começar a lavar, não era muita coisa e a água nas estava gelada, as meninas voltaram depressa com papeis e giz coloridos.

Enquato lavava a louça eu pensava que como um garoto de família como ele se envolveu com uma coisa tão pesada no futuro, como uma garota como eu que odeia agressão se envolveu com tudo isso.

— Evangeline, Evangeline! — meus pensamentos foram parados pelo chamado de Luna.

— Sim? — Desliguei a torneira e olhei para ela.

— Olha o que eu fiz! — A mesma se levantou correndo e foi até mim segurando seu desenho.

— Que lindo! Está maravilhoso. — me abaixei para falar com ela, o desenho era duas flores com várias cores diferentes.

Logo em seguida ela deu uma pequena risada e voltou a se sentar perto da irmã.

Quando tinha acabado de lavar as coisas, me sentei junto com as meninas e fui ajudar elas a desenhar.

O tempo foi passando e Mitsuya não chegava, as duas pequenas já estavam reclamando de sono coçando os olhos.

— Se vocês estão cansadas eu posso colocá-las para dormir se não se importarem. — tentei ajudá-las.

— Pode sim! — Mana se levantou e ajudou Luna a se levantar e foram para o banheiro escovar seus dentes.

As duas por serem crianças eram muito independentes, suponho que foi Mitsuya que as ensinou.

As duas saíram e foram para o quarto e eu fui atrás.

— Deitem para que eu possa cobrir vocês. — Falei pegando sua coberta e a esticando.

As duas se deitaram calmamente agarradas uma com a outra, coloquei a coberta por cima das mesmas e acariciei seus rostos.

— Conta uma história pra gente? — Luna falou bocejando.

Eu não sabia de nenhuma história, fazia tempos que eu não ouvia também.

— Quando eu era pequena como vocês, minha mãe costumava me dizer que sempre que alguma borboleta pousa em você significa que alguém está com saudades, e que essa borboleta vai ficar perto de você até você ir visitar essa pessoa. — Falei olhando para as duas que já estavam de olhos fechados.

— E se eu não ir ver a pessoa? — Mana perguntou.

— A borboleta não vai sair de perto de você, e com passar dos dias vai aparecendo mais borboletas. — esclareci.

Logo eu já vi a respiração pesada das duas significando que tinham pegado em um sono profundo.

— Durmam bem. — Falei me levantando e em seguida fechando a porta.

Notas da autora

Olha quem voltou! Depois de dois meses sem postar nada muito menos avisos, senti sdds!