01h43 (Taekook)

Garota de Ipanema

A sexta-feira daqui amanheceu agitada, eu arrumando minha malinha de volta, Namjoon correndo atrás de estágio na sua área, Jin resolveu fazer um faxinão no AP (aparentemente ele faz isso sempre que tem ansiedade), apenas Jisoo estava de perna pro alto e me enchendo o saco.

— Gostou do passeio?

— Sim, foi muito bom passar um tempo com você Noona.

— Devia vir mais vezes quem sabe trazer seu namorado.

Taehyung para por um segundo de ajeitar a mala.

— Ele não está nem perto disso. Somos amigos, apenas e somente — voltou a organizar a mala.

— Há quanto tempo vocês se conhecem? Ele sabe do Jimin?

— Nos conhecemos na escola — olhou para cima quando veio memorias em sua mente — Na verdade, nos conhecemos na rua, uns idiotas colegas dele jogou uma bola em mim.

— É assim que começa uma história de amor.

— Deixa de história.

— É serio. Eu e o Jin nos conhecemos na escola, ele jogava basquete e eu tava na torcida, maninho eu te garanto que uma bolada de basquete é bem pior, eu desmaiei e ele me levou pro hospital — ela dá um sorriso relembrando mesmo que na hora não tenha sido tão engraçado.

— Isso, sim, é uma linda história de amor.

— E sobre o Jimin?

— Não sei se vou contar, não vejo necessidade.

A mais velha da de ombro.

— O que for melhor pra você — a Kim se levanta da cama — Ah! Eu não vou te levar para Busan, nossos pais vêm te buscar.




☁️
19h40

— Eu vou infartar de ansiedade.

Através do celular de Namjoon os três homens se comunicavam por face time.

— Se acalma, minha irmã já saiu tem uns 30 minutos, deve ta chegando.

— Isso que ta me dando ansiedade. Deus! Nunca me imaginei pedindo alguém em casamento.

— Ela vai amar, não precisa ficar com toda essa agonia no coração. — disse Nam com a maior calma tentando transmitir essa tranquilidade pro enfermeiro.

— Tem alguma probabilidade dela dizer não?

— NÃO! — os dois do outro lado da chamada diz uníssono.

— Tudo bem, já vou desligar. Me desejem sorte!

— Boa sorte!

A chamada é encerrada, os dois meninos se olham e riem.

— Esse Jin é uma figura - Nam sorri.

— Ele é. Tenho certeza que vai ser um bom marido pra minha Jisoo. — Tae suspira — Hyung, estou de saída não precisa me esperar pra janta.

— Eu também estou de saída, Tae. Ou acha que eu to bonitão pra ficar em casa — o Kim mais novo encara o outro dos pés a cabeça — Vai dizer que não reparou?

Tae nega e o mais velho fecha a cara, mas deixa por isso mesmo. Não tarda para os dois saírem de casa chegando na sua eles seguem por rumo diferentes.




Chego na torre Namsan, meu último passeio turístico antes de voltar a Busan. Me sento em um banco enquanto admiro a vista da capital, e é uma linda visão, mas a do meu clube abandonado é mais ainda. Tenho que admitir que dessa vez meus pais estavam certos, me desvincilhar um pouco de lá me fez bem, mas acho que eu não conseguiria fazer isso definitivamente, a presença dele vibrava ali e era daquilo que eu queria alimentar minha alma. Ao mesmo tempo, eu estou começando a criar ciência de que estou afogado nisso já se fazem dois anos, mas tem a culpa, mas tem a vontade de viver, mas tem a vida que se foi, mas tem pessoas novas, mas, na verdade, não tem alguém... Tem um Jungkook, é meu amigo, amigo amigo ou amigo tipo Jimin? Já estou viajando ninguém substituiria o Jimin, já vou deixar minha mente entrar em confusão.
Acho que talvez eu tenha medo do Jimin ficar triste por eu esta seguindo em frente, não seria justo com o nosso amor inacabado, mas eu continuo aqui, eu estou querendo viver. É estranho, a vida é estranha.

Segui a noite com o meu loirinho em minha mente, comi a comida que adorávamos comer juntos Bingsu, tomei algumas doses de soju ainda sentado naquele banquinho até que começo a ouvir uma música que meus ouvidos se agradaram, 'Garota de Ipanema' não consigo explicar a felicidade que me subiu, um cantor independe cantava acompanhado de um colega responsável pelo som, não consegui me segurar por conta do meu amiguinho álcool e
tive que ir cantar junto, era uma vergonha.

Ah, se ela soubesse que quando ela passa
O mundo inteirinho se enche de graça
E fica mais lindo por causa do amor
Por causa do amor
Por causa do amor

Aquela melodia era viciante, eu tinha um amor enorme por MPB era algo de mim, só meu. O cantor ao invés
de ficar bravo e desconfortável pelo contrário me chamou pra cantar junto, me acompanhou nas minhas dancinhas
desconexas na tentativa de ser um samba, um cara de muito bom humor e descobri que era mestiço, pai brasileiro
e mãe coreana.

Foi uma noite muito divertida, me reconectei comigo, por um momento eu fui Taehyung e não o V do Jimin. Era tão tão tão bom ser o Taehyung, eu consegui ser meu amor, foi uma sensação sem igual.

— Jimin — Eu grito o mais alto que minhas cordas vocais permitem. Naquele momento a torre já estava vazia, eram altas horas, única coisa presente era o som de sanfona que tocava também uma música brasileira 'Quando bate aquela saudade' — JIMIIIIIN — meus olhos se enchem — POSSO SER FELIZ? — era uma dúvida real eu só vou conseguir seguir se ele me deixar — POR FAVOR ME DÁ UMA CHANCE DE VIVER.



☁️


— Não devaria ter bebido na véspera da sua volta pra casa — Jisoo abre a cortina deixando todo brilho do sol se fazer presente no comodo.

— Valeu totalmente a pena — me sento super bem-humorado.

— Ui ui a noite foi boa. Nunca vou entender como você consegue se divertir sozinho — Jisoo se junta a mim na cama.

— Eu sou sozinho, Noona.

— Olha Olha — Ela mostra o dedo anelar.

— Bom dia noivinha.

Ela me agarra em um abraço apertado, retribui na mesma intensidade. Eu amo minha irmã muito mais do que ela pode imaginar, e só a quero bem, com uma vida boa.

— Vamos tomar café nossos velinhos já estão na mesa.


O cafe da manhã em família foi super divertido, mas teve suas partes serias como meus pais falando a responsabilidades de um casamento, mas deixando muito claro a felicidades deles em relação a isso, mamãe e Jisoo já até começaram ali mesmo alguns planos, enquanto meu pai dava algumas dicas ao Jin de como ser um bom marido.
A semana e essa manhã foi super incrível, mas já estava na hora de dar Tchau, foi uma despedida alegre e cheia de carinho por conta do casamento Jisoo iria pra Busan muitas vezes então nem preocupei. Logo botei as malas no carro e pegamos estrada.



☁️




Mandeok-dong, Busan, Coreia do Sul.


Desço do carro cheio de ansiedade, e meu olhar já vai de encontro com os dele, e de repente sem um motivo aparente eu sorri. É bom rever um amigo pensei.

— Achei que já tinha decidido ficar de vez.

— Deixa de drama, bobo.

Nós dois rimos. Quando foi que deixei o Jung se aproximar tão rápido? Ele é a primeira pessoa em anos que eu não tenho nenhum tipo de receio ou dúvida sobre e o fato dele também nunca tentar invadir meu espaço pessoal.

— Eles estão noivos né!?

— Sim

— Seremos meio irmãos então?

— Calma la, não exagere.

Jungkook comprimente meus pais que retribui as saudações.

— Até te convidaria pra sair, mas você deve esta cansado da viagem.

— De Seoul a Busan são só 2 horas e 15 minutos, rapidinho.

— Isso quer dizer sim ao meu convite? — não sei descrever o sorriso que ele me lançou, mas foi o mais lindo e sincero.

— Um talvez — minha tentativa falha de ser difícil, mas pera pra que se fazer de difícil com um amigo? — Mais tarde eu te dou uma resposta.

— Que seja uma decente de preferência.

— Abusado!


[...]




— Por um momento achei que fosse mesmo recusar.

— A noite está muito gostosa pra recusar um passeio.