All Too Well

Capítulo 2

Era terça, um dia chato sem movimento nenhum. Jane estava sentada em uma banqueta de metal atrás do caixa da loja de roupas em que trabalhava no período da tarde após a faculdade, estudava para a grande prova que teria mas não conseguia parar de pensar em Brian e como ele não havia ligado sábado, domingo e segunda.

- Eu tenho que parar de pensar nele, dei meu telefone e quando ele quiser, me liga. - Disse voltando sua atenção para a matéria - Por isso que eu não namoro, conheci um homem bonitão e agora estou assim, sem conseguir prestar atenção.

Negou com a cabeça afastando todos os pensando sobre Brian, mas não deu certo, no momento em que começava a ler lembrava sempre daqueles malditos olhos azuis.

- Com licença, posso falar com a Jane Robinson?

Escutou uma voz familiar vinda da porta, ao levantar seu olhar disfarçadamente viu que era Brian, como se o destino tivesse o mandado só por ter escutado-a. Ao vê-lo se aproximar manteve seus olhos no papel até escuta-lo chamando-a.

- Ah, oi Brian como posso ajudá-lo? - Sorriu simpática enquanto fechava o livro.

- Oi Jane, vim pedir novamente seu número. - Riu sem graça coçando sua nuca - Eu meio que entrei na piscina no dia em que nos conhecemos e acabei apagando-o sem querer e eu queria muito, muito mesmo te chamar pra sair.

Jane olhou-o deixando a caneta que segurava cair sem querer, vendo-o pegar ela teve tempo de pensar em uma resposta. Como queria sair com aquele rapaz.

Ao pegar, anotou em um papel um pequeno bilhete em seu bloquinho de anotações e entregou para Brian que pegou confuso.

- "Importante, ligar para Jane Robinson para confirmar o horário do encontro de vocês amanhã na hamburgueria do Paul. 555-9085" - Seu sorriso foi aparecendo cada vez que lia mais uma palavra do bilhete - Então vou te ligar Jane Robinson e nós vamos sair.

- Conto com isso. - Riu vendo-o andar de costas - Cuidado, vai bater no manequim.

E foi exatamente isso o que aconteceu, rindo, Jane o viu sair da loja com o bilhete em mãos. Estava pronta para se entregar para alguém porque sentia que aquele homem era diferente.

***

Jolene chegou em casa e foi direto para o telefone, enquanto discava o número de sua melhor amiga viu a irmã mais velha se aproximar, tirar o telefone de sua mão e colocar de volta no gancho.

- Qual foi? - Ergueu os braços indignada.

- Estou esperando uma ligação. - Sentou na poltrona ao lado do telefone.

No momento em que sentou escutou-o tocar, esperou alguns segundos antes de atender pois não podia parecer desesperada para se encontrar com ele mesmo que realmente estivesse.

- Brian, oi! - Colocou uma mecha do longo cabelo atrás da orelha.

- Oi Jane, tudo bem?

- Tudo certo.

- Quero confirmar nosso encontro de hoje às sete horas da noite na hamburgueria do Paul. - Riu do outro lado da linha.

- Claro, nosso encontro está marcado. - Brincou com a linha enrolada do telefone.

- Quer que eu te busque?

- Não. - Olhou para Jolene que estava sentada no sofá folheando uma revista - Acho melhor eu ir dirigindo.

- Tudo bem, então te espero lá daqui duas horas. - Jane podia sentir que ele estava sorrindo.

- Estarei lá.

Ela colocou o telefone de volta no gancho fazendo com que a caçula a olhasse, fechou a revista colocando-a na mesinha de centro.

- Então vai a um encontro. - Cruzou as pernas.

- Eu já te ensinei a não se meter nas conversas dos outros, Jolene. - Riu se levantando enquanto arrumava a calça que caía.

- Vai a um encontro. - Riu se levantando - Por favor Jane, vá arrumada e não use aqueles seus vestido de hippie.

- Para a sua tristeza estarei indo com meu lindo vestido que você odeia. - Disse caminhando pelo corredor.

- Jane! Ele é horroroso, não faça isso consigo mesma! - Implorou enquanto ia atrás dela.

Ignorando-a completamente, Jane entrou no quarto que antes era de seus pais e fechou a porta para se trocar. A caçula bufou dando de ombros.

- Pelo menos me diz o nome dele!

- Brian O'Connor! - Gritou do lado de dentro do quarto.

- Brian O'Connor.

Jolene repetiu enquanto voltava para a sala, abriu a gigante lista telefônica que estava ao lado do telefone e folheou até achar o nome do rapaz que estava azarando sua irmã.

- Trabalha como dentista. - Sussurrou ao ver o nome de uma clínica ao lado do nome - Tem um belo nome.

Depois de duas horas, Jane entrou em seu carro e dirigiu até a hamburgueria que prometeu encontrá-lo. Ao descer do carro o viu ali, sentado com os dedos entrelaçados esperando-a.

Jane sorriu e aproximou-se devagar, mas quando Brian a viu de longe não pode conter o lindo sorriso que tinha. Era encantador, toda mulher que olhasse para aquele sorriso se derreteria na hora.

- Jane, você veio! - Cumprimentou-a.

- Claro que vim. - Sentou-se em sua frente - Como está?

- Muito bem. - Riu mantendo seu olhar no lindo vestido que usava - Está linda.

- Muito obrigada. - Estava um pouco envergonhada, fazia tempo que não era cantada assim - Então, vamos pedir?

- Se não se importa, já fiz nossos pedidos. Um hambúrguer completo para mim e um vegetariano para você.

Jane não gostava que alguém fizesse os pedidos para ela, gostava de escolher, gostava de explorar coisas novas do cardápio toda vez que ia mas naquela noite abriria uma excessão.

- Tudo bem. - Forçou um sorriso deixando suas mãos encima da mesa largando o cardápio que segurava - Como foi seu dia?

- Uma merda mas tudo melhorou quando eu te vi entrando aqui. - Sorriu segurando sua mão - Tenho a sensação que te conheço a anos.

- Também tenho a mesma sensação. - Segurou de volta sentindo-o dar um beijo em seu dorso.

No encontro perceberam que eram completamente diferentes, enquanto Brian tinha uma família completa, Jane só tinha a melhor amiga e a irmã. Enquanto Brian gostava do Led Zeppeling, Jane gostava dos Rolling Stones. Enquanto Brian ia para a Woodstock em 1969, Jane cuidava da casa como uma adulta responsável. Enquanto Brian queria viajar para a Europa, Jane queria se casar, ter seus filhos e viver uma vida normal.

Mas mesmo com todas essas diferenças, Jane decidiu dar uma chance porque sentia que aquele homem poderia a fazer muito feliz. Sentia que ele faria mudanças nela, talvez Brian fosse o homem de sua vida.