Capítulo 5

20 3 2
                                        

Jolene chegou em casa depois do colégio e ninguém estava lá, tinha apenas algumas semanas de aula antes de terminar a escola e o verão começar. Faltavam algumas semanas para Jane se formar na faculdade e finalmente largar o emprego de vendedora na loja de roupas e começar a dar aulas no ensino médio.

A jovem foi até o telefone e discou o número que Brian havia dado para ela, estava empolgada e animada demais, tinha que se controlar.

- Alô? Quem fala?

- Oi Brian, sou eu. A Jolene. - Pode escuta-lo dar um sorriso do outro lado da linha.

- Olá bebê, como está?

- Muito bem, prometi que ia ligar quando tivesse tempo. - Disse sentando-se no sofá.

- Que bom que me ligou, estava começando a achar que tinha esquecido de mim.

- Só ando um pouco ocupada. - Riu coçando a nunca.

- Então, o que você pensa sobre eu ir te buscar e nós dois irmos dar uma volta pelos arredores da cidade.

- Tudo bem. - Sorriu enrolando o fio do telefone em seus dedos - Podemos nos encontrar na hamburgueria do Paul?

- Por que? Não posso buscá-la em casa?

- É melhor não. Minha irmã mais velha é muito conservadora, odiaria saber que estou saindo com um rapaz. - Mentiu enquanto olhava para o porta-retrato dela com Mary e a irmã.

- Tudo bem, me espere lá bebê.

Ao colocar o telefone de volta no gancho desligando a ligação, Jolene olhou para a foto dela com sua irmã sentindo um pouco de remorso pelo o que estava fazendo mas repreendeu seus sentimentos virando o porta-retrato virado para baixo, como se isso fosse amenizar a grande merda que estava fazendo.

***

Jane olhou para o relógio pendurado na cozinha que fazia divisão com a sala, estava começando a ficar preocupada pois Jolene não chegava em casa. Mary entrou na cozinha e ficou triste ao perceber a preocupação da melhor amiga, aquela mocinha estava passando dos limites.

- Jane, quando Jolene chegar me deixe conversar com ela. - Pediu enquanto se servia com um copo de água - Eu me sinto meio mãe dela, nós duas criamos ela juntas.

- Claro Mary. - Cruzou os braços enquanto negava com a cabeça - Onde anda a cabeça dessa menina?

Jolene entra em casa enquanto arruma o cabelo despenteado, ela limpou o canto da boca enquanto ria fechando a porta atrás dela. Ao perceber o clima que estava desmanchou o sorriso de forma rápida.

- O que aconteceu? - Perguntou como se não soubesse o que estava acontecendo.

- Isso são horas de chegar? - A irmã mais velha perguntou enquanto se aproximava.

- Desculpe, deixei um bilhete na geladeira. - Colocou sua bolsa encima do sofá - Não achei que ia demorar tanto.

- Jolene, você anda tão irresponsável. - Jane negou com a cabeça enquanto a via rir - Por que está rindo.

- Jane, eu te amo mas você não é minha mãe!

- Ei! Mais respeito com sua irmã mocinha. - Mary se intrometeu na conversa - Ela está fazendo o melhor para você, está trabalhando o dobro de horas para que você possa frequentar a faculdade.

- Eu não pedi isso para ela. - Deu de ombros pegando novamente sua bolsa.

- Mas ela está fazendo porque te ama. Jolene volte aqui, não terminei de falar com você! - Chamou-a enquanto a via ir para o quarto.

- Você também não é minha mãe, Mary! - Disse antes de fechar a porta.

Indignada, a amiga negou com a cabeça abraçando a jovem que tinha os olhos cheios de lágrimas pela ingratidão da irmã mais nova. O que tinha feito para merecer isso? Era uma dúvida constante em sua cabeça porque tentou o seu máximo criá-la de forma exemplar. Entrou na faculdade de forma tardia para poder conseguir cuidar dela.

Mal sabia Jane que essa rebeldia de Jolene tinha um motivo. Inveja. Era tudo o que sentia.

Dentro do quarto, a caçula se olhava no espelho com um sorriso de orelha a orelha, com suas pupilas dilatadas e o batom um pouco borrado.

- Não acredito que fiz isso. - Sussurrou empolgada - Eu transei com Brian O'Connor.

Pegou a foto que estava guardada debaixo do travesseiro, beijou-a antes de pressiona-la contra o peito.

- Nós vamos nos casar. - Assentiu com a cabeça enquanto olhava para seu reflexo no espelho.

MAIS CEDO NAQUELE MESMO DIA

Brian sorriu ao ver Jolene entrando no carro vestida com um lindo vestido marrom e os cabelos soltos.

- Olá bebê. - Beijou-a na bochecha.

- Oi amor. - Sorriu vendo-o acelerar o carro - Para onde vamos?

- Vamos ver o pôr do Sol. Gosta da ideia? - Olhou-a de canto te olho.

- Adorei! - Riu abraçando seu pescoço.

Ao estacionar o carro, Brian acendeu um cigarro como sempre fazia mas dessa vez ofereceu-a. A jovem deu um trago soltando a fumaça para o lado com muita naturalidade.

O homem passou seu braço pelos ombros dela abraçando-a. Jolene sorriu disfarçadamente sabendo o que teria de fazer para conquista-lo.

Ela passou a mão pela coxa dele fazendo-o soltar uma risada calorosa.

- Você não sabe o que está fazendo, bebê. - Disse levantando seu rosto com o indicador.

- Eu sei muito bem o que fazer. - Piscou para ele como quem está dando permissão para toca-la.

Brian apagou o cigarro jogando-o fora pela janela, colocou a mão na nuca de Jolene puxando um pouco de seu cabelo beijando-a com desejo e ela se entregou a ele sem esforço algum.

Deitados praticamente nus na parte de trás do carro, o homem acende um cigarro que estava na boca dela. Depois de tragar, ela o entrega para fazer o mesmo.

- Puxa bebê, quero te ver mais vezes. - Riu puxando-a para perto.

- Só me ligar, quem sabe eu tenha um horário. - Brincou tirando o cigarro da boca.

- Para mim, é sempre bom ter um horário. - Beijou-a nos lábios.

Sorrindo, Jolene sentiu-se inalcançável, tinha conseguido o que queria e esse era só o começo de seu plano, além de tê-lo feito trair sua irmã, faria-o larga-la para ficar estritamente com ela. Esse era o seu maior desejo.

All Too WellOnde histórias criam vida. Descubra agora