Ajoelha.

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Daniel Marques.

A moça continuava ali, parada em minha frente, paralisada, eu ainda não entendi o por que ela está aqui a essa hora e com essa roupa..

- Ah, é que eu tô sem sono.- A menina respondeu depois de um minuto olhando pra minha cara.

- E veio procurar o sono aqui no meu quarto?- Interroguei.
Ela revira os olhos e bufa com o nariz, e então empurra meu braço que estava encostado na porta e entra no meu quarto sem mais nem menos. Eu arregalei os olhos e fechei porta.

- O que ta fazendo?- Pergunto enquanto a morena mexe nas minhas coisas.

Ela não responde nada, vai até a caixa de som e aumenta a música, me deixando ainda mais nervoso, e por que diabos eu to nervoso? É só uma garota, calma!

- Sabe, Daniel.. Algo em você me chama muita atenção.- Ela se vira para mim.

É impossível não olhar para o seu corpo já que ela está quase nua no meu quarto.

- Você não pode ficar aqui, se te pegarem aqui eu estou bem ferrado.

- É? E por que fechou a porta?- Ela se aproxima.

Fica ai garota, fica aí!

- Ah, porque alguém pode passar e te ver.- Me afastei enquanto ela se aproximava.

- Hmm, estão todos dormindo.- Ela chega mais perto.

De alguma forma meu coração começa a bater mais forte, ele não fica assim nem quando presencio um milagre ao vivo e a cores.

- Olha aqui garota, vai pro seu quarto! - Tentei falar firme com ela.

Ela morde os lábios me olhando, ela é louca?

- Fala de novo.- Ordenou.

É, ela é louca.

- O que? - Perguntei confuso.

Não tenho mais escapatória, já estou no limite do quarto, encostado na parede.

- Mandei ir pro seu quarto.

Ela ri e chega mais perto, ficando de frente comigo.

Deus, tira isso de mim.

- Eu gosto do seu ar de autoritário.- Falou rindo.

Não aguentei e ri também, essa garota é engraçada.

- Vai dormir.- Falei com um sorriso no rosto.

A garota passa a mão no meu peito devagar, gravando a unha logo depois, me arranhando. Eu não sou de ferro né, isso claramente me deixa maluco. Essa menina me deixa maluco.

Mas eu não posso ser maluco.

- Mandei ir pro quarto.- Segurei na mão dela enquanto a olhava sério.

Ela serra os olhos me encarando de volta.

- Eu quero te dar.

Jesus Cristo.

- Você é atribulada?- Sai de perto da menina e fui pro outro lado do quarto.

E é óbvio que ela veio atrás de mim.

- Qual é.. Eu sei que você quer.

- Não sabe não.

Ah, ela sabe.

- Me diga que não quer.- Parou na minha frente.

- O que?- Inclinei a cabeça.

- Diga que não quer transar comigo, diga que quer que eu saia daqui, e então eu vou.

O Filho do Padre | Daniel Marques Onde histórias criam vida. Descubra agora