Posso ajudar?

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Faz 30 minutos que eu e a Sara terminamos o banho, agora estamos no quarto jogadas na cama, assim como fazíamos na minha casa, o que é estranho, será que esqueceram na nossa existência?

Até que batem na porta.

Tava bom demais pra ser verdade. Eu levantei da cama com um pulo e fui até a porta, abrindo a mesma. Era uma menina, ela usa óculos, é baixa, tem os cabelos castanhos claros e a pele escura.

Uau, que linda.

- Oi? - Disse a ela.

- Oi! Sou a ana, a colega de quarto de vocês.

- Oh. - Dei passagem pra ela entrar no quarto.

A sara levantou da cama e apertou a mão da garota.

- Mandaram chamar a gente? - Perguntei.

- Sim, a madre quer todas no refeitório. Eu levo vocês.- Ela disse simpática.

Olhei pra mim mesma de cima a baixo e percebi que talvez eu não estivesse com a roupa adequada.

- Será que vão me julgar se eu for com essa roupa? - Perguntei.

Ela me olha com uma cara engraçada.

- Vão, é literalmente short jeans curto e blusa do Brasil.- Ela respondeu rindo.

- Droga.

- Mas vai assim mesmo, como você é novata, a madre vai pegar menos pesado.- Ana.

- É, e só tem mulheres aqui.- Sara afirmou.

- Exceto o padre e o filho dele, na verdade, o padre não participa das refeições, já o filho dele sim.- Disse a Ana.

- Oh! O Daniel?- Mordi os lábios.

- É, ele é meio que o nosso tutor.

Amém.

- Ela jura que vai casar com ele, logo com o filho do padre.- Sara ri.

- Entra na fila, todas as meninas aqui tem esse sonho, ainda mais agora que ele revelou que não quer ser padre e quer formar uma família.

Meu coração disparou.

- Se lascou Lena, você não quer casar.- Sara disse rindo.

- Agora eu quero.- Falei.

- Essa escola já está mudando você.- Sara.

- E você? Também quer casar com ele? - Perguntei pra Ana.

Tem que conhecer as concorrentes, né?

- Não, eu sou lésbica.

A.

Rimos em coral.

- Bom, vamos? - Ana foi em direção a porta.

Abaixei um pouco o short e segui a mesma.

No caminho, passando pelo outro corredor, vi o quarto do Daniel, me lembro exatamente que era a última porta desse corredor. Também no caminho, ouvi uma música vindo da igreja, deve ser um tipo de hino, tudo aqui é silencioso, só ouço o hino e a panela de pressão. O clima aqui é até agradável, diferente do que eu pensei.

- As comidas aqui são deliciosas, tiveram sorte.- Ana diz no meio do caminho.

Rimos em resposta.

Finalmente descemos as escadas, chegando na sala, depois viramos a direita e chegamos. Tem uma mesa enorme de madeira, com vários tipos de meninas em volta, sentadas. Nossa presença ainda não foi notada, o que é bom.

O Filho do Padre | Daniel Marques Onde histórias criam vida. Descubra agora