𝑗𝑎𝑛𝑡𝑎𝑟

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  E lá estávamos sentados diante da melhor vista que aquele restaurante poderia nos fornecer. A cidade iluminada embaixo do belo anoitecer com a presença da lua.

   — Você gostou? – Francis sorriu admirado.

   — Eu amei – retribui seu sorriso de forma genuína, sentindo a mão dele sobre a minha.

Não imaginava que Francis seria o tipo de cara romântico, sempre imaginei que ele fosse do tipo que não tinha tempo para relacionamentos e só aceitaria  encontros por algumas noites.

   Mas ele é muito mais do que pensei, para ser honesta não tenho pensado em mais nada a não ser ele.

Quando não nos víamos, podia sentir a ansiedade consumir meu corpo e apenas ansiava por tê-lo o mais rápido possível.

     Parecia que mais nada ao meu redor tinha graça se ele estivesse longe. Meu pensamento foi cortado quando um garçom parou em nossa mesa, meus olhos saíram do menu assim como os de Francis e foram diretamente até o rapaz alto.

  — Boa noite, já decidiram seus pedidos? – ele sorriu gentilmente, direcionando seu olhar para mim.

Por motivos desconhecidos, pude sentir meu coração bombear mais rápido, minhas mãos suarem frio e minhas pernas estremecerem.

Ele realmente se parece com o Francis...?!

  — Boa noite, eu gostaria de um ravioli – respondeu Francis gentilmente – E você querida?

Olhei para Francis desconcertada mas ainda me mantive firme buscando disfarçar a horrorosa sensação que me tomava.

— O mesmo que ele... ravioli – novamente olhei para o garçom que sorria de canto.

Ele anotou no pequeno caderninho e o nome do vinho que pedimos e me olhou por uma última vez sorrindo enquanto se retirava.

— Tudo bem Emy? – a voz de Francis entoou preocupada.

— Tudo – respondi sorrindo suavemente, reprimindo aquele incômodo.

A noite foi correndo bem, os pratos foram bem feitos.. realmente, o restaurante era bom como diziam. Por isso estava sempre lotado.

Conversávamos tranquilamente tomando um vinho enquanto a sobremesa ainda não chegava, apreciando o som suave do jazz que ecoava por todo o estabelecimento.

  — Mas me diga, com oque você havia sonhado mais cedo? – perguntou ele, enquanto apoiava carinhosamente a mão sobre a minha.

Instantaneamente minha garganta se fez num nó e senti minha coluna ficar tensa. Disfarçando com um sorriso simples, respondi.

  — Ah sim! O sonho..  mas antes de entramos nesse assunto, eu preciso ir ao banheiro – menti — coisa de mulher – dei um meio sorriso.

Francis apenas concordou sorrindo gentilmente e me indicando para onde ficava o banheiro. Tão cuidadoso..

Em passos curtos e acelerados me direcionei até o banheiro feminino, até mesmo o banheiro era bonito. Quadros antigos e detalhados, pias tingidas de um mármore preto e delicado junto de um longo espelho. Fora o aroma cheiroso de alguma loção delicada que tomava conta.

Suspirei baixinho me encarando no espelho e o meu vestido buscando entender em meio aos pensamentos porquê estava me sentindo daquela forma. Até mesmo se Francis havia percebido que aquele garçom era idêntico.. só pode ser coisa da minha cabeça, provavelmente o trabalho estava me tomando.

Lavei as mãos e delizei uma até a nuca, molhando-a um pouco buscando relaxar. Meus olhos deslizaram pelo meu reflexo

 Meus olhos deslizaram pelo meu reflexo

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𝑀𝑖𝑙𝑘𝑚𝑎𝑛, 𝑚𝑦 ℎ𝑜𝑛𝑒𝑦.Onde histórias criam vida. Descubra agora