Quinta-feira | 18:20
— Seu irmão me pediu para te entregar. — Corbin estende o braço e me entrega uma sacola. Já estou aqui há quase 2 semanas, mas não teve um dia em que o Killian não comprou marmitas, acho que ele tem algo contra fazer e deixar que façam comida em casa.
— Estou começando a achar que ele tem algum medo de explodir a casa cozinhando. — ele solta uma gargalhada e se senta à mesa comigo.
Fiquei bem próxima dele nesses últimos dias, Corbin é mais aberto e brincalhão do que eu imaginava, nem parece aquela carranca que conheci.
— Ainda não acredito que você roubou meu quarto, está sendo um saco dormir naquele outro.
— Nunca que eu iria ficar em um quarto minúsculo como aquele, e pior, sem banheiro. — exclamo dando uma garfada na comida.
— E eu tenho que ficar? — resmungou fazendo bico.
— Você nem mora aqui, só vem pra dormir, aquele quarto é o suficiente para suas estadias.
Me levantei rindo e fui até a geladeira pegar uma garrafa de suco de uva, sou verdadeiramente apaixonada nesse sabor magnífico.
Me viro e vejo Corbin roubando um pedaço do meu frango, pego um pano em cima da bancada e jogo nele.— Larga meu frango seu esfomeado!
— O seu veio mais que o meu, divide comigo garota!
— Pega o pepino, eu odeio pepino. — aponto para um terço da salada que deixei separada da comida, se tem algo que não gosto é pepino, o Killian sabe disso e mesmo assim vive pondo em minhas marmitas.
— Não curto salada, pode ficar para você mesmo. — fala e aponta para o suco em minhas mãos. — Seja gentil e traga para seu amigo também.
— Levante sua bundinha da cadeira, dirija-se até a geladeira e pegue para você.
Em um movimento rápido ele joga o pano de volta em minha cara, acabo assustando e meu copo vai em direção ao chão.
— Droga, Killian vai nos matar. — larga seu almoço e se levanta.
Me abaixo e começo a catar os cacos de vidro que se espalharam pelo chão, Corbin vai atrás de um pano para limpar o líquido e percebo que o tapete branco da sala agora tem tons de roxo por toda a parte.— Ele realmente vai nos matar… — Corbin se abaixa e joga uma toalha na grande poça.
— Deixa esses cacos aí, você vai se machucar.
— Não sou tão boba assim.
— Se você se cortar, ficarei rindo de sua cara e não irei ajudar em nada.
— Não venha com chantagens Corbin. — vejo sua boca se curvar em um sorriso um tanto quanto misterioso, não sabia ao certo se era de diversão ou algo a mais.
— Eu fazendo chantagens Lili? Jamais. — sua voz sai quase em um sussurro. Seu sorriso antes tímido e mistério, se transforma em algo perverso. Seu olhar fixo ao meu me causa arrepios por cada centímetro do meu corpo, era como se ele estivesse me tocando sem usar as mãos.
— Aah… — Um gemido involuntário escapa da minha boca. Assim como eu, Corbin me olha sem entender.
Droga!