Capitulo Seis | Igreja

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Não faço ideia de como ir para essa festa, já quase vesti meu closet inteiro e nada me agrada.

— Já fui melhor em escolher roupas. — fecho a porta e vou até a cozinha.

Killian já deve ter ido, ele falou que iria sair mas não mencionou o lugar. Provavelmente ele não quer que eu vá, não quero nem imaginar a cara que ele vai ficar quando me ver.

Pego um copo de suco e vou em direção ao meu quarto, paro no meio do caminho ao escutar a campainha.

— Não é possível que já seja dez horas. — puxo meu celular do bolso e vejo que são dez e quatorze.

Deixo o copo em cima do balcão e corro até a porta, abro e Corbin me olha de cara feia.

— Eu disse as dez Lili — resmungou ao me ver — porque ainda não está arrumada?

— Não consigo decidir com qual roupa ir, acho que isso é um sinal para eu ficar em casa. — faço beiço na esperança dele desistir de me levar.

— Te dou mais dez minutos para se vestir.

— Você é chato, sabia?

— Eu sou lindo, chato? Talvez. — sua boca curvou-se em um sorriso me fazendo sair correndo pro quarto.

Não gosto da forma que fico perto dele. Já disse o quanto odeio o Killian por ele ter um amigo tão lindo?

Pego um vestido preto coladinho e um tênis também na mesma paleta, irei usar o que sempre me deixa linda.

Dou uma checagem na maquiagem e cabelo no espelho do banheiro, estou deslumbrante! Pego uma bolsa de lado para guardar meu celular e saio do quarto, passo o olhar pela sala e vejo Corbin sentado assistindo na TV.

— Estou pronta. — ele se vira e me encara.

Pego as chaves na porta e sinto que ele se aproxima.

Não me viro, continuo ali, parada, sem mover um único dedo.

— Você está linda Lili. — sinto sua respiração perto da minha orelha.

Travo a mandíbula e tento conter a respiração.

— Obrigado. — sussuro tão baixo que tenho quase certeza que ele não escutou.

— Vamos? — pergunta passando ao meu lado e abrindo a porta.

— Vamos.

Ele está lindo, magnífico. Todo de preto, calça social e uma blusa quase na mesma vibe. Não consigo desgrudar os olhos dele, é como se ele fosse um imã e eu o metal.

As ondas em seu cabelo me deixam enlouquecida, seu piercing no nariz, combina com o resto em si, como uma perfeita melodia.

— Deseja me falar algo Lili? — saio do transe ao escutar sua voz, somente agora percebo que estava o encarando desde quando entramos em seu carro.

Isso já faz quase dez minutos.
Socorro Deus.

— Perdão — desvio o olhar, mas mantenho a atenção nele — estava distraída.

Como explicar que estava hipnotizada em sua beleza?

— Como eu disse lá no apartamento, você está linda. — fala e sinto minhas bochechas queimarem.

Cazzo!
Devo estar toda vermelha.

— Obrigado Corbin. — ele volta a atenção para a estrada, me viro e olho pela janela do carro, estamos muito afastados da cidade.

— Você também está lindo. — elogio e o vejo de canto me encarando.

— Obrigado pequena.

— Essa tal festa é muito longe?

— Não muito, porque?

— Já estamos um pouco afastados da cidade, e já estamos em estrada de chão.

— Eles não costumam se divertir em locais públicos, gostam de algo mais reservado.

Olho na estrada e vejo uma placa de aviso.
Construção privada, favor não entrar sem permissão.

— Como estamos entrando em algo privado? — pergunto confusa, Corbin me olha de canto e rir.

— Sua inocência me encanta.

Arregalo os olhos ao perceber que estamos invadindo, assim como todos os outros que devem estar nessa festa.

— Eu não sou inocente seu babaca — cruzo os braços e vejo uma multidão logo à frente — só acho muito errado invadir um local para divertimento próprio.

— A graça de se divertir é essa Lilith, quebrar um pouco as regras.
A música alta invade meu ouvido assim que desço do carro, tento ajeitar meu vestido mas uma mão me surpreende por trás.

— Fique perto de mim — Corbin fala perto do meu ouvido — não aceite bebidas de ninguém, e o mais importante de tudo! Não ande com esse vestido tão curto assim.

Sinto sua mão apertar meu quadril, logo depois desce até a barra do vestido puxando-a para baixo.

— Algo a mais papai? — zombo arrancando um sorriso de seus lábios.

— Se ver seu irmão, diga que veio só — fala se virando para sair — se ele souber que trouxe a irmã dele para uma festa que ele mesmo a proibiu, talvez eu acabe sendo um homem morto.

Solto uma risada e saio andando à sua frente.

O local da festa é como uma casa, mas algo nela me diz que não é uma casa comum, está mais para uma… igreja?
Invadiram uma igreja abandonada para satisfazer os próprios divertimentos?

— Meu Deus, peço perdão por estar entrando no meio deste pecado.

Instagram: indiaverso/AutoraÍndia

A escolha de Lilith - Dark Romance Onde histórias criam vida. Descubra agora