Capítulo Dez | Isso é correto?

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Desesperada e ofegante, assim eu me encontrava naquele exato momento. Meus pés já estavam acabados de tanto correr naquele imenso matagal.

Diminuo a velocidade dos meus passos até parar de andar, me escoro em uma árvore e tento controlar minha respiração. Sinto que vou desmaiar a qualquer segundo.

— Deus, me ajude por favor. — suspiro olhando em volta, não consigo enxergar quase nada.

A única coisa que me salva é a enorme lua no céu indicando que é noite de lua cheia. Toda linda e brilhante, mas não deixa de ser aterrorizante para o momento em que estou.

Faço careta ao sentir um ardor percorrer da minha canela até o meu joelho, não quero nem ver o estrago que os galhos e espinhos fizeram. Já não escuto o Damon a um tempo, e isso me preocupa demais, porque ao mesmo tempo que ele pode estar a metros de distância de mim, ele também pode estar a poucos centímetros, apenas me observando e alimentando minha esperança de conseguir fugir.

Analiso o local onde vim parar e vejo que estou cercada por árvores gigantescas formando um labirinto sem fim. Ando com cautela até encontrar uma com um tronco largo e que de para subir. Tento escalá-la, mas é uma tentativa falha.

— Já fui melhor nisso. — murmuro agachado e arrancando meus sapatos.

Amarro o cadarço deles um no outro e coloco em meu pescoço para levá-los comigo, levanto o vestido e tento mais uma vez subir, e novamente uma, duas, três vezes, eu caio.

— Mais que droga! — reclamo irritada. Respiro fundo e olho em volta caçando algo que pudesse me auxiliar para subir.

— Bem que você poderia me mandar uma corda aí do céu papai. — brinco.

Tropeço em um tronco e quase dou de cara no chão, levanto com raiva prestes a chutá-lo, mas um espinho me impede.

— Caralho! — levanto o pé choramingando de dor.
Por que eu inventei de sair de casa? Nem de festas eu gosto!

Me sento ao chão para ter um pouco mais de estabilidade, e assim consigo arrancar o maldito espinho. Respiro fundo e engulo a vontade de chorar, eu só queria minha cama agora, deitar nela e deixar as lágrimas caírem e me sentir como uma garotinha indefesa até dormir.

Ratinha? — Fico imóvel ao escutar um chamado um distante.

— Damon. — sussurro me levantando, tento andar o máximo que consigo sem fazer barulho, mas é quase impossível de conseguir isso estando em uma floresta e ainda por cima sem enxergar onde estou pisando.

Olho para a árvore mais uma vez e respiro, é agora ou nunca. Agarro a fresta da madeira e me empurro com toda a força, escorrego mais uma vez e o desespero invade, ele vai me achar.

— Por favor Deus, socorro.

Me jogo mais uma vez contra aquela árvore e não desisto, pouco a pouco vou conseguindo subir. Vejo um galho acima de mim e estico minha mão para tentar pegá-lo.

Os sons de folhas sendo pisoteadas aumentam a cada segundo, e junto meu coração acelera cada vez mais. Será que fugir foi realmente a escolha mais inteligente que eu fiz? Ele havia falado que não me machucaria, mas logo em seguida me mordeu e ameaçou Killian, não sou idiota o suficiente para confiar em um maluco que acabei de conhecer.

— Vai, vai! — forço-me um pouco mais e consigo segurar o galho, puxo meu corpo e subo no tronco.

Principessa? Onde você está?

Controlo minha respiração para que ele não me escute, olho para baixo e vejo a silhueta de seu corpo.

— Se você estiver me escutando, preste muita atenção no que irei lhe falar — aconselhou — se você acredita em Deus ou em qualquer outro santo, comece a rezar, orar e até mesmo implorar por piedade. Por que somente eles poderão proporcionar isso no momento em que eu colocar minhas mãos em você!

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⏰ Última atualização: Jul 18 ⏰

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