— É o número 7 do 5° andar. — afirmo e puxo minha mala até o elevador, aperto o botão e demora alguns segundos até a porta se abrir, chegando ao 5° andar, percorro o corredor caçando o número 7.
Abro a porta do apartamento e olho em volta.
— Bem espaçoso. — deixo minhas malas ao lado do sofá e percorro por todo o apartamento, até que Killian acertou dessa vez.
Ele disse que só chegaria depois das 18:00, aula integral é horrível, ainda mais em faculdade, mas, não posso reclamar, em Los Angeles era a mesma coisa.
Pego meu celular procurando o seu número, ligo e no quarto toque escuto sua voz.— Fala pirralha.
— Não me chame disso. — digo irritada, ele tem uma imensa facilidade em me tirar do sério, fico até imaginando o quão insuportável será esses próximos meses morando com ele.
— Não tô com tempo Lilith, diga o'que quer, estou no meio da aula. — suspiro e vou até a geladeira, abro e dou uma olhada.
— Você precisa fazer compras para essa casa, não tem nada por aqui.
— Está em minha casa? — pergunta, pelo visto esqueceu que dia é hoje.
— Sim Killian, pode por gentileza me dizer qual é meu quarto? Preciso tomar um banho, estou exausta da viagem.
— O último do corredor, os outros dois estão ocupados.
— Você divide a casa com mais alguém? — pergunto confusa, tem 3 quartos nesse apartamento.
— Não, mas às vezes um amigo meu dorme no que fica de frente ao meu. — suspiro e vou até o corredor onde fica os quartos, abro uma das portas, só pela bagunça certeza que esse é o dele, fecho e abro o da frente. É maior que o anterior, vejo duas portas, uma a cada lado, deduzo que seja um banheiro e um closet.
— Até mais tarde Hermano. — desligo e vou até o quarto que ele disse ser meu. Não tão grande, um pequeno closet e sem banheiro.
No sonho dele que vou ficar nesse quarto. Fecho e volto até a sala, pego minhas malas e as levo ao quarto que seria do seu amigo, mas agora pertence a mim.Tiro uma peça de roupa da minha mala, pego uma toalha limpa no closet e vou ao banheiro. Coloco a banheira para encher e vou até o espelho, passo a mão percorrendo cada curva do meu corpo, prendo meu cabelo em um coque para não molhar.
[...]
Acordo ao sentir um peso em cima de mim, olho assustada e vejo meu irmão me balançando. Tento jogá-lo para o lado mas é uma tentativa falha.
— Sai de cima! — grito mas ele continua no mesmo lugar, rindo.
— Killian, eu tô falando sério garoto!
— Mal-humorada a essa hora da noite Hermana? — sento ao seu lado e coço os olhos, olho em meu relógio e marca 21:47 de uma quarta feira.
— Não tem como acordar de bom humor quando se tem uma porta pulando em cima de você. — ironizo e olho dos pés a cabeça, ele cresceu muito nesse último ano.
— Para de drama pirralha. — fala dando um peteleco na minha cabeça — E vem cá, tava com saudades da sua cara feia. — puxa meu corpo ao seu me cobrindo com meus braços extremamente grossos.
— Você tá gigante.
— É, eu sei. — me solta do abraço e se levanta — Você continua a mesma anã. — reviro os olhos e me deito novamente, sinto sua mão em meu calcanhar e logo sou puxada da cama — Sai dessa cama garota, pedi comida, vem comer.
— Me deixa dormir! — suplico ainda com sono, mas sou praticamente jogada no chão.
— Por quê você tá nesse quarto? Eu disse que era o outro.
— Eu não vou ficar em um quarto que nem um banheiro tem, se seu amigo quiser que se mude pra lá, esse quarto agora é meu. — me levanto, pego meu celular ao lado do travesseiro e saio do quarto.
— Vai começar as aulas da tua faculdade que dia?
— Na segunda, mamãe ficou de enviar a transferência amanhã. — vejo de canto o mesmo revirar os olhos, depois que o papai faleceu Killian e nossa mãe começaram a discutir muito, tanto que ele se mudou aqui pra Miami a mais de dois anos — Ela sente saudades de você irmão.
Noto seu corpo parar de andar, me viro e vejo uma carranca em seu semblante.
— Não, ela não sente Lilith. — seu punho e maxilar travam, ele respira fundo e me olha buscando se acalmar — Nenhuma mãe trataria um filho daquela forma, ela sentir saudades? Por dios.
— Ela apenas não gostava dos lugares que você frequentava por lá Killian. — boates, festas clandestinas e corridas, todos esses locais ele estava presente, isso enlouquecia a mamãe, nosso pai teve o mesmo rumo, até ser assassinado quando éramos pequenos.
— Isso não é motivo para destratar um filho. — diz e sai na frente indo até a cozinha — Não quero mais saber desse assunto, então por favor, não toque mais nele.
Me sento no sofá e pego meu celular, serão longos meses...
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