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Guri

— Em 15 minutos eu desço, é rapidinho.

Vejo ela subindo as escadas correndo sem nem esperar pela minha resposta.

Óbvio que ela vai demorar bem mais que 15 minutos, então me afundo no sofá e começo a mexer no celular.

Vejo todos os MCs passando por mim e indo para o Coliseu enquanto eu espero a Nalú. Passa meia hora e ela simplesmente não aparece. Subo a escada e bato na porta do quarto que ela estava.

— Bora, 'fia. — digo batendo na porta.

— Guri, entra aí. — ouço sua voz abafada.

Ela diz e eu abro a porta, encontrando ela de costas com um top com o zíper aberto atrás, mostrando suas costas.

— Que isso, 'muié? — digo virando o rosto para não ver.

— Me ajuda aqui, faz mó tempão que eu to tentando fechar essa merda. — ela diz virando a cabeça e olhando pra mim.

— Vou te ajudar. — digo olhando para as suas costas e me aproximando.

Chego perto o suficiente para conseguir pegar o zíper apenas esticando a mão. Puxo o zíper com cuidado e fecho seu top.

— Prontinho. — sorrio.

— Obrigada, Gurizin. Agora vamo. — ela diz pegando sua bolsa.

— 'Bora.

Fomos andando para o Coliseu enquanto conversávamos sobre a batalha. Estávamos já na quadra da praça onde acontece a batalha, até que percebo que Nalú tinha parado de andar do nada.

— Que foi? — digo olhando para ela.

— Eu acho que deu ruim aqui...— ela diz virando de costas pra mim.

Olho diretamente para as suas costas e vejo o zíper do seu top estourado.

— Ai, mulher...

Me aproximo dela e tento de todas as formas possíveis arrumar o zíper e ela não fecha de jeito nenhum.

— Ai, Guri...Vai indo lá. Eu vou voltar pra casa pegar outra camiseta. — ela diz me olhando meio envergonhada.

— Não não, aqui é perigoso e você nem conhece aqui direito. Eu vou contigo. — digo dando meia volta para voltar para a casa.

— Não, cê vai se atrasar...Já estamos atrasados na real. — ela diz e ouvimos um grito sendo puxado na batalha.

— Ai caralho...

Começo a pensar em alguma solução. Não tinha nenhuma possibilidade de eu deixar ela andar sozinha numa rua do RJ que ela não conhece, mas também a gente ia acabar perdendo a batalha se voltássemos para a casa.

— Tive uma ideia. Usa minha camiseta. — digo já tirando ela rapidamente.

— Você vai ficar sem? — ela diz arregalando os olhos.

— Antes eu sem camiseta do que você. — digo e ela concorda — Toma 'muié. E vamos que a batalha já começou. — entrego a camiseta preta com o símbolo da vents para ela.

vesúvio • guri mcOnde histórias criam vida. Descubra agora