Quinta-feira, perto das cinco e meia da manhã, saindo pra mais uma aula irritante na faculdade, minha vontade de sair era abrangente porém, ficar confinada em uma sala fechada com janelas horríveis e cheias de pó. Sentar perto delas atacava minha rinite. Entre ficar perto de algumas meninas com seus perfumes caros e importados, eu preferia ficar na janela, vai que eu possa quebrar só um pouco para entrar ar mesmo que seja um ar poluído.
Meia hora de aula depois com uma super vontade de assistir a aula, eu ficava só na janela, vendo o movimento da avenida que ficava atrás dessas telas imundas . Muitas vezes meus amigos me davam um cutucão em meus ombros para eu prestar atenção porém meu efeito da alucinação da iluminação me fazia os ignorar .
Várias horas se passam e eu ainda estava morrendo naquele local. Eu só queria dormir no momento, tirar um cochilo e ao mesmo tempo não queria. Isso era confuso de explicar de certa forma .
Com uma hora faltando para bater o intervalo do período, resolvi anotar todas as palavras e desenhos feitos pelo professor para o caderno. Alguma coisa eu tinha que fazer antes de eu "morrer".
Com fome e com sono só me restava a esperança de ouvir aquele divino sinal para me ressuscitar meu corpo, ou pelo menos aquilo que restava dele. Quando bateu o sinal, fiquei correndo feita louca para ter uma pequena felicidade para a pseudo liberdade.
No corredor do andar a baixo. Andando até a sala da turma de enfermagem, encontrei no caminho um antigo "amigo". O nome dele é Líryus, um nome bem exótico . Ele sempre falava para todos que seu nome foi dado porque ele nasceu perto de um campo de lírios perto de sua casa. Sempre achei que essa história fosse muito esquisita porém, fui confirmada pela sua própria mãe.
Eu e Líryus eramos muito próximos, sempre as pessoas falavam que nós fomos abrangentes , pensando que nossa relação era muito extensa a ponto de ficar mas sempre que eu tocava nesse assunto sendo do nada, eu ignorava com uma desculpa. Nesse tempo eu ainda namorava com Daniel.
Líryus até chegou a querer namorar comigo porém se ele entendesse meu caótico purgatório mais conhecido como mente, talvez teria essa continuação e essa ideia sairia da boca para a prática.
Ele até me falou a seguinte frase pra mim referindo-se ao Daniel : "Quando a pessoa é cobra mesmo, não tem como esconder seu veneno. Ele pode até espalhar por todos porém, seu veneno não é comparado com sua língua, porque da sua língua sai a tal mentira que demonstra o seu jeito que é, um completo lixo" - por conta disso minha amizade foi parar no espaço mas ele estava falando a pura verdade, quando eu me vi, já era tarde demais.
Líryus ficou me observando até eu despistar ele no fim do seu campo de visão. Eu fiquei todo momento com a cabeça baixa e com o celular na mão, mas ele não notou que enquanto ele me encarava, com a música alta até estourar o tímpanos, eu estava com a câmera fronta ligada, então fiquei vendo cada movimento atentamente no olhar e mesmo assim eu achei estranho por ele não ter notado que eu estava vendo ele pelas costas.
Mal saindo de um clima negro, eu acabei caindo em outro. Usando o elevador para ir até meu destino, o último andar, o décimo e sesto. Em meio no caminho, Daniel que estava no sétimo andar embarcou naquele espaço. Um clima bem consagrado que durou cerca de três minutos. Foram os minutos mais difíceis que tive aturar ele. Nada aconteceu, ninguém falou, ou se quiser mexeu .
Chegando perto do andar, algo acontece, o elevador para de funcionar bruscamente. Fiquei apertando o botão e gritando. Ninguém me respondia, deveria ser pelo jogo da equipe de futsal com a quadra no andar abaixo, seus gritos de animais deveriam estar no zoológico.
Tentei pegar meu celular na bolsa porém estava muito escuro para encontrar-la . Fiquei revirando as chaves, o batom e de outras coisas mas, não achava o que eu queria. Momentos após, ele toca e acabo encontrando. Ao atender, era uma voz de homem rindo me perguntando: - Você esta bem Alice dentro desse elevador ? - nesse momento pensei uma coisa, como a tal pessoa sabia que eu estava dentro do elevador presa, apenas Daniel sabia de mim mas ele é muito queto, ele esta nem ai comigo. Eu perguntava quem era e como sabia mas, a resposta não vinha até que ele falou uma coisa: - Eu estou contigo... - nesse momento achei que ele estava louco porém quando olhei para o espelho do elevador todo quebrado, lá estava, um reflexo de um homem de costas, com a cabeça em direção as portas. Nesse instante tomei um susto, o coração começou a bater forte, meus músculos ficaram tensos e imóveis . Antes de ver as últimas imagens do sujeito, eu cai no chão do elevador, fiquei descontrolada, meus músculos ficaram duros e doendo como se fosse um câimbra em todo corpo, eu tentava me mexer mas não conseguia, no chão antes de meus olhos fecharem eu vi aquele sorriso, com ele girando um pouco o pescoço, ele disse uma última frase que até agora fiquei conturbada:
- Bons sonhos minha querida Alice ...
Quando eu acordei, estava no último andar com o elevador com as portas abertas e o espelho estava diferente, não havia mais a rachadura no meio .
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Pensamentos Suicidas
Mystery / ThrillerMuitas vezes temos que dar valores aos mínimos dos detalhes possíveis. Dentro das histórias podemos ter loucuras relacionadas a alucinações e histórias sem sentido, mas nesse momento, você verá uma triste história depressiva de uma jovem garota...