Após assistirem eclipse, Seungmin quase dormia ao lado de Changbin, que não parecia estar tão atento ao que acontecia no filme há pelo menos alguns minutos. Quando os créditos subiram na tela e o Kim delisgou a TV, o azulado parecia estar mais cansado do que ele, por isso parecia tão desatento. Até que o celular do Seo tocou, o nome de Chan se fez presente na tela, Changbin acordou totalmente com o barulho, logo atendeu.
Pelo pouco que ouviu, os dois estavam tratando do horário que o pai do garoto iria buscá-lo.
– Seungmin, que horas o Chan pode vir me buscar? – perguntou ao moreno.
– Quando você quer ir embora? – sorriu fofo.
– Pode vir agora, Channie. – respondeu rindo, percebendo a careta se formar no rosto do Kim.
– Isso não é justo! Chan hyung, só vem sete horas. – gritou para que o mais velho o escutasse.
– É... Tá bom sim. Obrigado, pai. – finalizou a chamada, encarando o maior, que ainda carregava um bico emburrado consigo.
– Ele vem que horas?
– Sete horas, como você pediu. – respondeu, de repente a careta se tornou um sorriso e Seungmin o abraçou.
– Sai fora. Já vou ficar aqui com você, não precisa de grude. – dizia rindo.
– Como se você não gostasse. – mostrou a língua para o outro.
Seungmin levantou da cama, pegou as canecas que haviam bebido o chocolate quente, se dirigindo a porta. Antes que pudesse sair, perguntou se Changbin ainda queria alguma coisa, então o azulado pensou que fosse um momento oportuno para perguntar o que queria para o maior.
– Na verdade, eu tenho uma pergunta. – sentou na cama alheia.
– Se quero namorar você? Sim, mas eu quero te pedir primeiro. – respondeu sapeca.
– Eu não vou te perguntar isso. – riu do moreno. – Na verdade, tudo bem se você não quiser falar.
Rapidamente, o menino deixou as canecas na mesa, para sentar-se com o azulado.
– Você não se sente sozinho? – Seungmin fez uma expressão confusa. – Tipo, toda vez que eu vim aqui, você tava sozinho, e bem depois sua mãe chegou. Quando eu acordei naquele dia, ela já tinha saído, de novo, só eu e você. Não é solitário?
O moreno lhe ouvia atentamente. Era sim solitário, muitas vezes queria que sua casa ficasse cheia, era sempre tão vazia. Adorava quando Changbin ou então os amigos lhe visitavam.
Seungmin sabia que a mãe era médica, ela precisava trabalhar bastante, bem, praticamente dia e noite, poucas eram as folgas da mulher. Ele não culpava Yongsun, de forma alguma, era o trabalho dos sonhos da mãe, ela fazia tudo para lhe dar boas condições. O único problema era que muitas vezes ele se sentia sozinho, sentia falta dela. A Kim chegava cansada após horas e horas de trabalho. Ela era uma ótima mãe, cuidava de si muito bem, era carinhosa e amável, o único problema é que Seungmin não poderia receber tudo isso com frequência.
– É. Quer dizer, não é tão ruim, mas eu sinto falta de ter alguém comigo, por isso gosto tanto quando vocês vêm. – suspirou. – Principalmente quando ela passa a noite fora, não suporto dormir sozinho.
Changbin o olhava compreensivo, embora não estivesse surpreso pela resposta, era muito difícil imaginar Seungmin passando por experiências negativas. Sabia que ele não viva de sentimentos felizes e momentos alegres, todavia, horas de negatividade lhe assustavam um pouco. Changbin era muito ruim em lidar com problemas ou sentimentos, tinha medo de piorar a situação do moreno, de não usar as palavras certas e aparentar não se importar com o que ele dizia.
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Dias? Conturbados. Noites? Solitárias!
Hayran KurguOnde os dias conturbados de Changbin se mesclam com as noites solitárias de Seungmin. Agora mais do que nunca, os sentimentos dos dois se afloram, mas de uma forma diferente do costume.