Algumas semanas haviam passado desde o dia em que Seungmin e Changbin haviam se "declarado" um para o outro, e nada poderia estar tão leve entre eles. O Seo não se sentia pressionado a ser perfeito ou viver tentando entrar em padrões que não eram seus para agradar o Kim. Seungmin não lhe incomodava de forma alguma, ele estava sendo tão compreensivo, lhe ajudava em tudo que podia, sempre tranquilizando o azulado, dizendo que não se sentia obrigado a nada e fazia apenas por gostar do baixinho.
De vez em quando, Changbin se sentia pesado, claro, poderia estar melhor em alguns aspectos, mas ainda havia muito a ser resolvido, tinha várias recaídas, ele não iria curar anos de abuso em duas semanas. Ficava aliviado de ter seus pais, Hyunjin e Seungmin sempre à disposição, se não fosse por eles, Changbin estaria no fundo do poço, bem pior do que antes.
Era bom ter amigos, ele sabia que podia ser ele mesmo, não precisava se encaixar no que os outros queriam, não precisava atingir as expectativas de ninguém, não haviam pessoas dizendo o que ou como ele deveria ser, fazer, agir, pensar.
Era apenas Seo Changbin em sua essência, tentando descobrir o que gostava ou não, o que queria e não queria, começando do zero e descobrindo que sua companhia não era ruim. Ele adorava passar um tempo sozinho, era como se estivesse conhecendo outro alguém, que na realidade era ele mesmo, depois de anos tentando ser o que Miyeon queria, ele agora tinha liberdade para ser quem quisesse. Às vezes parecia assustador, muitas vezes não queremos descobrir quem realmente somos, temos medo dessa verdade, e era o que passava pela cabeça de Changbin em certos momentos.
Ele estava sentado na cama de Seungmin, limpando o rosto de Jeongin com um lencinho umedecido, enquanto esperava o Kim sair do banho. Ao que parece, ele e Jisung haviam começado uma discussão no trabalho de artes, e começaram a jogar tinta um no outro, até que foram retirados da sala pelos amigos, que estavam igualmente sujos, cobertos de cores pelo rosto, roupas, corpo, era uma cena realmente diferente.
– Agora sim pareço um arco-íris ambulante. – reclamou Jisung. – Aquele idiota! Quem em sã consciência quer usar marrom em uma pintura de constelações? Nem faz sentido.
– O fato da escola ter adicionado artes no último ano foi para dar uma acalmada nos alunos, ouvir uma música, pintar um quadro, escrever um poema, sabe? Conectar o aluno com seu artista interior, e o que vocês fazem? Brigam por uma cor estúpida em um quadro estúpido! – rebateu Jeongin. – Obrigado, Changbinnie.
– Sem problemas. – sorriu, olhando a situação. A tinta no piso do quarto, Felix se limpando e ajudando Jisung a se livrar das cores, Changbin se segurava para não rir.
– Primeiro: você começou querendo colocar aquele verde limão horrível. Segundo, se existe um verde feioso daqueles, pode existir marrom, e é um trabalho para explorar as cores, eu podia botar a cor que eu quisesse. – Seungmin saiu do banheiro com seu moletom rosa e sua bermuda branca.
– Então eu podia botar o verde limão, que era bem mais bonito do que aquele marrom cocô que você queria.
– Vocês realmente vão brigar por cores? – Changbin perguntou, sentando-se na cadeira, assistindo Seungmin se jogar na cama.
– Ele que começou. – apontou para o Han.
– Me dá um tempo. Vou tomar banho agora.
O menor entrou o banheiro, fechando a porta com força, tirando uma risada de Felix. Changbin o encarou, ele se sentia seguro para falar agora, era estranho, mas achou que fosse um momento interessante para usar. E como se pudesse ler a mente do azulado, Seungmin chamou Jeongin para ajudá-lo a fazer algo para os cinco lancharem, restando apenas os dois no quarto, e Jisung cantarolando algo no chuveiro.
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Dias? Conturbados. Noites? Solitárias!
Hayran KurguOnde os dias conturbados de Changbin se mesclam com as noites solitárias de Seungmin. Agora mais do que nunca, os sentimentos dos dois se afloram, mas de uma forma diferente do costume.