Noite de Sedução.

Mudança.

𝚂𝚎𝚛𝚎𝚗𝚊 𝚆𝚑𝚎𝚜𝚢𝚋𝚎𝚕

"Eu assisti uma mudança em você
Era como se você nunca tivesse tido asas
E agora você se sente tão vivo
Eu assisti você se transformar"
Change ~ Deftones.

...

Minha cabeça dói como no inferno. E coloco a mão na têmpora gemendo de dor. Ouço um silêncio absurdo ao meu redor mas em seguida uma respiração pesada.

Vou abrindo os olhos devagar me vendo em baixo de Guns que está respirando com dificuldade.

— Guns? — chamo. — Onde estamos?

Ele respira fundo parecendo aliviado e se afasta me fazendo sentir falta do calor de seu corpo por alguns segundos.

— Você acordou. — anuncia. — Batemos o carro. Mas o serial Killer não está atrás da gente.

Me ajeito no banco e ele vai para o banco ao lado me olhando. Seu dedo indicador vem até meu rosto acariciando minha testa. Só sinto arder quando o dedo pressiona o lugar.

Ele me olha com preocupação e seu único olho deixa visível seu olhar atormentado em um mix de sentimentos.

— Ai! — resmungo.

— Nada além disso dói? — ele pergunta.

Só então vejo seus ferimentos. Em seu pescoço perto da orelha a um corte. Seu lábio está ferido e em sua sobrancelha próximo ao piercing tem sangue ainda fresco. A batida deixou algumas feridas em nossas peles mas espero realmente que tenha sido somente nelas

— Não.

— Pescoço parece ter torcido? Pulso? Sente suas pernas? Suas mãos ou todos os dedos estão intactos? E seus pés! Consegue sent...

— Já disse que estou bem! — falo rígida. — Está tudo bem.

Levo meu polegar até seu lábio. Passo a ponta por seu piercing no lábio e vou até o corte retirando um pouco da cor vermelha dali.

— E você? Está bem?

— Já estive melhor. — o homem diz com sua voz grossa. — Achei que iria te perder.

— Eu estou bem aqui. — falo calmamente.

— Eu sei mas ainda sim... fiquei preocupado.

Eu me afasto para olhar ao redor. O carro está batido em uma árvore, o vidro quebrado e o veículo destruído.

Abro a porta saindo do carro sentindo minhas pernas bambas pelo impacto e Guns também sai logo em seguida.

Estamos na floresta. Não sei em que momento o carro derrapou tirando ambos da estrada. A floresta está silenciosa, somente o barulho das folhas das árvores se mexendo por conta do vento está presente, e alguns grilos.

— Estou sem bateria. — ele anuncia guardando o aparelho desligado no bolso.

— Ótimo! Caralho estamos perdidos. — digo mais rígida do que o normal.