Whesybel

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𝚂𝚎𝚛𝚎𝚗𝚊 𝚆𝚑𝚎𝚜𝚢𝚋𝚎𝚕

Olhei para a frente do espelho, faltando a última mecha teimosa de cachinho, peguei um pouco de creme e espalhei pelas mãos as levando até o cacho solto

Passei o creme no lugar e enrolei com meus pequenos dedos, o cachinho saltou e isso me fez abrir um sorriso, em meio de tanto cabelo a finalização estava completa

Eu suspirei e abri um sorriso imenso, peguei a toalha e amassei os cachinhos, depois chacoalhei a cabeça fazendo os fios de cabelo saltarem e finalmente me senti pronta, limpei minha mão na toalha, tirando o excesso de creme

Denver tombou a cabeça para o lado, meu grande Border collie, ele deveria estar acostumado com o processo inteiro de finalização de cabelo.

Fui até o mesmo e quando cheguei perto ele se jogou no chão, com as pernas arreganhadas e a barriga a mostra, eu levei meus dedos, com minhas unhas grandes até o lugar e cocei vendo sua perninha se mexer

— Meu garotão, você queria somente isso não é? Carinho meu bebê — faço uma voz de criança — Carinho, carinho mamãe. — dou uma risadinha alegre

Logo me levanto e ando até o espelho, Denver levanta enfiando o focinho em minha coxa me cheirando, e eu dou um sorriso, me medindo no espelho

Tombo a cabeça para o lado, ajusto meu vestido totalmente curto até demais, chamaria atenção? Se sim, que bom. Minha bota vindo até o joelho, o vestido era preto, simples com um decote em V, e uma bota de coro preta com alguns brilhos, um salto enorme plataforma.

Com meus 1,64 eu estava me sentindo uma gigante, dobrava de tamanho com saltos tão grandes, mas me encantava.

Meu celular vibra com o nome ZALLY estampado na tela, bocejo e pego o aparelho, pego também minha bolsa com alguns materiais mas antes de sair, coloco mais ração no pote de Denver e água fresca.

— Você consegue ficar sozinho não é? — me abaixo depositando um beijo na ponta de seu focinho, ele abre a boca lambendo meu rosto com sua língua áspera — Ei, Denver, vai borrar a maquiagem da mamãe.

Me levanto, ele se deita sobre as patinhas e suspira, eu odeio deixar Denver em casa, mas eu preciso; na faculdade não é permitido cães, vai por mim, eu já tentei.

Saio de meu apartamento, tranco a porta e ando pelo corredor longo e mal feito, vendo alguns buracos nas paredes em torno de mim, a iluminação tão péssima que doía, eu precisava me mudar

Sem contar o mal cheiro.

Entro no elevador e me olho no espelho novamente, eu podia ouvir piadas o dia inteiro sobre a minha profissão, a filha da puta da Charlotte iria me xingar o dia todo, me zoar, me por lá em baixo, e se de algum jeito isso a fazia se sentir melhor, tudo bem.

Eu gosto dos olhares, eu sempre gostei dos olhares que recebia, e eu fazia questão de ir a merda da faculdade impecável como nunca.!

Dou um sorriso para o espelho, minha covinha surge e eu me amo muito... havia dias, eu confesso, que me sentia um lixo, mas quando isso acontecia, eu preferia não sair de casa por longos dias.

Ou meses

Assim que a porta do elevador se abre, eu me retiro, andando em direção a portaria.

— Bom dia Serena — Bob diz com um sorriso.

— Bom dia Bob! — correspondo.

Apoio minhas mãos na pequena janela que havia ali para contato, o homem de grande porte, porteiro e segurança do condomínio me da um sorriso imenso.

Noite de Sedução.Onde histórias criam vida. Descubra agora