O assista queimar

80 11 3
                                    


𝚂𝚎𝚛𝚎𝚗𝚊 𝚆𝚑𝚎𝚜𝚢𝚋𝚎𝚕

Estou sentada na cadeira, de frente para meu espelho no camarim. Uma mão no pescoço onde um corte ardente e irritante pinica e queima.

Uma lágrima cai rolando por toda minha bochecha e queimando minha pele fria. Eu respiro fundo e não controlo as outras com minha visão ficando embaçada.

Em que merda eu estava pensando? No que eu estava pensando quando entrei dentro da cabine?

Quando Geórgia me avisou sobre o cliente, eu quis saber um pouco mais, e assim que ela me passou sua aparência eu soube exatamente que seria Guns.

Olhos escuros, o cabelo grande caindo sobre os olhos, tatuagens visíveis nas mãos, pescoço, ombro. Seu estilo incrivelmente icônico.

Eu nunca vi Guns com outra cor a não ser preto.

A curiosidade me invadiu, por que ele estava aqui? Por que ele queria me ver dançar? Ele gosta de mim? Ou só me vê como um objeto? Por que caralhos ele nunca se atreveu a dizer algo pra mim? Porra ele queria zombar de mim?

Eram tantas questões, até eu aceitar e ir naquela cabine. Ele agiu como se fosse outra pessoa e eu alimentei seu fetiche estranho por um tempo. Eu dei minha vida dançando.

A escuridão que estava em meus olhos me deixou com mais coragem porque eu sei, eu sei bem que se tivesse feito tudo aquilo olhando em seus olhos eu teria falhado miseravelmente

Eu me atrevi a lamber sua ereção, por cima do jeans, eu fiz isso, e eu nunca fiz com nenhum cliente meu.

Eu senti seu pau inchar sobre mim enquanto rebolava em seu colo, e eu orei para que ele não sentisse meu desespero. É tão grande, por cima da roupa, é grande e cutucou minha bunda de uma forma totalmente inesperada.

E eu não entendia exatamente oque eu estava sentindo, por isso meu coração batia tão rápido no peito. Guns fez mal a mim, ele desmereceu meu trabalho me chamando de puta, na minha frente, em meu rosto, ele afirmou e me olhou com nojo.

— Ei. — ouço uma voz doce atrás de mim.

Viro meu pescoço com tanta força que quebraria se eu não tivesse diminuído no final. Geórgia entra, em seguida de Maggie, ambas sentando em cadeiras ao meu lado

— Ele te machucou? — Geórgia questiona baixinho.

— Não. — eu digo rapidamente.

Maggie tira minha mão do pequeno corte, ela franze o cenho e engole seco, curiosa para perguntar, mas eu apenas sinto minha outra mão arder. Eu estava apertando o pingente de cruz, voltei para buscar assim que Guns foi embora.

As pequenas pedras pontudas cravadas no pingente perfuravam minha pele, pinicando e queimando como homenzinhos batendo em marretas ao mesmo tempo.

Minha mão vibrava e eu estava tentando fazer de tudo para esquecer por um segundo o que havia acontecido dentro daquele lugar minúsculo com ele.

Eu estava apertando com tanta força que senti o sangue pingar de minha mão direitamente em minha coxa. Maggie levantou meu pulso e quando abri a mão, ela simplesmente arregalou os olhos.

Essa cruz estourou no momento em que eu me afastei de Guns, e por mais que eu não leve todo esse papo de Deus e seguidores a sério... senti como se tivesse quebrando algo em meu coração ou... começando.

Seria esse o castigo por meu trabalho profano? Um anticristo?

— Sere. — a morena chama. Preocupação em seu tom  — Olha, está te machucando. Que tal você largar isso?

Noite de Sedução.Onde histórias criam vida. Descubra agora