Polaroid.

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𝙶𝚞𝚗𝚜 𝙱𝚛𝚊𝚍𝚕𝚎𝚢

— Não vale a pena ficar puto com isso — meu irmão diz.

Ele me entrega um saco de gelos e eu o olho com uma carranca quando vejo seu lábio curvado em um mínimo sorriso.

Minha mandíbula está dolorida e um corte lateja feito ao lado do meu piercing no lábio, grunhi em desaprovação e passei a língua na argolinha a girando para me distrair

— Sério? Não vou ficar puto quando eu literalmente tomei dois benditos socos na cara — olho para o loiro — Não fode, eu poderia ter matado aquele projeto... sei lá que porra ele é

Eu queria ter matado, mas algo me impediu, quando olhei para Serena por dois segundos, ela nem se atreveu a me olhar, e eu sabia exatamente do porque

Ela estava magoada.

Você sabe muito bem Guns Bradley.

Porra eu nem respeitei, não pensei sobre o quão mau ela poderia estar, um assassinato no lugar onde trabalha, sua colega morta, ela passou por uma barra e nem se quer passou por minha cabeça nos segundos em que fui tão rude.

— Por mais que eu concorde com você, de qualquer jeito não matou — meu irmão murmura sentando ao meu lado — Ele é um otario, deveria ter matado.

— Eu não queria matar o melhor amigo dela na frente dela porra — minha voz sai seca, enquanto eu pressiono o gelo contra meu rosto — Eu já magoei ela o suficiente

— Péssima escolha de palavras — ele murmura — Eu não ouvi a discussão de vocês, mas por tudo que você mesmo me disse, cara, se eu fosse ela teria acertado um soco na sua boca.

Estamos do lado de fora da universidade, nos fundos aonde fica a grande quadra de futebol, tem alguns calouros treinando mais à frente, e eu estou encostado no muro do vestiário.

O tempo está nublado e faz frio, o céu sem qualquer brilho escurecido pelas nuvens carregadas, minhas mãos estão geladas e o saco de gelo está pinicando como fogo em minha mandíbula.

Mas essa dor não é nada.

— Oque você queria hum? — esbravejo — Que eu a comesse no seu quarto? Eu juro que eu estava a ponto disso

Meu irmão ri, a fumaça branca saindo de seus lábios pelo frio.

— Mas não comeu, cuzão. — ele rebate irônico

— De qualquer jeito — me defendo — Eu não queria falar aquelas coisas, mas ela não pode ficar lá em casa, a porra do Connor transa com uma novinha em seu escritório que tem literalmente a idade dela, você acha oque? Esse velho não é confiável.

Meu irmão abaixa a cabeça

— Tem razão. — ele diz baixo concordando

Sua expressão agora, pensativa, como se ele estivesse deduzindo oque eu acabei de falar e estivesse vendo toda a merda que ele causou.

Mas antes de qualquer coisa eu levanto minha mão dando um tapa forte em sua nuca, ele resmunga com um grunhido e sua cabeça vai para frente

— Sua mão é pesada caralho. — ele esfrega sua nuca com dor.

Eu dou uma risada, por mais que eu tenha tomado dois socos, não consegui conter, eu estava puto é claro

Mas eu não poderia magoar ainda mais a Serena, se eu batesse no melhor amigo dela em sua frente, com certeza não pararia até mandar ele para o hospital, e aí ela choraria, faria um escândalo, eu ia me foder porque iam notificar o prefeito, ela iria me odiar pro resto de sua vida

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