capitulo 11

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Finalmente os dias de glória chegaram pra pitanda.

Dois capítulos no mesmo dia? Se isso não é amor, eu não sei o que é.

Comentem bastante e aproveitem o capítulo.

A professora Sarah falava entusiasticamente algo sobre Platão, mas sua voz parecia distante de mim naquele momento. Meus olhos ainda estavam inchados e avermelhados, assim como meu nariz, pelo choro de dez minutos atrás, mas a aula de filosofia parecia estar sendo mais interessante para o resto da classe do que
minha cara de enterro. Felizmente.

Meu corpo estava jogado de qualquer jeito
sobre a cadeira, e meu rosto descansava
pesadamente sobre um punho, apoiado por um cotovelo sobre a mesa. Com o olhar
vagando pelas linhas do caderno, eu ainda
podia sentir a sensação de culpa presa em
minha garganta, como se minha dor de
cabeça pulsante já não se encarregasse de me castigar o suficiente

Quando a srta.Andrade deixou a classe após
sua longa aula dupla, notei que uma pessoa
se aproximou da minha carteira, e ergui
meu olhar pra ver quem era. Meus parabéns ao filósofo que disse que as coisas sempre podiam piorar, se é que Murphy era um. Filosofia não era meu forte mesmo.

- Eu só queria te falar que nosso trato está
desfeito. - Daniel murmurou, parecendo tão
irritado por estar me dizendo aquilo que
evitava me olhar. - Pode ficar tranquila
aquelas fotos nem existem mais.

Franzi levemente a testa, sem entender por
que ele estava fazendo aquilo, mas antes que eu pudesse abrir a boca, ele já se afastava em direção à sua carteira. A única possibilidade que me veio à cabeça me fez afundar ainda mais em minha própria depressão. Só podia ter dedo dela naquela história.

Durante a última aula, eu continuei
mergulhada em meu desânimo, e mal
conversei com Raquele na hora da saída.
Também não vi Yasmin, que provavelmente
devia estar atrapalhada no laboratório, e
assim que avistei o carro de mamãe na saída da escola, corri em sua direção. Eu precisava sair daquele lugar e ficar sozinha no meu quarto o mais rápido possível.

Passei o dia naquele mesmo humor, só
deixando meu quarto pra comer um pouco.
Quando deitei na cama após o jantar, o
cansaço de uma noite mal dormida me
venceu, e eu dormi pesadamente, apesar
dos insistentes pesadelos. Todos previsíveis, envolvendo o acidente de Fernanda.

Acordei no dia seguinte, um pouco menos
cansada, e segui minha rotina matinal até
chegar à escola. Apreensiva pra saber se ela viria hoje, eu me sentei ao lado de Raquele, como sempre, e não desgrudei meus olhos da entrada do colégio. Para minha sorte, não demorou muito e Yasmin chegou conversando animadamente com alguém, que não era ninguém mais, ninguém menos que a professora Bande.

Meus olhos se cravaram nela, que parecia
completamente saudável, fora o pequeno
curativo em sua testa. Não estava pálida,
muito menos abatida. Parecia até bastante
animada, rindo enquanto conversava, e
andava normalmente, sem sinais de lesões ou fraqueza. Um alvio imenso me dominou, mas não consegui relaxar por completo, porque logo os olhos de Yasmin estavam nos meus, e ela sorriu fraco, parecendo ressentida com a desculpa brusca de ontem. Tudo que me faltava era ficar mal com ela, sem dúvida.

O dia se passou tediosamente, fora minha
inquietação. Depois do intervalo, arrastei
Yasmin para uma sala que sempre ficava
vazia no térreo e me desculpei pela pressa
do dia anterior, restabelecendo a calma
em nossa relação. Apesar de tudo estar se
endireitando novamente, eu ainda estava
determinada a pedir desculpas à Fernanda
e me ver livre daquela horrível sensação
de culpa, mas só a hipótese de ter aquele
olhar enfurecido no meu já me fazia tremer
da cabeça aos pés. Eu não tive coragem de
procurá-la naquele dia, muito menos no dia
seguinte, e só voltei a vê-la quando minha
aula de biologia laboratório chegou, mais
rápido do que eu gostaria.

My Biology - Adaptação PitandaOnde histórias criam vida. Descubra agora